Maior produtor mundial de laranja e de suco, o Brasil fará também os primeiros testes de plantio no campo de plantas cítricas transgênicas resistentes às doenças, o principal gargalo produtivo do setor. A Alellyx Applied Genomics, empresa de pesquisa da Votorantim Novos Negócios, aguarda parecer da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para iniciar o plantio numa fazenda de Bauru de variedades cítricas geneticamente modificadas.
Essas variedades são resistentes ao vírus da necrose e a bactérias, como as causadoras da clorose variegada dos citros (CVC) e do cancro cítrico. Os dois processos para a chamada liberação planejada no ambiente estão na pauta da CTNBio.
De acordo com a assessoria de comunicação da comissão, o processo relativo à necrose está em fase de diligência e o da resistência às bactérias ainda não foi relatado, mas é provável que eles sejam incluídos na pauta da reunião do próximo mês. "A partir do plantio em campo, começa a reta final até a liberação comercial, mas não dá para prever quando ela vai ocorrer", disse o diretor executivo da Votorantim Novos Negócios e expresidente da CTNBio, Fernando Reinach. Segundo ele, a empresa já conseguiu cultivar plantas geneticamente modificadas de laranja resistentes ao greening, principal praga da citricultura. Em breve, será protocolado o pedido na CTNBio para o plantio delas em campo.
Se o executivo demonstra otimismo em relação aos resultados científicos das variedades transgênicas de laranja, ele admite que irá enfrentar dificuldades para conseguir conquistar os consumidores da fruta. "Mesmo que o Brasil aprove a fruta, ainda não dá para saber como será a reação do consumidor e dos clientes do suco de laranja brasileiro", disse Reinach. Das cerca de 1,4 milhão de toneladas produzidas de suco de laranja concentrado e congelado no País, 98% são exportadas.
Jornal de Limeira-SP, 19/03/2008.
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