Na semana passada, o projeto foi encaminhado para a Comissão de Meio Ambiente do Senado. Desta forma, o projeto não vai passar apenas pela Comissão de Agricultura, dominada pelos ruralistas.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Projeto do Senado quer alterar Lei de Rotulagem
Na semana passada, o projeto foi encaminhado para a Comissão de Meio Ambiente do Senado. Desta forma, o projeto não vai passar apenas pela Comissão de Agricultura, dominada pelos ruralistas.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Monsanto registra aumento de 42% nos seus lucros
O lucro alcançou 811 milhões de dólares, um aumento de 42% em relação ao mesmo período de 2007. O lucro por ação ficou nos 1,45 dólar, contra 1,34 dólar esperados pelos analistas.
Fonte: JB Online
terça-feira, 24 de junho de 2008
Nestlé pede flexibilização de regras para transgênicos na UE
De acordo com matéria publicada no site do grupo GAIA a Nestlé pediu flexibilização de regras na União Européia:
"A postura da Nestlé na União Europeia contrastava com a comercialização dos seus produtos noutras regiões do globo, como a América Latina ou a Ásia. A Greenpeace tem vindo a acusar a Nestlé de dupla atitude, diferenciando "consumidores ricos" de "consumidores pobres". Aos "consumidores pobres" de países como a Tailândia, a Nestlé chega mesmo a vender comida para bebê com ingredientes transgênicos.
O presidente da gigante suíça da alimentação Nestlé, Peter Brabeck, pediu à União Européia (UE) regras mais flexíveis sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) para enfrentar a escalada de preços das matérias-primas agrícolas.
Esta notícia vem colocar um ponto final à posição dúbia da Nestlé em relação aos transgénicos. Durante os últimos anos, a Nestlé assegurava que todos os seus produtos comercializados no espaço europeu eram livres de OGM. Isto permitia assegurar a confiança nos seus produtos, perante a desconfiança generalizada dos consumidores europeus sobre a tecnologia.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, "Não se pode alimentar o planeta sem os Organismos Geneticamente Modificados". O presidente da Nestlé lamentou a falta de compromisso político a favor dos OGM. Por outro lado, reconhece que esta oposição da UE aos OGM favoreceu a recusa da tecnologia na África. Perante esta posição de uma das mais influentes multinacionais do sector alimentar, e perante o seu já alargado historial de desrespeito pela saúde dos consumidores, só nos resta uma opção como consumidores: boicotar os produtos da Nestlé."
sexta-feira, 20 de junho de 2008
CTNBio libera vacina e aprova regras para algodão
Na mesma reunião, os membros da CTNBio deram sinal verde à comercialização da vacina contra a circovirose suína, produzida pela multinacional alemã Boehringer Ingelheim. O vírus da doença causa infecções agudas em leitões durante a fase de crescimento. Os animais têm o peso reduzido, diarréia e infecções. O processo começou a tramitar na CTNBio em setembro de 2007.
No caso da liberação de pesquisas para o algodão transgênico, os membros da comissão estabeleceram distâncias mínimas de isolamento para os experimentos em campo. As empresas terão que respeitar uma distância de 800 metros em regiões onde houver o cultivo de sementes crioulas. No caso de vizinhança com áreas plantadas com sementes convencionais de algodão, as empresas terão que prever ao menos 250 metros de isolamento das pesquisas com transgênicos.
A CTNBio também aprovou o texto-base da resolução normativa nº 6, que estabelece regras para a liberação de pesquisas na área vegetal. O texto, que consolida as determinações expressas em três resoluções anteriores, antecipa para a fase da autorização de experimentos no campo boa parte das exigências que eram feitas somente no momento da aprovação comercial.
Até agora, exigíamos boa parte dos estudos apenas na hora da liberação comercial, o que acabava no acúmulo de documentação. Daqui para frente, teremos os estudos previamente à fase final , disse o vice-presidente da CTNBio, o pesquisador Edilson Paiva.
Na quarta-feira, o colegiado ganhou um respaldo político a seus pareceres finais com a decisão do Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) de avaliar recursos contra as deliberações do colegiado somente em casos de interesse nacional ou questões sociais ou econômicas.
O CNBS, composto por 11 ministros de Estado, vinha analisando questões técnicas levantadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) contra liberações comerciais de variedades de milho transgênico no país. Para amenizar a decisão política, o conselho de ministros solicitou a criação de um grupo técnico para estudar as regras de um eventual rastreamento pós-liberação comercial do milho geneticamente modificado no mercado.
Fonte: Valor Econômico
quinta-feira, 19 de junho de 2008
CTNBIO confirma liberação do milho transgênico da Syngenta
Por Mauro Zanatta e Bettina Barros.
O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) ratificou ontem a liberação da comercialização de milho transgênico Bt11, produzido pela multinacional de defensivos agrícolas Syngenta.
Por oito votos, o órgão composto por onze ministros de Estado manteve a decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que, em setembro do ano passado, concedeu a terceira autorização para liberação comercial de variedades de milho no país.
O conselho considerou improcedente o recurso administrativo apresentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra a variedade transgênica.
Em outra decisão importante, ficou definido que o CNBS deverá analisar apenas os recursos administrativos ligados a questões de interesse nacional ou que envolverem aspectos econômicos e sociais, conforme determina seu regimento interno. ´Com a decisão, o CNBS deixa de avaliar recursos que apresentem os mesmos argumentos técnicos que já tiverem sido analisados no âmbito da CTNBio´, informa o órgão.
O presidente da CTNBio, o médico bioquímico Walter Colli, informou ter havido um consenso no CNBS de que o novo recurso da Anvisa ´nem deveria ter sido admitido´ porque os argumentos técnicos eram similares aos apresentados em dois casos anteriores, que já haviam sido rejeitados pelo conselho de ministros. ´Nem o ministro Temporão [Saúde] votou a favor´, disse Colli. ´Ele apenas ressalvou que a CTNBio deveria deixar claro que utiliza estudos independentes das empresas, o que já fazemos, mas não sublinhamos´, afirmou.
Os nove ministros presentes à reunião do CNBS - os outros dois mandaram secretários-executivos, com direito a voto - endossaram um pedido de monitoramento pós-liberação dos transgênicos especificamente para a saúde humana. Colli informou que o Ministério da Ciência e Tecnologia formará um grupo de trabalho para avaliar a possibilidade. ´Mas não é fácil porque requer um sistema de rastreamento. Podemos pegar bolsas de sangue de hemocentros, por exemplo, e fazer avaliação sobre a presença do gene do milho transgênico. Não vai encontrar, mas pode fazer´, afirmou.
O presidente da CTNBio disse ainda ser necessário garantir condições de sobrevivência das empresas. ´Não pode fazer exigências que levem as empresas, principalmente as nacionais, à falência. Mas isso não é minha função. É dos órgãos de saúde´.
Votaram a favor do recurso da Anvisa os ministros Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Altemir Gregolin (Pesca). Estiveram ausentes os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Tarso Genro (Justiça).
Após a publicação do resultado da reunião do Conselho no Diário Oficial da União, prevista para os próximos dias, a Syngenta deve registrá-la no Ministério da Agricultura para fins de plantio e multiplicação de sementes. Além do B11, já haviam sido aprovados o MON810, da Monsanto, e Bayer LL, da Bayer.
O plantio comercial do milho transgênico teve sua avaliação adiada algumas vezes devido a exigências de informações sobre fluxo gênico e regras de monitoramento e transporte. O Brasil é o 13º país no mundo a aprovar o milho geneticamente modificado.
Fonte: Valor Econômico
Foto: Quem conhece realmente as consequências dos OGMs?
quarta-feira, 18 de junho de 2008
CTNBio analisa liberação comercial de transgênicos
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) se reúne nesta quarta-feira (18) e quinta-feira, em Brasília. No primeiro dia de reunião, os integrantes da CTNBio participam dos trabalhos nas comissões setoriais sobre meio ambiente, vegetal, humana e animal.
A reunião plenária ocorre nesta quinta. Na pauta, constam 12 pedidos para liberação comercial de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Há solicitações para liberação comercial de variedades de milho, algodão, arroz e soja.
No caso do milho, há quatro pedidos, sendo que uma das variedades, por exemplo, é resistente a insetos. Também constam da pauta outras quatro solicitações para liberação comercial de variedades de algodão modificado, das quais duas são resistentes a insetos.
Fonte: Agência Brasil
terça-feira, 17 de junho de 2008
Entrevista do governador do Paraná, Roberto Requião.
"... Almeida — Evaldo, de São Paulo, pergunta qual sua opinião do governador sobre a aprovação das sementes transgênicas pelo governo federal?
Requião — É o fim do mundo, um erro. A Suíça decidiu em plebiscito proibir transgênicos por cinco anos, e verificou que foi muito bom, pois conseguiram mercados que não tinham, e prorrogaram a medida por outros três anos. E a Syngenta, que não pode trabalhar lá, está aqui no Paraná fazendo experiências na zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, e com sua postura renitente ocasionou a morte de um agricultor. Fosse na Suíça, estariam presos; aqui, são festejados e defendidos pelos ruralistas. Não entendo isso. Não entendo o fato do Brasil ter entrado nesse jogo dos transgênicos. Só a Monsanto, tem 95% das patentes de trangênicos do mundo. Então, queremos entregar o País como quintal de uma multinacional. Além de não sabermos no que vai dar isso, como não sabíamos no que ia dar a talidomida, há o problema do monopólio, da subordinação. Daqui a pouco, vamos pagar royaties para plantar rabanete no quintal de casa.
Ribeiro — A Monsanto quer dominar as alternativas energérticas do Brasil. O que o Paraná pode fazer em relação a isso?
Requião —Estamos provocando um zoneamento agrícola no Paraná para evitar uma expansão descontrolada da cana, da soja, mas temos perdido nos tribunais, parece que há uma tendência em subestimar o País e jogar a favor das multinacionais. É aquela história, mais precisamente aquela tese do Fernando Henrique, a subordinação como instrumento de desenvolvimento econômico, aquela tolice que ele desenvolveu e aplicou no seu governo. Estamos resistindo com sucesso, pois vendemos a soja convencional com um preço melhor que a soja transgênica, porque a União Européia recusou a soja transgênica, até por uma questão logística. Suponham que o Brasil inteiro, sem a resistência do Paraná, entrasse nessa aventura da soja transgênica. Amanhã faltam grãos na Europa e ela não compra grãos transgênicos por uma questão de governo. Se o Brasil tivesse soja convencional, venderíamos a bom preço para a Europa, mas a soja transgênica é igual à plantada nos Estados Unidos. Eles comprariam de quem, do Brasil ou dos Estados Unidos? É uma questão logística, os Estados Unidos ficam mais perto da Europa, então eles venderiam. É uma tolice essa insistência, a submissão da grande mídia, a imprensa falando em vantagens que a soja transgênica apresenta, que não são verdadeiras. O Paraná, na intenção do governo, e não na intenção de algumas cooperativas quem são braços operacionais das multinacionais, queria se ver livre disso em nome do futuro, da lucratividade dos agricultores, da diversidade e do lucro dos nossos produtores."
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Crise alimentar: Transgênicos não são a solução
A hipotética liberalização da utilização de organismos geneticamente modificados (OGM), como solução para o actual aumento dos preços dos bens alimentares, foi hoje descartada por associações de industriais e ambientalistas.
"Não é a questão dos OGM que vai resolver o problema do aumento dos preços das matérias-primas", afirmou o director-geral da Federação das Industrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Pedro Queiroz, à Lusa.
"O problema está nas matérias-primas, no comércio internacional, nas questões climáticas e também na especulação que existe nos mercados de futuros", explica o dirigente das indústrias agro-alimentares.
"Não há propriamente uma adesão da indústria aos OGM. Pelo contrário", sublinhou o director-geral da FIPA, salientando que os industriais continuam a preferir as matérias-primas convencionais, porque "não vêem razão para utilizar produção tecnológica".
Pedro Queiroz, que é também docente nas áreas de segurança e engenharia alimentar na Universidade Lusófona e no Instituto Piaget, defendeu, todavia, a continuação da investigação na área da biotecnologia como objectivo de encontrar novas soluções seguras para a produção alimentar.
A indústria alimentar está receptiva à utilização de novas tecnologias, "desde que sejam comprovadamente seguras", frisou, mas acrescenta que, em Portugal, ainda não há utilização regular de OGM.
"Que eu tenha conhecimento, não há nenhuma indústria em Portugal que esteja a usar regularmente OGM", afirmou, mas admite que poderá haver alguma utilização esporádica de espécies aprovadas pela União Europeia, nomeadamente "algumas variedades de milho e soja usadas para alimentação animal".
Pedro Queiroz referiu que "há alguns mitos" sobre os OGM, realçando que "o animal não vai ficar geneticamente modificado" por ter sido alimentado com transgénicos, no entanto é da opinião "que este é um tema que deve voltar a ser discutido, nomeadamente no actual contexto [de aumento dos preços], mas não são os OGM, por si só, que vão resolver o problema", sustentou.
"Os OGM não resolvem nada"
Para Margarida Silva, ambientalista da Quercus especializada em OGM, "os OGM não resolvem nada. Os países que cultivam mais OGM em todo o Mundo estão a passar exactamente pelo mesmo problema", afirmou à Lusa.
De acordo com a ambientalista, "mais de 90% dos OGM são cultivados em seis países - EUA, Canadá, Argentina, Brasil, China e Índia", que estão a enfrentar problemas graves em consequência da crise alimentar mundial.
"A solução não são os OGM. O vice-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse há poucos dias que 70% do aumento dos custos é indirectamente imputável aos biocombustíveis. É aí que temos de intervir", sublinhou.
E salientou ainda que apenas 5% da produção mundial de alimentos está a ser canalizada para biocombustíveis, mas "os EUA e a UE estabeleceram metas muito ambiciosas" de aumento deste tipo de produção energética, que transformaram os alimentos num produto de especulação bolsista.
"Do ponto de vista bolsista, o produto alimentar passa a ser como o petróleo, porque é visto como energia. O problema está na política energética. É uma questão de oferta e procura no mercado", explicou a especialista em OGM.
Segundo Margarida Silva, os preços dos bens alimentares "vão inevitavelmente subir", porque "a comida passa a valer tanto como o petróleo", ao ser vista como matéria-prima para a produção de energia.
Fonte: Quiosque aeiou
terça-feira, 10 de junho de 2008
Lobby da Monsanto para acabar com o levantamento de dados sobre o uso de venenos na agricultura norte-americana
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“Os dados de 2007 teriam mostrado um enorme aumento no uso de herbicidas aplicados nas lavouras transgênicas Roundup Ready, especialmente na soja. A imprensa agrícola esteve repleta de histórias sobre problemas que agricultores vêm enfrentando nos últimos anos à medida em que ervas invasoras se tornam resistentes ao glifosato e outros herbicidas. Acho curioso que no momento de maior interesse e necessidade de informações sólidas sobre o uso de agrotóxicos na soja, o Departamento de Agricultura dos EUA tenha decidido parar de coletar dados.”
O comentário é do pesquisador americano Charles Benbrook, que há mais de 10 anos vem produzindo análises independentes sobre o crescente uso de veneno nas lavouras transgênicas nos EUA. Suas pesquisas baseiam-se principalmente nos dados do Departamento de Agricultura.
Todos os anos o Serviço Nacional de Estatística Agrícola (NASS, na sigla em inglês) do USDA (Departamento Americano de Agricultura, em inglês) conduz levantamentos sobre o uso de agrotóxicos em várias culturas, como milho, soja, algodão e trigo, e depois divulga estes dados. Os dados são usados por indústrias químicas, organizações da sociedade civil e agências governamentais para rastrear o uso de agrotóxicos e sua segurança, e muitos afirmam que esta é a única fonte de dados deste tipo realmente confiável e disponível para o público.
Entretanto, em 2007, o USDA reduziu seu levantamento de dados: coletou informações apenas sobre algodão, maçã e maçã orgânica. Agora o USDA está anunciando que, devido a cortes de orçamento, irá eliminar completamente o programa em 2008 e não coletará mais dado algum.
Bill Freese, da ONG Center for Food Safety, observa que a decisão preocupa ainda mais considerando-se que nos últimos anos tem havido um considerável aumento no uso de agrotóxicos nas lavouras transgênicas.
Os dados dos últimos anos mostraram que o uso de venenos em milho, soja e algodão transgênicos foi maior do que nas lavouras convencioais, embora a indústria de biotecnologia continue alegando que as lavouras transgênicas necessitariam menos agrotóxicos.
Sem os dados do USDA, pesquisadores, ONGs e outros setores interessados não terão outra maneira de monitorar esta tendência no futuro e confrontar as afirmações da indústria de biotecnologia. O Departamento Americano de Proteção Ambiental (EPA, em inglês) também confia nos dados do USDA para determinar como os produtos químicos devem ser regulados e quais agrotóxicos representam maior risco para a saúde pública.
A eliminação do programa “significará que agricultures ficarão sujeitos apenas a suposições e alegações em relação ao uso de agrotóxicos e adubos”, observou Don Lipton, um porta-voz do American Farm Bureau.
Empresas de agrotóxicos também usam os dados do programa quando querem renovar o registro de seus produtos.
Diversas organizações, entre as quais o Greenpeace, WWF e Union of Concerned Scientists, e mesmo a Syngenta (concorrente da Monsanto) e a ASA (Associação Americana dos Produtores de Soja) enviaram cartas de protesto para o ministro de agricultura.
Mas é interessante notar o silêncio da Monsanto, o gigante químico que produz as sementes Roundup Ready, desenvolvidas para resistir ao herbicida Roundup (glifosato) da própria Monsanto, aplicado em 3 de cada 4 hectares plantados com transgênicos no mundo.
Benbrook conclui: “Eu não me surpreenderia se existisse um silencioso lobby feito pela Monsanto para deixar o programa se extinguir.”
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Com informações de:
- The Daily Green, 21/05/2008. http://www.thedailygreen.com/environmental-news/pesticide-data-program-cut-44052108
- Associated Press, 22/05/2008.
http://ap.google.com/article/ALeqM5jOv_zmzZkXkBWLHq5KSkc7WaHZNQD90QJCA80
- Union of Concerned Scientis - FEED - June 2008.
http://www.ucsusa.org/food_and_environment/feed/feed-june-2008.html
- Carta das ONGs para o USDA.
http://www.ucsusa.org/food_and_environment/genetic_engineering/letter-to-usda-secretary-on-nass.html
Fonte: Boletim 396 - Por um Brasil Livre de Transgênicos
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Suíça mantém proibição de cultivo de transgênicos até 2012
A prorrogação visa dar tempo para que um programa nacional de pesquisa sobre os benefícios e riscos das lavouras transgênicas seja concluído e seus resultados avaliados. Estão sendo estudadas questões sobre a segurança biológica das plantas transgênicas e a coexistência entre lavouras transgênicas, convencionais e orgânicas.
O governo impôs uma moratória ao cultivo comercial de transgênicos em 2005, uma vez que não havia demanda por eles na Suíça até aquele momento e que havia grandes lacunas no conhecimento científico sobre os riscos desta tecnologia. Logo em seguida o programa de pesquisa foi lançado e espera-se que ele chegue a termo em meados de 2012.
Segundo o governo suíço, a moratória não causou nenhum problema óbvio, nem para a indústria agrícola, nem para pesquisadores ou para as relações internacionais. Na verdade, alega o governo, os agricultores se beneficiaram pelo fato de poderem comercializar seus produtos nos mercados internacionais como livres de transgênicos.
Em nota, a AS-PTA, argumenta que "enquanto os suíços comemoram, a empresa suíça Syngenta segue contaminando produtos mundo afora. Em 2006 a empresa pagou 1,5 milhão de dólares de multa à Agencia de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos por ter vendido e distribuído o Bt10, uma variedade de milho transgênico não aprovada para consumo humano. Aqui no Brasil a empresa foi multada em R$ 1 milhão pelo Ibama por crimes ambientais também em 2006, mas ainda não pagou. Seu milho Bt11 foi aprovado no ano passado pela CTNBio, mas ainda depende de aval do Conselho Nacional de Biossegurança para ser comercializado já que a Anvisa é contra a liberação. A empresa também está envolvida com a morte de uma liderança do MST no Paraná".
Fonte: Conselho de Fiscalização do Cumprimento da Lei de Transgênicos
Cartoon: Khalil Bendib (www.bendib.com)
domingo, 8 de junho de 2008
Conab faz leilão para compra de milho não-transgênico
Agência Brasil
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Isso é hipocrisia!
Monsanto lança prêmio Agroambiental
06/06/2008 11:15:00 Professores e estudantes universitários interessados em desenvolver práticas para uma agricultura mais sustentável poderão ter seus projetos reconhecidos pelo novo Prêmio Agroambiental Monsanto. Criado pela Monsanto, em parceria com a agência Sociedade da Comunicação, o objetivo da premiação é incentivar alunos e pesquisadores de cursos técnicos, graduação e pós-graduação (latu e stricto senso) a apresentar propostas nas áreas de Agronomia e Ecologia, Biologia e Gestão Ambiental, Direito ou idéias inovadoras que englobem ou não as áreas anteriores. As inscrições estarão abertas de 15 de junho a 31 de outubro.
Podem ser dissertações, teses ou projetos pesquisas, reportagens, artigos e ensaios sobre os avanços da agricultura e da biotecnologia, tendo como principal requisito o desafio de apresentar práticas inovadoras e levar as informações de maneira clara para a sociedade (???), criando uma massa crítica capaz de suscitar reflexão sobre o assunto. "Queremos que o prêmio se torne um marco nas universidades do País, e uma forma de levar para a sociedade as mensagens sobre nosso papel nos três pilares da sustentabilidade: benefícios de nossos produtos, práticas aplicadas em nossas unidades e projetos socioambientais", observa Lúcio Mocsányi, diretor de Comunicação da Monsanto.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Eternas soluções para "o" eterno problema
Na década de 70 surgiu uma solução para a fome no mundo e para a falta de alimentos.... A revolução verde. Mas o que foi a revolução verde? Foi a venda de um "pacote tecnológico" com fertilizantes industriais (é alta a demanda de energia para fazê-los) e agrotóxicos. Estes últimos vieram dos restos dos produtos químicos usados nas guerras mundiais, ou seja, na verdade não foi uma solução para a fome mas, sim, uma solução para o fim dos lucros com as guerras. Ou seja, de verde não tinha nada, só o nome. Nem é preciso dizer que a fome continuou...
Logo no início da onda dos organismos geneticamente modificados houve também, o anúncio de que estes acabariam com a fome! era a 2ª revolução verde, ou a revolução genética. A pressão da sociedade foi grande, principalmente no quesito saúde. Os testes começaram a surgir, os resultados não se mostraram bons; a produção no campo começou a ser avaliada, os resultados mostraram que a produção não era maior, como a propaganda das empresas de biotecnologia; as ligações entre os cargos públicos do grande escalão dos EUA e os presidentes e diretores da grande multinacional de biotecnologia começaram a ficar claros... ou seja, a pressão da sociedade pela rotulagem desses produtos mostrou-se inegável. O que fazer? qual solução buscar para que as pessoas aceitem os transgênicos? subir o preço da comida. Como? através, principalmente, do aumento do preço dos fertilizantes (em sua maioria também monopolizados pelas multinacionais) e da fabricação de biocombustível pelo milho (um absurdo) que iria para a ração animal.
Mas como é que esse aumento dos preços dos alimentos forçaria as pessoas a consumirem transgênicos? É aqui que voltamos ao início do texto... menos alimento, preço mais caro, mais fome. Solução? liberar o consumo indiscriminado de transgênicos para aumentar o volume de alimentos, afinal, em época de crise não podemos nos dar ao luxo de escolher, não é? Lógico que depois que já estiver tudo contaminado, todos comendo, não vale mais a pena se preocupar com a rotulagem. Depois, algumas pessoas vêm me dizer que não sabemos se os transgênicos fazem mal mesmo... mas, se essas empresas precisam fazer tudo isso para que as pessoas comprem obrigadas este produto, é triste tentarmos imaginar o porquê!
A fome no mundo já é um problema bem antigo. Apesar das diversas soluções que surgiram pelo caminho, até hoje o problema continua. E por pior que possa parecer, por mais alarmista seja.... só tende a aumentar. Todos já sabem que a fome no mundo é uma problema de distribuição de renda, mas adoramos escutar que a salvação dos coitadinhos famigerados será feita por alguma empresa e não por nós, através das nossas escolhas de consumo.
Transgênicos Não!
Mais uma vez... a mesma falsa solução para o mesmo problema!!
Andrew Pollack
A Monsanto prometeu na quarta-feira que desenvolveria sementes capazes de duplicar o rendimento das plantações mundiais de milho, soja e algodão, até 2030, com consumo de água, terra e energia 30% mais baixos no cultivo.
O anúncio, que surgiu no momento em que líderes mundiais estão reunidos em Roma para discutir a alta nos preços e a crescente escassez dos alimentos, parece ao menos em parte destinado a conquistar aceitação para as safras geneticamente modificadas, demonstrando que elas podem desempenhar papel importante na alimentação do mundo.
Boa parte do que a Monsanto oferece em seu plano são coisas que a empresa já está fazendo, de qualquer maneira, ainda que o objetivo agora tenha sido formalizado.
A Monsanto anunciou ter adotado o seu novo compromisso depois de consultas a agricultores, líderes políticos, acadêmicos e grupos de pressão, quanto ao que precisa ser feito para elevar a produção de alimentos e atender à população crescente bem como à demanda cada vez maior por biocombustíveis, sem que seja preciso converter ainda mais áreas florestais em terras aráveis.
"Em resumo, o mundo preciso ao mesmo tempo produzir mais e conservar mais", afirmou Hugh Grant, o presidente-executivo da companhia, em comunicado.
Mas a possível contribuição da engenharia genética, ou seja, o acréscimo de genes de bactérias ou outros ao ADN das plantas, ainda está em debate como fonte de um possível aumento de produção.
Uma recente revisão de tecnologia agrícola promovida pelas Nações Unidas e pelo Banco Mundial considera que o papel da engenharia genética quanto a isso será limitado. Mas em Roma, na terça-feira, Edward Schafer, o secretário da Agricultura dos Estados Unidos, disse que a biotecnologia seria essencial se o mundo deseja elevar a oferta de alimentos para atender à crescente demanda, até 2030.
A soja, algodão e milho geneticamente modificados para elevar sua tolerância a herbicidas, insetos ou ambos são usados amplamente nos Estados Unidos e em diversos outros países. Mas na Europa e outras áreas seu uso é rejeitado devido a preocupações quanto a possíveis efeitos ambientais e de saúde.
Talvez em um esforço por evitar controvérsias, o anúncio da Monsanto não utiliza o termo "engenharia genética". Refere-se, em lugar disso, a "outras tecnologias", além da reprodução seletiva.
A meta da Monsanto de duplicar o rendimento até 2030, ante o nível de 2000, requereria forte aceleração no ritmo de aceleração da produtividade agrícola. James Specht, especialista em genética da soja na Universidade do Nebraska, diz duvidar que o objetivo seja factível.
"A relação entre exagero e realidade nesse caso é essencialmente o infinito", disse Specht. "Ver uma alteração exponencial na curva de rendimento é improvável".
Specht afirmou que nas fazendas irrigadas do Nebraska, o rendimento das safras de soja vem crescendo em cerca de 1,5 bushel por acre/ano. Nesse ritmo, duplicar os rendimentos demoraria 83 anos, ante os 125 bushels por hectares registrados em 2000.
Mas executivos da Monsanto dizem que uma nova técnica conhecida como seleção assistida por marcadores poderia duplicar o ritmo de avanço, com relação à simples reprodução seletiva. A técnica não envolve alterar as plantas pela inserção de genes externos. Em lugar disso, ela emprega testes genéticos para ajudar a escolher que plantas usar na reprodução cruzada convencional, o que acelera imensamente o processo e melhora sua eficiência.
Mas os executivos da Monsanto dizem que a engenharia genética pode oferecer elevação adicional na produção, além disso. As plantas resistentes a insetos da empresa já ajudam a proteger o algodão e o milho. E cientistas do grupo estão trabalhando em alterações genéticas que fariam com que as plantas crescessem melhor e com menor uso de água e fertilizante.
Além disso, a empresa não está falando apenas sobre os Estados Unidos. Afirmou que seu compromisso de dobrar a média de rendimento se aplica a todos os países que têm acesso às sementes e técnicas modernas de produção agrícola que ela oferece, especialmente Argentina e Brasil, além dos Estados Unidos.
O Brasil, por exemplo, produz apenas 145 bushels de milho por hectare, ante 392 nos Estados Unidos. Por isso, seria possível realizar ganhos importantes levando a produção brasileira a níveis americanos, sem que fosse preciso elevar em nível semelhante a produção nas fazendas de Nebraska.
Alguns críticos da biotecnologia dizem que a engenharia genética até agora não conseguiu elevar rendimentos de maneira comprovada, ainda que possa oferecer mais conveniência aos agricultores. Também disseram que as safras biotecnológicas desenvolvidas até o momento se destinam em larga medida a alimentar gado em países ricos, e não a melhorar a produção dos pequenos agricultores em países pobres.
Como parte de seu anúncio da quarta-feira, a Monsanto informou que trabalharia para melhorar as vidas dos agricultores, incluindo os mais pobres, aos quais poderia fornecer tecnologia gratuitamente. A empresa recentemente iniciou um projeto, com outras organizações, para desenvolver milho tolerante à seca para cultivo na África. A Monsanto dispensará o pagamento de royalties pelo uso de sua tecnologia.
A empresa também anunciou na quarta-feira que doaria US$ 10 milhões, em prazo de cinco anos, a programas do setor público cujo objetivo é elevar o rendimento das plantações de arroz e trigo, dois produtos que não estão entre suas áreas de concentração. Boa parte do trabalho de desenvolvimento desses dois alimentos básicos é conduzido por governos e universidades.
Tradução: Paulo Migliacci ME
Fonte: Invertia notícias