No dia 16 de junho, a Agência Estadual de Notícias do Paraná fez uma entrevista com o governador Roberto Requião. Abaixo, trecho da entrevista sobre transgênicos:
"... Almeida — Evaldo, de São Paulo, pergunta qual sua opinião do governador sobre a aprovação das sementes transgênicas pelo governo federal?
Requião — É o fim do mundo, um erro. A Suíça decidiu em plebiscito proibir transgênicos por cinco anos, e verificou que foi muito bom, pois conseguiram mercados que não tinham, e prorrogaram a medida por outros três anos. E a Syngenta, que não pode trabalhar lá, está aqui no Paraná fazendo experiências na zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, e com sua postura renitente ocasionou a morte de um agricultor. Fosse na Suíça, estariam presos; aqui, são festejados e defendidos pelos ruralistas. Não entendo isso. Não entendo o fato do Brasil ter entrado nesse jogo dos transgênicos. Só a Monsanto, tem 95% das patentes de trangênicos do mundo. Então, queremos entregar o País como quintal de uma multinacional. Além de não sabermos no que vai dar isso, como não sabíamos no que ia dar a talidomida, há o problema do monopólio, da subordinação. Daqui a pouco, vamos pagar royaties para plantar rabanete no quintal de casa.
Ribeiro — A Monsanto quer dominar as alternativas energérticas do Brasil. O que o Paraná pode fazer em relação a isso?
Requião —Estamos provocando um zoneamento agrícola no Paraná para evitar uma expansão descontrolada da cana, da soja, mas temos perdido nos tribunais, parece que há uma tendência em subestimar o País e jogar a favor das multinacionais. É aquela história, mais precisamente aquela tese do Fernando Henrique, a subordinação como instrumento de desenvolvimento econômico, aquela tolice que ele desenvolveu e aplicou no seu governo. Estamos resistindo com sucesso, pois vendemos a soja convencional com um preço melhor que a soja transgênica, porque a União Européia recusou a soja transgênica, até por uma questão logística. Suponham que o Brasil inteiro, sem a resistência do Paraná, entrasse nessa aventura da soja transgênica. Amanhã faltam grãos na Europa e ela não compra grãos transgênicos por uma questão de governo. Se o Brasil tivesse soja convencional, venderíamos a bom preço para a Europa, mas a soja transgênica é igual à plantada nos Estados Unidos. Eles comprariam de quem, do Brasil ou dos Estados Unidos? É uma questão logística, os Estados Unidos ficam mais perto da Europa, então eles venderiam. É uma tolice essa insistência, a submissão da grande mídia, a imprensa falando em vantagens que a soja transgênica apresenta, que não são verdadeiras. O Paraná, na intenção do governo, e não na intenção de algumas cooperativas quem são braços operacionais das multinacionais, queria se ver livre disso em nome do futuro, da lucratividade dos agricultores, da diversidade e do lucro dos nossos produtores."
"... Almeida — Evaldo, de São Paulo, pergunta qual sua opinião do governador sobre a aprovação das sementes transgênicas pelo governo federal?
Requião — É o fim do mundo, um erro. A Suíça decidiu em plebiscito proibir transgênicos por cinco anos, e verificou que foi muito bom, pois conseguiram mercados que não tinham, e prorrogaram a medida por outros três anos. E a Syngenta, que não pode trabalhar lá, está aqui no Paraná fazendo experiências na zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, e com sua postura renitente ocasionou a morte de um agricultor. Fosse na Suíça, estariam presos; aqui, são festejados e defendidos pelos ruralistas. Não entendo isso. Não entendo o fato do Brasil ter entrado nesse jogo dos transgênicos. Só a Monsanto, tem 95% das patentes de trangênicos do mundo. Então, queremos entregar o País como quintal de uma multinacional. Além de não sabermos no que vai dar isso, como não sabíamos no que ia dar a talidomida, há o problema do monopólio, da subordinação. Daqui a pouco, vamos pagar royaties para plantar rabanete no quintal de casa.
Ribeiro — A Monsanto quer dominar as alternativas energérticas do Brasil. O que o Paraná pode fazer em relação a isso?
Requião —Estamos provocando um zoneamento agrícola no Paraná para evitar uma expansão descontrolada da cana, da soja, mas temos perdido nos tribunais, parece que há uma tendência em subestimar o País e jogar a favor das multinacionais. É aquela história, mais precisamente aquela tese do Fernando Henrique, a subordinação como instrumento de desenvolvimento econômico, aquela tolice que ele desenvolveu e aplicou no seu governo. Estamos resistindo com sucesso, pois vendemos a soja convencional com um preço melhor que a soja transgênica, porque a União Européia recusou a soja transgênica, até por uma questão logística. Suponham que o Brasil inteiro, sem a resistência do Paraná, entrasse nessa aventura da soja transgênica. Amanhã faltam grãos na Europa e ela não compra grãos transgênicos por uma questão de governo. Se o Brasil tivesse soja convencional, venderíamos a bom preço para a Europa, mas a soja transgênica é igual à plantada nos Estados Unidos. Eles comprariam de quem, do Brasil ou dos Estados Unidos? É uma questão logística, os Estados Unidos ficam mais perto da Europa, então eles venderiam. É uma tolice essa insistência, a submissão da grande mídia, a imprensa falando em vantagens que a soja transgênica apresenta, que não são verdadeiras. O Paraná, na intenção do governo, e não na intenção de algumas cooperativas quem são braços operacionais das multinacionais, queria se ver livre disso em nome do futuro, da lucratividade dos agricultores, da diversidade e do lucro dos nossos produtores."
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