quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Itália diz NÃO aos transgênicos


Abaixo, uma tradução livre do site Diario Del Web.
Um NÃO aos Ogms. É o que diz que a Confederação dos Agricultores Italianos no que se refere à notícia na qual a Comissão Européia teria uma proposta pronta para liberar o cultivo de 2 milhos transgênicos na Europa. A Confederação sublinha que é uma proposta inaceitável e que vai contra as mesmas expectativas dos consumidores europeus que em várias ocasiões se expressam contra as culturas biotecnológicas.
Notando que esta decisão é para confundir os agricultores e consumidores, a Confederação reafirma que os Ogms não servem à agricultura e que én ecessário proteger e valorizar a qualidade agroalimentar da Itália.Uma indústria agroalimentar que tem na agricultura diversificada, típica e fortemente ligada ao território, a sua espinha dorsal.
A Confederação, por isso, apela ao governo italiano de empenhar-se, na sede da UE, para evitar que a proposta da Comissão de Bruxelas passe e represente um precedente perigoso.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Mais um estudo comprova a contaminação do milho criolo no México

Abaixo, a tradução livre do artigo de Joëlle Stolz, publicado no Jornal Le Monde de hoje, sobre a contaminação do centro de origem do milho com os transgênicos.
milho crioloA biosegurança do milho no México está em alerta. Um estudo molecular feito por pesquisadores mexicanos, americanos e holandeses demonstrou a presença de genes provenientes de organismos geneticamente modificados (OGM) entre as variedades de milho tradicionais cultivadas na região de Oaxaca, no sul do país. Deve-se lembrar que o governo mexicano manteve até agora uma moratária sobre a utilização de sementes transgênicas.
Durante o Conselho europeu de 4 de dezembro, os ministros do mei ambiente fixaram 5 ações para controlar os OGM. As ações visavam reforçar a avaliação dos impactos ambientais e sociais econômicos dessas culturas, melhorar a perícia associada aos Estados membros e à Autoridade Européia da Segurança dos Alimentos (AESA). Além de, fixar a presença dos OGM, para garantir "uma real livre escolha entre as sementes OGM, convencionais e biológicas", permitindo a definição de zonas sensíveis ou de culturas orgânicas excluídas dos transgênicos. A França considera uma separação de 50 metros para isolar as parcelas de OGM.
Os resultados deste estudo leva os pesquisadores a questionarem medidas de segurança bem mais restritivas, o tipo de agricultura mais tradicional praticada no México -  onde a polinização do milho é feita pelo vento, e onde os agricultores têm o costume de trocar suas sementes - parece agravar os riscos de uma contaminação rápida pelos OGM.
O artigo que publicará em detalhes as conclusões sairá no próximo número da revista Molecular Ecology. Foi redigido por Elena Alvarez-Buylla, do Instituto de Ecologia da Universidade Nacional Autônoma do México, a UNAM, com a colaboração de uma dezena de outros pesquisadores.
Este trabalho pode relançar a polêmica causada em 2001 por um artigo publicado na revista Nature, onde os autores, os biólogos David Quist e Ignacio Chapela, da Universidade de Berkeley na Califórnia, revelou que o milho criolo (tradicional) da região de Oaxaca, um dos centros de origem deste cereal, estavamcontaminados pelos genes Roundup Ready e Bt, propriedades da firma americana Monsanto.
Na sua obra, O Mundo Segundo Monsanto (Ed. Radical Livros), Marie-Monique Robin conta sobre a armação que M. Chapela foi vítima, graças a empresa dominante no mercado dos trasgênicos. Nature publicou uma retratação, dizendo que o artigo dos dois biólogos era insuficientemente apoiado.
Sete anos mais tarde, o trabalho dirigido por Elena Alvarez-Buylla confirma as conclusões do trabalho anterior, conforme um relatório publicado na Nature em 13 de novembro. Os pesquisadores descobriram os transgenes em 3 dos 23 campos da serra norte de Oaxaca, onde as amostras tinham sido tirados em 2001.
A americana Allison Snow, da Universidade da Califórnia, autora de um estudo preliminar, em 2005, que parecia invalidar as descobertas de Ignacio Chapela e David Quist (e havia sido também explorada pelos partidários dos OGM), publica no mesmo número da Molecular Ecology um nota complementária elogiando, onde ela julga que a análise molecular conduzida pela equipe da UNAM é "muito boa" e coloca em evidência "os sinais positivos dos transgenes".
"Faz 2 anos que estamos batalhando para publicar os resultados denosso estudo", declara Elena Alvarez-Buylla. "Nunca eu tinha encontrado tantas dificuldades no curso de minha carreira! Estão tentando frear a difusão desses dados científicos". O biólogo José Sarukhan, pesquisador da UNAM e membro da Acadêmia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, tinha recomendado o artigo para a revista desta instituição. Este foi rejeitado em março, pelo motivo de que ele poderia provocar "a atenção excessiva da imprensa, por razões políticas no tema ambiental"...
Como, apesar da moratória, os transgenes dos OGM emigraram até o final das montanhas de Oaxaca, mas também no Estado de Sinaloa, o maior produtor de milho para consumo humano, no Norte, ou à Milpa Alta, um distrito da periferia do México? Eles são encontrados em 1% dos terrenos analisados, o que é muito no contexto mexicano, onde 75% do milho plantado vêm de grãos selecionados pelos próprios agricultores.
A primeira hipótese é que certos agricultores tenham importado ilegalmente sementes transgênicas. Fortes suspeitas pesam também na empresa da Pionner, grande provedora de sementes de milho híbridas, compradas pelo México dos Estados Unidos e distribuídas aos pequenos agricultores através de programas de ajuda governamentais.
Mas dados preliminares indicam que um terço das sementes Pioneer está contaminado pelos OGM, e a Monsato conseguiu impedir qualquer tipo de rotulagem para distinguí-las na venda.
Os autores do estudo pedem que as "medidas de segurança" sejam reforçadas para preserva as espécies nativas do milho, sobretudo no México, seu "centro de origem". É necessário deixar os laboratórios realmente independentes, e adaptar os critérios de análise molecular à realidade mexicana, ao invés de se fixar "nos métodos utilizados nos países como os Estados Unidos, que têm um sistema agrícola bem diferente do nosso".
Mas a principal preocupação dos pesquisadores hoje, consiste nos projetos das empresas farmacéuticas, que querem rentabilizar a biomassa do milho, e a utilizar como um bioreator para as vacinas e anticoagulantes. "Em função dos incidentes que já aconteceram nos Estados Unidos, onde eles tiveram dificuldade em separar estes bioreatores dos OGM, nós tememos que o milho se transforme em lixo da indústria farmacêutica, em detimento de sua vocação alimentar", avisa Elena Alavrez-Buylla. "O que faremos quando os anticoagulantes chegarem às tortillas dos mexicanos?"
Fonte: Le Monde

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CTNBio aprova o milho Herculex, parceria da DuPont com a Dow AgroSciences

O milho transgênico Herculex, da DuPont e Dow AgroSciences Industrial, foi aprovado hoje pela CTNBio. Foram 16 votos a favor contra 5 votos. Agora são 6 as variedades de milho geneticamente modificados, 1 de soja e 3 de algodão. O milho aprovado é tolerante ao glufosinato de amônio e é resistente a insetos.
O Glufosinato de amônio é um herbicida aplicado na pós-emergência das plantas infestantes, também é um regulador de crescimento.

A Bayer e a Monsanto já tiveram variedades aprovadas ano passado. Além dessas empresas, a Syngenta também já teve uma variedade aprovada. Essas variedades aprovadas já foram multiplicadas para o plantio na safra de 2008/09.

Não podemos esquecer que o milho tem a polinização cruzada, isto é, o pólen de uma planta fecunda o estigma de outra planta. Assim, o milhoconvencional (ou orgânico) é facilmente contaminado pelo milho transgênico. Na soja isso é diferente, ocorre a autopolinização, onde o pólen de uma planta fecunda o estigma da mesma planta. Essa diferença de polinização entre as plantas ocorre por vários motivos, dentre eles o formato da flor.

Fonte: Reuters

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Le Monde Selon Monsanto - Debate e apresentação do documentário em São Paulo

Para quem não pôde ir ao debate farei aqui um repasse do evento. Fez parte da mesa do debate o Rafael, do Greenpeace, a Professora Dra. Larissa Mies Bombardi e um representante do MST.
Primeiramente houve a apresentação do documentário, muito bem feito e com diversos testemunhos inacreditáveis. Vale realmente a pena assistir (O Mundo Segundo Monsanto, em inglês). No mesmo dia houve o lançamento do livro, em português.
marie-monique robinApós a exibição do documentário houve um debate com a presença da autora, Marie-Monique Robin. O debate foi interessantíssimo e muito rico. Ela contou que fez o documentário sobre a Monsanto por que em todo lugar que ela ia (para fazer um outro documentário) as pessoas falavam sobre a empresa e sugeriam que ela fizesse um documentário.
Ao pesquisar mais sobre a Monsanto ela encontrou dados de que a empresa é produtora de 90% dos transgênicos do mundo e é a maior empresa produtora de sementes, não só as transgênicas (ogm) mas também as convencionais.
Antes da pesquisa ela disse que era uma vítima da desinformação, mesmo sendo filha de produtores e com um irmão engenheiro agrônomo. Quando perguntava para o irmão sobre transgênicos, a resposta que recebia era que "1 gene a mais, 1 gene a menos não faria diferença". Hoje, disse a autora, o irmão mudou de opinião.
Quando o assunto se voltou para a Equivalência Substancial, depois de ter visto o documentário e lido o livro, vê-se claramente que foi uma decisão política, para que não houvesse necessidade de estudos sobre os GMOs. A equivalência substancial é um princípio de que os transgênicos não diferem ou têm diferenças insignificantes (Pg 162 do livro: "Na maioria dos casos, as substâncias que se espera tornarem-se componentes de alimentos como resultado da modificação genética serão as mesmas ou substancialmente similares a substâncias comumente encontradas em alimentos). Assim, assume-se que não há diferenças significativas que exijam estudos.
o que será do mundoNo início a autora tinha medo de ser processada para se prevenir, cada palavra do livro e do documentário foram analisadas pelo melhor advogado de Paris. Além disso, quem faz as afirmações são pessoas próximas da própria empresa, e não ela, e são comprovadas.
Um coisa interessante foi que o filme estava legendado em português, porém, não era o filme oficial. O documentario foi traduzido para o inglês, francês e alemão, oficialmente. Ele ainda não foi traduzido para espanhol e português porque a Marie-Monique Robin disse não haver encontrado um empresa séria na qual ela pudesse confiar aqui na América Latina. O medo dela é que a Monsanto compre essa empresa e detenha os direitos autorais, retirando do mercado o filme. Assim, o filme apresentado foi uma cópia pirata! e ela mesma disse isso. O filme passou numa TV francesa, e mesmo assim, vendeu milhares de cópias... o que é uma coisa inédita para um filme que passa pela TV. As pessoas quiseram tê-lo como um documento.

Quando a empresa e as pessoas envolvidas são questionadas sobre o documentário a resposta é: "No comments". Ou seja, quem cala consente!
No fim, a autora sugere que sejam feitos estudos sobre as consequências da manipulação dos genes.
Segundo Marie-Monique, não se trata de uma conspiração global, mas sim, de DESINFORMAÇÃO. As informações, os estudos, os documentos estão todos na net... procura quem quer, se informa quem quer (às vezes, é muito cômodo se manter na ignorância e não tomar conhecimento do que está ocorrendo e de como lutar contra isso).
o poder do consumidor
É possível mudarmos o rumo para o qual os transgênicos estão nos levando. Os consumidores têm o poder. Faça uso do seu. Rejeite produtos geneticamente modificados. Compre produtos orgânicos e se possível do local.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aprovada a importação de soja da Monsanto pela Comissão Européia

A Comissão Européia aprovou, dia 04/12, a importação de soja produzida com a semente geneticamente modificada Roundup Ready 2, desenvolvida pela Monsanto.
monsanto logo
Em 10 anos, a soja poderá ser vendida em todos os 27 países-membros da União Européia, anunciou em Bruxelas nesta quinta-feira (04/12) o órgão executivo do bloco.



quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Mundo Segundo Monsanto (Le Monde Selon Monsanto)

É segunda-feira próxima o lançamento da versão em português do livro Le Monde Selon Monsanto. Haverá a exibição do documentário legendado, seguido de debate com a autora do livro. 
Vai ser em São Paulo, no anfiteatro da Geografia na USP. A entrada é gratuita.

Não dá para perder! Divulgue!!

Maiores detalhes em: Outra Agricultura

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Espanha é dos transgenicos

europa sem ogm"A Comissão do Meio Ambiente, Agricultura e Pescas do Congresso do estado espanhol rejeitou dia 26/11 uma moção que visava iniciar os procedimentos para tornar a Espanha um território livre de transgénicos. A Espanha é o principal produtor de transgénicos na Europa, com mais de 80 mil hectares oficialmente cultivados. A iniciativa apresentada pelo Grupo Parlamentar Esquerra Republicana-Izquierda Unida-Iniciativa per Catalunya Verds defendia que a Espanha deveria optar por uma política de produção agrícola de qualidade, a qual é posta em causa por uma coexistência impossível entre cultivos de organismos geneticamente modificados (OGM) e cultivos convencionais ou ecológicos."
Sete países europeus rejeitam os transgênicos.
Fonte: Gaia.org

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Controle de natalidade? Para quê? Já temos o milho transgênico!

Estudo austríaco mostra que milho transgênico afeta a saúde reprodutiva em ratos. O estudo foi publicado ontem, dia 11 de novembro.
O estudo, que foi um dos mais longos conduzidos com alimentação geneticamente modificada, mostrou que a fertilidade dos ratos alimentados com milho GM foi altamente prejudicada, com menor descendência (até a 3ª e 4ª geração) quando comparado com os ratos alimentos com milho convencional.
Apesar dos vários trabalhos nesta área, os transgênicos continuam ganhando mais e mais espaço, invadindo nossos lares. Quem ganha com isso?
Abaixo, texto extraído do Greenpeace.

milho transgenico"Austrian scientists performed several long-term feeding trials with laboratory mice over a course of 20 weeks. One test - the so-called "reproductive assessment by continuous breeding" showed that mouse parents fed on a diet containing 33 percent of a Monsanto owned GE maize variety (NK 603 x MON 810) experienced a decrease in litter size and weight by the time they gave birth to their third and fourth litters. Mice fed on a closely-related non-GE maize had normal reproduction cycles.

Of mice and men…

The study is further evidence that the food and feed safety of GE crops cannot be guaranteed. The biotech industry is playing a game of genetic roulette with our food and with health.
The reproductive ramifications of this GE maize were totally unexpected - regulators around the world have previously considered this variety to be as safe as non-GE varieties: a potentially devastating error.
That alone should be a good enough reason to close down the whole biotech industry.

Protect consumers, not Monsanto's interests

The Austrian study should be carefully considered by food safety agencies around the world. The European Food Safety Agency (EFSA), for example, gave this same variety the "green light" in 2005, relying solely on Monsanto's data. The EFSA reported that it "considers it unlikely that NK603 x MON810 maize will have any adverse effect on human and animal health.
In effect, EFSA gave the thumbs-up to a GE variety that this latest study highlights potential danger to human health and reproduction. Clearly EFSA's GMO panel is in urgent need of reform.

Recall GE worldwide

Summarising his findings, Prof. Dr. Jurgen Zentek, Professor of Veterinary Medicine at the University of Vienna - the lead author of the study - said the differences between the mice was statistically significant, and that this effect could be attributed to the differences in food sources.
The GE maize variety in question has been approved for planting and food use in several countries, including the US, Argentina, Japan, the Philippines and South Africa. In Mexico and the EU, it has been approved for food and feed use. Considering the severity of the potential threat, Greenpeace is demanding a recall of genetically-engineered food and crops from the market, worldwide."

Fonte: Greenpeace International

Transgênicos: produtor é refém das indústrias

produtor refem dos transgenicos
Esta semana, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse que o pacote tecnológico de transgênicos mantém o produtor brasileiro refém da indústrias e que o custo desse tipo de produção tem crescido mais do que o das lavouras convencionais.
Os preços de custo dos [produtos agrícolas] transgênicos certamente aumentarão com a alta do dólar e isso acabará estourando no produtor.

"Por isso, temos defendido cada vez mais o uso de lavouras convencionais, com fertilizantes e adubos convencionais, que hoje estão muito mais baratos", disse Cassel.
O ministro avalia que a crise não está repercutindo nas atividades dos pequenos e médios produtores, especialmente na obtenção de créditos. Essas fontes ainda não foram atingidas e têm sido preservadas. Faz parte da estratégia do governo garantir a produção de alimentos para atravessar o período de crise, e a população mais pobre do campo produz 70% dos alimentos consumidos no país", explicou Cassel
.

domingo, 9 de novembro de 2008

Alimentos orgânicos têm mais substâncias funcionais que os convencionais

O que há muito tempo atrás já era dito pelos consumidores de orgânicos, agora está comprovado. Os alimentos orgânicos têm mais substâncias funcionais que os convencionais. Essa foi a pesquisa da Maria Rossetto do Instituto de Biociências (IB) da Unesp:

alimentos organicos"Os alimentos cultivados de maneira orgânica possuem maiores concentrações de substâncias que apresentam propriedades funcionais como ação antioxidante, anticancerígena e estimulante do sistema cognitivo se comparados aos produzidos de maneira convencional.

Esses foram os resultados de estudos desenvolvidos no Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, pela pós-doutoranda Maria Rosecler Miranda Rossetto, que analisou beterraba, brócolis, oura e couve, convencionais e orgânicos, obtidos por meio de seis produtores do município de Botucatu, e pela doutoranda Suraya Abdallah da Rocha, que avaliou partes de 20 vegetais, geralmente descartadas, como cascas, folhas e talos.

Entre as substâncias estudadas pelas pesquisadoras estiveram os compostos fenólicos e flavonóides que servem para “seqüestrar” os radicais livres encontrados em excesso no organismo humano, modular enzimas do processo inflamatório e quelar metais. Além da propriedade antioxidante, que contribui na prevenção de uma série de doenças crônicas degenerativas, eles são benéficos ao sistema cognitivo e atuam como agentes anticancerígenos.

Suraya destaca que os fenóis totais foram mais elevados nas folhas de mandioca e de uva cultivadas de modo orgânico, enquanto que, no cultivo convencional, os talos, a casca de berinjela, as folhas de brócolis e rabanete, apresentaram maiores teores dessa substância.

Ainda segundo ela, em relação à quantia de flavonóides totais, algumas espécies não apresentaram diferenças significativas entre os modos de cultivo estudados, como as cascas de abóbora, berinjela, laranja e maracujá; a folha de rabanete; e os talos de brócolis e couve. Ainda, segundo ela, apenas a casca de banana, a folha de cenoura e a de uva, cultivadas de modo orgânico, apresentaram maiores teores de flavonóides.

Na couve, os níveis de flavonóides foram significativamente maiores na produção orgânica e, na beterraba, a tendência foi de mais acúmulo de compostos fenólicos na casca, talo, polpa e folha.

Sobre essas substâncias, Maria Rosecler salienta ainda que, nas ramas de cenoura a quantia de flavonóides supera em cem vezes o teor presente na polpa desse alimento.

Outra análise foi em relação aos carotenóides, pigmentos responsáveis pelas cores de frutas, raízes, tubérculos e folhas de hortaliças, que são importantes fontes de vitamina A e não têm ação cumulativa no organismo humano, além de prevenir contra o câncer.

Nesse caso, segundo a pós-doutoranda, os brócolis oriundos de sistema de produção convencional apresentaram 42% a mais de carotenóides totais em relação aos produtos de origem orgânica.

“Entretanto, quando comparados com a curva de beta-caroteno (pró-vitamina A), os brócolis orgânicos contêm cerca de 50% a mais dessa substância. O mesmo é observado para polpas de cenoura convencionais e orgânicas”, explica Maria Rosecler.

Ainda de acordo com ela, esse tipo de substância foi encontrado em maior quantidade nas folhas de cenouras orgânicas, que superam em aproximadamente 25% o valor presente no produto convencional.

Os teores de glicosinolatos, substâncias com alto potencial anticancerígeno, também foram avaliados. Os ensaios realizados apontaram que brócolis e couve cultivados sob o sistema orgânico possuem maior quantidade de glicosinolatos totais.

Também compuseram as análises as poliaminas, principalmente, putrescina, espermidina e espermina. Segundo Maria Rosecler, a alta ingestão desses tipos de poliaminas está associada à proliferação de células cancerígenas, porém, ela destaca que o consumo em doses adequadas, apresenta efeito contrário, desempenhando ação preventiva.

Nos trabalhos realizados pelas pesquisadoras, foi possível observar que os alimentos orgânicos detêm maiores quantidades de poliaminas no geral, mas esses níveis foram encontrados em valores inferiores à quantia tóxica e ao teor presente em carnes.

Para a pós-doutoranda, essas maiores concentrações nos tecidos de vegetais orgânicos podem estar associadas à resistência que essa substância confere às plantas, preservando-as dos diferentes tipos de estresse.

As pesquisas desenvolvidas por Maria Rosecler e Suraya que tiveram, respectivamente, supervisão e orientação da professora Giuseppina Pace Pereira Lima, do Departamento de Química e Bioquímica do IB, ainda identificaram menor concentração de nitrato, substância altamente carcinogênica, em plantas oriundas do sistema orgânico.

Cozimento
Maria Rosecler também analisou se há perda de carotenóides após o cozimento de beterraba, brócolis, cenoura e couve. Ela descobriu que, depois desse processo, alguns produtos orgânicos perderam menos ou passaram a apresentar maior teor dessa substância.

“Um exemplo é a polpa de cenoura que teve um aumento de 39,22%, enquanto as convencionais acumularam apenas 4%”, explica.

Em brócolis, foi constatado um aumento proporcional de carotenóides nos dois modos de cultivo. No caso da beterraba, as perdas foram menores no sistema de produção orgânico, sendo que o nível de redução de carotenos foi maior com a ampliação do tempo de aquecimento do vegetal."

Fonte: Entrelinhas

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Monsanto compra Canavialis e Alellyx - vem aí a cana-de-açúcar transgênica...

Nós estamos em guerra, mas não queremos saber.... preferimos nos manter nessa "falsa tranquilidade" para não termos que abrir os olhos e reagir - preferimos deixar para que os outros se manifestem por nós, lutem por nós... mas será que vai surgir este herói ou somos nós, o herói das nossas vidas?
A guerra atual é silenciosa... ela se dá através de grandes corporações que dominam o básico da vida: a alimentação e a água. Agora também o combustível. 
São empresas que apresentam o controle da produção de sementes, o domínio da compra e venda dos alimentos, o controle da água... enfim, são empresas, que controlam os governos, estes controlam o povo, que compram os produtos dessas empresas, aumentando o seu lucro e o seu poder.


Por que tanto alarme? Porque a Monsanto além de ser dona de grande parte das sementes (convencionais também) agora comprou 2 empresas que trabalham com cana-de-açúcar, entrando assim, no campo dos biocombustíveis... o etanol.
cana de acucar transgenica"A americana Monsanto, líder global em biotecnologia para a agricultura, anunciou nesta segunda-feira que pagará US$ 290 milhões pelas operações das brasileiras Alellyx e CanaVialis, empresas do grupo Votorantim que atuam no desenvolvimento tecnológico de variedades agrícolas, com ênfase em cana-de-açúcar.


O negócio permitirá à multinacional a diversificação de seu portfólio agrícola e também, segundo a empresa, leva em conta o potencial da cana-de-açúcar para a produção de etanol.
"A demanda global por açúcar bruto e por biocombustíveis está começando a crescer em uma velocidade maior que os níveis atuais de produção de cana-de-açúcar, uma cultura essencial para atender essas demandas", disse o vice-presidente executivo de estratégia global da Monsanto, Carl Casale, em um comunicado.

A Alellyx, empresa que atua em desenvolvimento biotecnológico desde 2002, e a CanaVialis, que trabalha com melhorias de varidades de cana-de-açúcar desde 2003, já tinham acordos com a Monsanto, firmados em 2007, para o desenvolvimento de cana resistente ao herbicida glifosato (Roundup Ready) e ao ataque de insetos, com a tecnologia Bt.
"O expertise da Monsanto combinado com os conhecimentos da CanaVialis e Alellyx vão ajudar produtores a aumentar substancialmente a produtividade em um período mais curto de tempo", declarou o diretor-executivo da Votorantim Novos Negócios, Fernando Reinach.
A CanaVialis tem contratos com 46 usinas de cana no Brasil que produzem em uma área de 1,1 milhão de hectares.

cana de acucar transgenica
A Alellyx é uma empresa pioneira na área de biotecnologia no Brasil. Ela foi fundada por um grupo de biólogos moleculares que haviam trabalhado no sequenciamento genético da bactéria Xylella fastidiosa, causadora da praga do amarelinho nos cítricos, bem como de outros organismos dentro de Projetos Genoma paulistas, brasileiros e internacionais."

Fonte: UOL/Reuters

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Líderes europeus se reunem secretamente para acelerar a entrada de OGM na Europa

O meu amigo, OEscriba, me enviou esta notícia escandalosa sobre os transgênicos na Europa e tive que fazer um post sobre o assunto... um complô na Comissão Européia...


Este domingo, The Independent on Sunday revelou um escândalo na Europa. Os dirigentes de 27 países da União Européia se reuniram secretamente para acelerar os processos de autorização dos cultivos transgênicos, contrariar a oposição, acalmar a população e intervir a favor dos representantes da indústria.

O artigo resume alguns documentos confidenciais bastante espantosos. As reuniões secretas foram convocadas por José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia, e presididas por seu chefe de cabinete, João Vale de Almeida. A pedido de Barroso, cada primeiro-ministro dos 27 países consequencias dos transgenicosnomeou um representante especial. Para a França, se tratou de um colaborador próximode Nicolas Sarkozy. Como pauta, um assunto urgente e altamente estratégico: encontrar meios de acelerar a entrada das culturas transgênicas e de persuadir os cidadãos europeus à aceitá-la.

Na Europa, atualmente, as populações são majoritariamente contrárias, mesmo naqueles países que autorizam os transgênicos, como a Espanha. Isso obriga alguns governos à bloquearem certas decisões. Mas a Comissão Européia não mais pergunta aos governos, não mais se explica à alguma juridição, afinal, ela é a Europa. A Comissão européia vai fazer valer as suas escolhas, como ela tem esse direito. As reuniões confidenciais são para "resolver" essa discórdia.

As conclusões demonsanto venenostas reuniões mostram claramente que os 27 países desejam "acelerar os processos de autorização baseando-se em avaliações sólidas, a fim de tranquilizar a opinião pública." E a melhor maneira de tranquilizar a opinião pública é incitar os representantes da agricultura e da indústria, exemplo ao acaso, a Monsanto - à se fazer mais ouvida que os ecologistas. Os documentos deixam, por fim, alguns conselhos: para "se ocupar melhor da opinião pública", é necessário " um diálogo não passional e baseado nas normas elevadas da política OGM da União Européia". Aliás, Barroso insiste sobre "o papel da insdústria, dos parceiros econômicos e da ciência para participar ativamente neste diálogo", para tranquilizar os "cidadãos que se sentem mal informados". Ainda complemente que o debate "não deve ser deixado à certos grupos que aí veêm um interesse legítimo mas material."

Abaixo, o texto extraído do jornal The Independent:

Gordon Brown and other EU leaders in campaign to promote modified foods

By Geoffrey Lean
Sunday, 26 October 2008

Gordon Brown and other European leaders are secretly preparing an unprecedented campaign to spread GM crops and foods in Britain and throughout the continent, confidential documents obtained by The Independent on Sunday reveal.

The documents – minutes of a series of private meetings of representatives of 27 governments – disclose plans to "speed up" the introduction of the modified crops and foods and to "deal with" public resistance to them.

And they show that the leaders want "agricultural representatives" and "industry" – presumably including giant biotech firms such as Monsanto – to be more vocal to counteract the "vested interests" of environmentalists.

News of the secret plans is bound to create a storm of protest at a time when popular concern about GM technology is increasing, even in countries that have so far accepted it.

Public opposition has prevented any modified crops from being grown in Britain. France, one of only three countries in Europe to have grown them in any amounts, has suspended their cultivation, and resistance to them is rising rapidly in the other two, Spain and Portugal.

The embattled biotech industry has been conducting a public relations campaign based round the highly contested assertion that genetic modification is needed to feed the world. It has had some success in the Government, where ministers have been increasingly speaking out in favour of the technology, and in the European Commission, with which its lobbyists have boasted of having "excellent working relations".

The secret meetings were convened by Jose Manuel Barroso, the pro-GM President of the Commission, and chaired by his head of cabinet, Joao Vale de Almeida. The prime ministers of each of the EU's 27 member states were asked to nominate a special representative.

Neither the membership of the group, nor its objectives, nor the outcomes of its meetings have been made public. But The IoS has obtained confidential documents, including an attendance list and the conclusions of the two meetings held so far – on 17 July and just two weeks ago on 10 October – written by the chairman.

The list shows that President Nicolas Sarkozy of France and Chancellor Angela Merkel of Germany sent close aides. Britain was represented by Sonia Phippard, director for food and farming at the Department of Environment, Food and Rural Affairs.

The conclusions reveal the discussions were mainly preoccupied with how to speed up the introduction of GM crops and food and how to persuade the public to accept them.

The modified products have to be approved by the EU before they can be sown or sold anywhere in Europe. But though the Commission officials are generally strongly in favour, European governments are split, causing the Council of Ministers, on which they are represented, to be deadlocked.

In that event the bureaucrats on the Commission wave them through anyway. They are legally allowed to do this, but overruled governments and environmental groups are unhappy.

The conclusions of the first meeting called for the "speeding up of the authorisation process based on robust assessments so as to reassure the public", while the second one added: "Decisions could be made faster without compromising safety."

But the documents also make clear that Mr Barroso is going beyond mere exhortation by trying to get prime ministers to overrule their own agriculture and environment ministers in favour of GM. They report that the chairman "recalled the importance for prime ministers to look at the wider picture", "invited the participants to report the discussions of the group to their heads of governments", and "stressed the importance of drawing their attention to ongoing discussions in the Council [of Ministers]".

Helen Holder of Friends of the Earth Europe said: "Barroso's aim is to get GM into Europe as quickly as possible. So he is going straight to prime ministers and presidents to tell them to step on their ministers and get them into line."

The conclusions of the meetings on public opposition are even more incendiary. The documents ponder "how best to deal with public opinion" and call for "an emotion-free, fact-based dialogue on the high standards of the EU GM policy". And they record the chairman emphasising "the role of industry, economic partners and science to actively contribute to such a dialogue". He adds that "the public feels ill-informed" and says "agricultural representatives should be more vocal". And in a veiled swipe at environmental groups he says that the debate "should not be left to certain stakeholders who have a legitimate but vested interest in it".

What they say

'We have to feed an extra 2.5 billion people. It would be extraordinary if we chose not to exploit the most important breakthrough in biological science'

Professor Allan Buckwell

'New developments will benefit the world's poorest farmers: GM rice that is drought-resistant; transgenic crops with genes to protect against disease'

Lord Dick Taverne, Sense About Science

'GM crops pose unacceptable risks to farmers and the environment and have failed to increase yields despite funding at a cost of millions to UK taxpayers'

Kirtana Chandrasekaran, FoE

'GM crops do not increase yields. Scientists have found genetically engineered insecticide in crops can leak and kill beneficial soil fungi'

Peter Melchett, Soil Association

Q & A: The trouble with modified crops

How much GM is grown in Europe?

Very little. The documents boast the area increased by 21 per cent last year, proving "growing interest". But it still only covered 0.119 per cent of Europe's agricultural land.

What are the problems?

Mainly environmental. Official trials in Britain showed that growing GM crops was worse for wildlife than cultivating conventional ones. Worse, genes escape from the modified plants to create superweeds and to contaminate normal and organic crops, denying consumers a choice to be GM-free.

Do they endanger health?

Hard to tell. Some studies show that they may do, others (including almost all those by industry) are reassuring. The trouble is that very few truly independent, peer-reviewed research has been done. Most consumers have sensibly concluded that they would sooner be safe than sorry, particularly as they get no benefit from buying GM.

Can they feed the world?

Almost certainly not. Despite all the hype, present GM varieties actually have lower yields than their conventional counterparts. The seeds are expensive to buy and grow, so wealthy developing-world farmers would tend to use them and drive poor ones out of business, increasing destitution. The biggest agricultural assessment ever conducted – chaired by Professor Robert Watson, now Defra's chief scientist – recently concluded that they would not do the job.


Fonte: The Independent

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Rotulagem de transgênicos... mais uma vez na corda bamba


Mais uma vez querem tirar o direito do consumidor...
Mais uma vez querem nos obrigar a comer transgênicos...
Abaixo, um trecho do Boletim 416 de 24/10/08 - Por um Brasil Livre de Transgênicos, com muitas informações sobre o que está ocorrendo no Senado:

"Ataques à rotulagem, de novo!
Por diversas vezes noticiamos as tentativas da bancada ruralista de acabar com a exigência da rotulagem dos alimentos transgênicos, determinada pelo Decreto 4.680/03. Até recentemente, o Projeto de Lei que buscava restringir a rotulagem era assinado pela senadora Kátia Abreu (DEM/TO), que nos últimos meses foi alvo de denúncias de corrupção, incluindo o favorecimento do milionário Eike Batista em disputa que envolvia o banqueiro Daniel Dantas (ver Boletim 403). Também pesam contra a senadora suspeitas de que R$ 650 mil da Confederação Nacional da Agricultura - CNA tenham financiado ilegalmente sua campanha.
Persistentes na luta pelo fim da rotulagem, os defensores dos transgênicos articularam a apresentação de um novo PL, este na Câmara dos Deputados, por outro parlamentar da bancada ruralista, o gaúcho e velho conhecido Luis Carlos Heinze (PP/RS).
O PL n° 4.148/08, apresentado esta semana, vem exatamente no momento em que começa a ser plantada a primeira safra de milho transgênico, produto que entrará em larga escala na alimentação dos brasileiros.
Uma semana antes da apresentação do PL, o ILSI (Instituto Internacional de Ciências da Vida) realizou seminário em Brasília sobre transgênicos. Membros da CTNBio não pagaram a taxa de inscrição de R$ 500. Durante a reunião, ganhou força o argumento que a rotulagem não faz sentido uma vez que a CTNBio já atestou que os produtos são seguros e podem ser comercializados. Para a turma da transgenia, o rótulo é um elemento que afronta o livre comércio, que serve de propaganda negativa para empresas.
É sempre bom esclarecer que integram o Conselho Científico e Administrativo do ILSI-Brasil representantes da Monsanto, Syngenta, Bayer, Milênia Agro Ciências, Kraft Foods, Coca-Cola e Mead Johnson Nutritionals.
O cerne do PL ora proposto por Heinze é claramente explicado por uma funcionária da Monsanto dirigida a uma indústria de alimentos que não usa transgênicos, e que acabou na internet:
Prezada,
Envio para seu conhecimento, o texto do Projeto de Lei que o Deputado Luis Carlos Heinze apresentou ontem, na Câmara dos Deputados.
O PL n° 4148/08 (em anexo), altera as regras atuais de rotulagem de alimentos com OGM's.
De forma resumida, os pontos abordados são os seguintes:
. altera a situação atual do “produzido a partir de...” , para o “produzido com...”
. estabelece o limite de 1%, baseado na detecção e elimina a possibilidade da rotulagem baseada na rastreabilidade;
. elimina o símbolo;
. elimina a menção da espécie doadora do gene;
. elimina a necessidade de rotular produtos derivados de animais alimentados com ração GM.
Entendemos que a questão atual da rotulagem dos produtos derivados de milho seria resolvido caso este PL venha a ser aprovado.
Abraços,
Silvia M Yokoyama
Monsanto do Brasil Ltda.
Será tudo isso obra do acaso ou será que a empresa está por trás deste Projeto de Lei? A frase da funcionária da Monsanto é claríssima ao dizer que a nova lei “resolveria” o problema da rotulagem. Traduzindo em miúdos: não haveria rotulagem alguma!
De acordo com a ONG Transparência Brasil, a empresa Nortox está entre as principais doadoras da campanha de Heinze. Junto com Monsanto, a Nortox divide o controle do mercado do glifosato, ingrediente ativo dos herbicidas usados nas lavouras transgênicas Roundup Ready, como a soja e os dois milhos liberados recentemente pela CTNBio (a listagem completa dos doadores está disponível em www.transparencia.org.br e apresenta os nomes de empresas ligadas às produções de fumo, papel e celulose e fertilizantes).
A incansável luta dos defensores dos transgênicos contra a rotulagem dá o que pensar sobre o assunto: se estes produtos fossem tão seguros ou vantajosos quanto seus defensores alegam, qual seria o problema de informar a natureza transgênica dos alimentos no rótulo? Os produtores orgânicos fazem questão de informar como seus alimentos foram produzidos. Por que a comercialização dos alimentos transgênicos só estará “resolvida” se a origem dos alimentos for escondida da população?
A tramitação do PL deve ser definida na próxima semana pela Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Novamente, será necessária uma forte mobilização da sociedade civil e dos parlamentares comprometidos com o interesse público para evitar mais este retrocesso na legislação relativa aos organismos transgênicos.
Escreva uma mensagem para o deputado Luis Carlos Heinze dep.luiscarlosheinze@camara.gov.br
Para saber mais: Boletim 416.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Polônia diz Não à soja transgênica

"Estimulados pelo aumento da demanda mundial, sobretudo da União Européia, produtores investem, já a partir deste mês, no plantio de soja não transgênica. Cada saca produzida recebe um prêmio que varia entre R$ 1 e R$ 2 sobre a cotação normal da soja. Ainda é um prêmio pequeno, dizem os produtores. Mas, como o mercado é recente, a tendência é a de que o bônus aumente com a expansão das exportações.

Há cerca de um mês, o Grupo André Maggi, a Brejeiro, a Caramuru Alimentos, a Imcopa e a Vanguarda, cinco dos maiores produtores e fornecedores de soja não transgênica do País, soja transgenicaanunciaram, em São Paulo (SP), a criação da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da produção brasileira deste tipo de grão, explica o secretário-executivo da Abrange, Ricardo Tatesuzi de Sousa. "É um mercado de enorme potencial", diz. "A Polônia, por exemplo, acabou de anunciar que só importará soja não transgênica, com demanda inicial de 2 milhões de toneladas." Além da Europa, Coréia do Sul e Japão também são potenciais compradores."

Fonte: Estadão

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Documentários sobre transgênicos

documentarios sobre transgenicos
No Critical Docs, um blog muito interessante que encontrei semana passada, há diversos documentários sobre alimentação, corporações, economia, energia, capitalismo, ambiente, enfim, sobre muita coisa interessante. Há também sobre transgênicos, são esses dois links:
O Futuro da Comida, revela uma aprofunda investigação acerca da preocupante verdade que se esconde atrás dos transgênicos que calmamente invadem o mercado.
E mais um link para O Mundo Segundo Monsanto, em inglês e alemão.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lucro da Monsanto aumenta 36%

Mesmo durante crise agrícola e financeira mundial, os transgênicos e os agrotóxicos levantam a empresa...
A empresa de biotecnologia agrícola norte-americana Monsanto informou hoje que teve prejuízo maior do que o esperado pelo mercado no quarto trimestre fiscal, terminado em setembro, citando a volatilidade que as companhias enfrentam neste momento, em razão das incertezas em relação ao mercado de crédito e de commodities. A companhia teve um prejuízo líquido de US$ 172 milhões, ou US$ 0,31 por ação, comparado a perdas de US$ 210 milhões, ou US$ 0,39 por ação, do mesmo período do ano anterior. Analistas previam um resultado negativo de US$ 0,09 por ação. O faturamento da companhia cresceu 35%, indo de US$ 1,51 bilhão para US$ 2,05 bilhões.

Já em todo o ano fiscal, o lucro líquido avançou 36% para US$ 11,36 bilhões e a companhia anunciou que aumentou sua meta de lucro bruto para 2012 de US$ 8 bilhões para uma margem entre US$ 9,5 bilhões e US$ 9,75 bilhões. Há pouco, suas ações subiam 6,03%, negociadas a US$ 78,66 na NYSE (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês).


Fonte: Último Segundo

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Leite ganha etiqueta "Sem OGM" na Alemanha

Tomara que outras empresas sigam este exemplo!

leite landliede (Campina)rotulado como sem OGMO leite da marca alemã Landliede (Campina) será rotulado como "Sem OGM" pela ausência de utilização de transgênicos na alimentação das vacas leiteiras, afirmou o Greenpeace.

O grupo Campina é a primeira grande empresa leiteira européia à adotar uma política "não OGM", informou o Greenpace num comunicado.

A ONG de proteção ao ambiente pede à indústria leiteira francesa e européia de seguir este exemplo e renunciar aos OGM em toda a cadeia de produção.

"A maior parte dos consumidores não querem leite de vacas alimentadas com OGM", afirma Alexander Hissting, do Greenpeace Alemanha.

Fonte: Romandie.com

Os transgênicos estão sendo empurrados goela abaixo nos brasileiros, mas nós não temos que aceitar. Se informe sobre quais são os produtos transgênicos vendidos no Brasil no Guia do Consumidor do Greenpeace.

Quando fazemos compras, fazemos política!

Importação de milho e algodão transgênicos para testes

Enquanto as empresas aguardam a autorização para início dos testes de campo dos transgênicos no Brasil, nos estados de SP, PR, RS e GO (abaixo), a Embrapa faz parceria para produção de milho transgênico, sendo que os próximos alvos são a mandioca e o feijão.

Uma multinacional aguarda liberação da Comissão Técnica Nacional de Biosegurança para importação de 16,96kg de sementes de milho geneticamente modificadas resistentes a insetos e tolerante ao glifosato MON 89034x MON 88017. O produto, oriundo dos Estados Unidos será destinado às algodao transgenicounidades operativas da empresa, localizadas em Não-Me-Toque (RS), Rolândia (PR), Santa Cruz das Palmeiras (SP), Santa Helena de Goiás (GO), bem como Sorriso.

As sementes serão utilizadas no plantio da liberação planejada no meio-ambiente. Em trinta dias a comissão deve julgar o pleito. A mesma empresa também requer da CTNBio parecer técnico para liberação planejada de milho geneticamente modificado e resistente a insetos, tolerante ao glufosinato de amônio e ao glifosato MON 89034 x TC1507 x MON88017x DAS-59122-7 e suas combinações. A proposta tem como objetivo testar a eficácia do material, no controle de lepidópteros praga e larva alfinete.

Os experimentos serão conduzidos nas estações experimentais nas mesmas cidades dos respectivos Estados. A área total da liberação planejada será de 0,54 hectares, sendo que a área com o organismo geneticamente modificado será de 0,46 ha. A

A importação de 14,46kg de algodão geneticamente modificado também encontram-se em análise.

As empresas e instituições de pesquisa, em sua maioria, não têm como intenção ajudar os agricultores... sua intenção principal é produzir cultivares que possam ser vendidas para depois cobrar royalties, aumentando assim o volume de dinheiro de suas próprias carteiras. Afinal, se a intenção é ajudar o produtor, veriam que a área de transgênicos e o interesse dos produtores no Mato Grosso está diminuindo, e se focariam em algo mais útil à agricultura:

Alto custo do glifosato e logística em favor das regiões oeste e noroeste do Estado fazem variedade retroceder na lavoura a cada safra. Tecnologia OGM que já foi vista como ‘salvação da lavoura’ se revela agora em MT, uma variedade cheia de ‘poréns´.

Vedete das lavouras nas safras de 2004, 2005 e 2006, os transgênicos ou OGMs (organismos geneticamente modificados) começam a perder espaço para a soja convencional em Mato Grosso, principalmente na região oeste e noroeste, em lavouras localizadas em Campos de Júlio e Sapezal, por exemplo, onde a presença do grão OGM recua para cerca de 5% da área plantada. A elevação de até 70% nos preços do litro do glifosato – químico específico para este tipo de variedade – e a logística favorecida por meio dos portos de Itacoatiara e Santarém, fizeram com que os sojicultores retrocedessem no planejamento da cultura e optassem pela soja convencional, a isenta de trangenia.

...“O produtor está fazendo as contas antes de plantar e está chegando à conclusão de que trabalhar com OGMs hoje sai muito caro”, aponta o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Marcelo Duarte Monteiro...

Fonte: Circuito Mato Grosso e 24h News

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Resultado da reunião da CTNBio

A CTNBio aprovou na quinta-feira a liberação comercial de duas novas variedades de milho e de um tipo de algodão geneticamente modificado no país. O milho " Roundup Ready " , produzido pela multinacional americana Monsanto, e a variedade " GA21 " , desenvolvida pela européia Syngenta - maior empresa de sementes e defensivos do mundo -, foram aprovados por 16 votos favoráveis e quatro contrários. Ambos os produtos são tolerantes ao herbicida glifosato. O colegiado também aprovou a liberação comercial do algodão transgênico " Roundup Ready " , outro produto da Monsanto." Havia dois processos de 2004 e um de 2006. Então, o que fizemos foi nivelar as liberações aos tempos de entrada dos processos " , afirmou o presidente da CTNBio, o médico bioquímico Walter Colli. " É razoável que agora a CTNBio passe a analisar processos de 2006 para cá " , disse.

Também na reunião de quinta-feira, a comissão aprovou, ainda, a comercialização da vacina transgênica contra a circovirose suína desenvolvida pela companhia Intervet Veterinária.

Além das duas variedades de milho transgênico aprovados pela CTNBio, outros três tipos já haviam sido permitidos no Brasil: o milho tolerante ao herbicida glufosinato de amônia, desenvolvido pela alemã Bayer CropScience, além do milho " Bt Yieldgard " , da Monsanto, e da semente " Bt11 " , da Syngenta, ambos resistente a insetos.

A CTNBio também aprovou nesta movimentada reunião de quinta-feira sete pedidos de liberação planejada no meio ambiente, destinados a pesquisa de campo. Os integrantes da comissão aprovaram, ainda, uma resolução normativa para disciplinar essas liberações planejadas.

Serão exigidas das empresas interessadas, entre outras medidas de precaução, a utilização de curva de nível a cada metro de terreno experimental, além de declividade mínima para garantir o escoamento da água das chuvas. O colegiado da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança também aprovou alterações em Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) e em Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB) de empresas de biotecnologia.

Fonte: Mauro Zanatta - Valor Econômico

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Nova reunião da CTNBio para liberação de mais transgênicos

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) realiza nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19) a sétima reunião do ano para discutir dez solicitações de liberação comercial de organismos geneticamente modificados (transgênicos), 29 pedidos para liberação planejada no meio ambiente (pesquisas) e cinco pedidos de importação para fins de pesquisa.

Os integrantes da comissão retomam ainda as discussões sobre a minuta da Resolução Normativa nº 6, que trata das normas para Liberação Planejada no Meio Ambiente. Entre os pedidos de liberação constam uma solicitação para uma variedade de arroz, quatro pedidos para variedades de milho, três pedidos para liberação comercial de algodão, uma solicitação de uma variedade de soja e um pedido para liberação de uma vacina inativada contra circovirose suína.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Monsanto não pode mais processar agricultores da Califórnia


Ótima notícia para os agricultores que são vítimas dos processos da Monsanto, pelo menos os da Califórnia...

"Na última semana uma lei histórica protegendo os agricultores contra processos judiciais foi aprovada nos dois parlamentos da Califórnia. O Senado aprovou a lei por 23 votos contra 14, e a Assembléia Legislativa foi unânime a seu favor. A lei agora aguarda a sanção do governador Arnold Schwarzenegger.

“Estou muito orgulhoso que o meu gabinete, trabalhando com organizações historicamente opostas nesta polêmica questão, tenha sido capaz de encontrar caminhos de convergência e aprovar a primeira legislação sobre cultivos transgênicos na Califórnia”, declarou Jared Huffman. “Ainda há muito trabalho a ser feito em relação a outros aspectos da engenharia genética, mas a nova lei é um passo importante no estabelecimento de proteções básicas aos agricultores da Califórnia”.

A nova lei cria proteções contra ações judiciais movidas contra agricultores californianos que não foram capazes de evitar o inevitável -- a deriva de pólen ou sementes transgênicas para suas terras e a subseqüente contaminação de suas lavouras não transgênicas. Atualmente, agricultores cujas lavouras são contaminadas por sementes ou pólen patenteados têm continuamente sido alvo de ações judiciais movidas pelos proprietários das patentes biotecnológicas, particularmente a Monsanto. A lei também estabelece um protocolo obrigatório para amostragem, visando evitar que empresas de biotecnologia que estão investigando supostas violações de patentes coletem amostras de plantações sem a explícita autorização dos agricultores.

A lei tem o apoio de organizações tradicionalmente opostas na questão dos transgênicos, que estão confiantes de que o governador irá sancioná-la.

Informações sobre a lei estão disponíveis no endereço:
http://www.leginfo.ca.gov/cgi-bin/postquery?bill_number=ab_541&sess=CUR&house=B&author=huffman
Fonte: Nota à imprensa do The Genetic Engineering Policy Project, 31/08/2008."
Fonte: Boletim 409 - Por Um Brasil Livre de Transgênicos
Um passo para evitar os aburdos processos foi dado... tomara que inspire outros estados e países à protegerem seus agricultores inocentes da multinacional dos processos. Para maiores informações sobre Monsanto e seus processos: O depoimento de Percy Schmeiser, agricultor canadense processado pela Monsanto.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

UE autoriza a importação de soja transgênica


Há falta de matéria-prima como fonte protéica para alimentação animal na Europa, assim sendo, ocorre a importação desses alimentos de países produzem transgênicos, como os EUA, a Argentina e o Brasil. Excesso de soja transgênica nos mercados mundiais, como resolver o problema? Existe duas formas possíveis para solucioná-lo. A primeira seria estimular os mercados à ofertarem soja não-transgênica, favorecendo a produção local para diminuir a importação de soja na Europa, respondendo assim às expectativas dos consumidores (que não querem soja transgênica) e baseando-se num desenvolvimento rural mais sustentável. Outra opção é adotar o que o lobby das multinacionais da biotecnologia querem... mais dinheiro para o bolso (deles) e menos saúde para os consumidores e para o ambiente. E foi a 2ª opção que a União Européia adotou hoje em Bruxelas:
Fonte: Agência AFP

BRUXELAS - A União Européia (UE) autorizou nesta segunda-feira a importação de produtos que incluem uma variedade de soja transgênica (A2704-12) utilizada na alimentação de animais.

A autorização é válida por 10 anos e todo produto que contenha soja modificada deverá estar estritamente etiquetado e seguir as regras européias de rastreamento.

Os países da UE não conseguiram em julho passado fechar um acordo sobre pedidos de autorização de distintas variedades de soja e algodão transgênicos, submetendo assim a decisão à Comissão Européia.

O procedimento de confiar a decisão a Bruxelas é habitual há anos no caso dos pedidos de comercialização de um OGM (Organismo Geneticamente Modificado) e evita que os países europeus se exponham ao discutir o tema dos transgênicos, de grande sensibilidade pública.

O tipo de soja autorizada, conhecida como A2704-12, foi testado em agosto de 2007 pela Autoridade Européia da Segurança Alimentar (EFSA). O órgão considerou improvável que esta soja tenha efeitos indesejados para a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente.

O pedido de autorização havia sido apresentado em 2005 pelo grupo alemão Bayer CropScience para o mercado holandês.

A UE não deu licenças para o cultivo de plantas transgênicas, mas aceita a comercialização de espécies importadas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Soja RR, 1 só não basta... vem aí a próxima em 2013


"A segunda geração da soja transgênica RR da multinacional Monsanto deve chegar, em escala comercial, ao mercado brasileiro em 2013. A previsão é do vice-presidente de negócios da Monsanto Internacional, Kerry Preete, e conta com a agilidade na aprovação da cultivar pela CTNBio...
na nova variedade de soja além da resistência ao herbicida Roundup Ready, ainda inclui um gene BT que torna as plantas imunes à lagarta da soja...
para os produtores americanos a nova soja estará disponível em 2009..."
Fonte: Circuito Mato Grosso

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Abelhas buscam refúgio nas cidades

O Jorge (O Escriba) me enviou esta notícia muito interessante sobre o desaparecimento das abelhas e resolvi fazer um post a respeito.

A desordem de colapso das colônias (Colony Collapse Disorder) das colônias das abelhas é uma epidemia inimaginável, de um amplitude jamais vista,
iniciou-se primeiramente nos EUA e no Canadá, porém, já chegou à Europa. Na Alemanha, um quarto das colônias foram dizimadas. O desaparecimento das abelhas é um sinal de alarme para a sobrevivência da espécie humana, já que cerca de 1/3 dos alimentos do mundo são polinizados pelas abelhas. Aumentando, assim, a quantidade e qualidade das frutas, sementes e verduras, como maçã, pera, melão, nozes, abacates, soja, aspargos, brócolos, aipo, abóbora e pepino, laranjas, limões, pêssegos, kiwi, cerejas, morangos etc.

Mas o que está causando isso? Por que as abelhas estão morrendo? São os agrotóxicos? São os transgênicos? Um novo patógeno? Com certeza, a resposta está na combinação de vários agentes. E há tempos as abelhas vêm sofrendo com o uso, principalmente do agrotóxicos...
Em São Paulo, o uso de agrotóxicos para o vetor do "greening" está dizimando as colméias, a Alemanha proibiu o uso de 8 agrotóxicos devido à morte maciça das abelhas, e nos EUA, a Agência de Proteção Ambiental foi acusada de oculta informações sobre a toxicidade dos defensivos químicos nas abelhas. Contudo, infelizmente, o lobby dos defensivos é muito forte ($$$) e aqui no Brasil, enquanto a Anvisa queria reavaliar os estudos e dados científicos de 99 agrotóxicos, uma liminar do Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola) surgiu com acusações contra essa reavaliação.

Como já dizia Einstein: “Se as abelhas desparecessem da face da Terra, o Homem teria apenas quatro anos de vida”.


"Apicultores alemães estão levando suas abelhas para centros urbanos para evitar que o mel seja contaminado pelo milho transgênico. Em 2007, morreram cerca de 30% de sua população na Alemanha. Atualmente, 330 das 550 variedades de abelhas silvestres são consideradas espécies em perigo. Nos EUa, em 2007, em regiões de 24 Estados, até 70% da população de abelhas morreram em circunstâncias estranhas.
BERLIM – Para as abelhas alemãs, o campo já não é apenas o que costumava ser. Fugindo dos inseticidas e dos cultivos transgênicos, agora buscam abrigo nas cidades. No dia 15 de julho, seis apicultores alemães levaram suas abelhas até Munique para salvá-las do milho geneticamente modificado que foi plantado perto de sua aldeia, Kaisheim, a 80 quilômetros da cidade. “Se nossas abelhas entrarem em contato com o milho geneticamente modificado, e o mel for contaminado por ele, não poderemos vendê-lo”, disse à IPS Karl Heinz Bablock, um dos seis apicultores. Na Alemanha os transgênicos são legais, mas não podem ser destinados ao consumo humano.

Meses atrás, Bablock e vários colegas seus apresentaram uma demanda judicial contra os cultivos geneticamente modificados, mas o tribunal determinou que, com essas plantações são legais, eram os apicultores que deveriam levar suas colméias para outro lado. ‘É sabido que as abelhas passam 90% de seu tempo de vida em um perímetro de três quilômetros. Mas, podem voar até 10 quilômetros sem problema. Estamos realmente felizes pelo fato de a cidade de Munique ter dado abrigo às nossas abelhas”, disse o apicultor.

Thomas Radetzki, diretor da união de apicultores Millifera, disse que as abelhas permanecerão em Munique “até o fim do verão” (boreal”). “Em meados de agosto termina o período de crescimento do milho e poderão voltar para casa”, acrescentou. Estes movimentos de abelhas se tornaram comuns por toda a Alemanha. “mas, em algumas regiões, como Brandenburgo, próximo a Berlim, é quase impossível escapar dos transgênicos. Estão por todos os lados e as abelhas entram em contato com eles”, afirmou Radetzki à IPS. Mas, não é a única ameaça que enfrentam.

As mudanças climáticas na agricultura, com a introdução de monoculturas e o uso intensivo de pesticidas, obrigam as abelhas a buscar refúgio nas cidades. Peter Rozenkranz, entomologista na Universidade de Stuttgart, disse à IPS que as monoculturas estão privando as abelhas de seu habitat natural. “Após algumas boas semanas na primavera, as abelhas se vêem ameaçadas pela fome, porque avançando o ano quase não restam flores”, acrescentou. Imagens obtidas via satélite mostram que “em vastas regiões, especialmente na zona oriental do país, não há nada que sirva de alimento para as abelhas”, ressaltou.

E, se não bastasse isso, os cultivos estão saturados de inseticidas e pesticidas, que quase em sua totalidade resultam ser fatais para as abelhas. Apicultores do Estado de Baden Wurttemberg informaram sobre a morte de centenas de abelhas em maio. Culparam um componente químico do inseticida Poncho Pro, usado para proteger das larvas as sementes do milho. Mnafred Raff, diretor da associação regional de apicultores, disse à IPS que mandou analisar suas abelhas depois das mortes em massa. “Encontramos em seus corpos abundantes traços desse produto químico”, afirmou.

Como conseqüência de uma demanda judicial apresentada por Raff e outros 700 apicultores de BadenWurtemberg, a gigante da indústria química e farmacêutica Bayer admitiu que Poncho Pro causou a morte, mas culpou os produtores de sementes pelo uso indevido desse produto. Viver nas cidades se tornou mais atraente para as abelhas, “porque as áreas verdes recreativas e os jardins têm uma vegetação variada e exuberante, que floresce ao longo de vários meses, desde o começo da primavera até o fim do verão”, afirmou Rosenkranz.

“Nas cidades, as abelhas só precisam voar algumas centenas de metros, de um parque público a uma sacada e dali até um jardim para encontrarem suculentas flores, em sua maioria livres de inseticidas”, acrescentou Rosenkranz disse que as abelhas estiveram sob ameaça de extermínio durante anos. Em 2007, morreram cerca de 30% de sua população na Alemanha. Atualmente, 330 das 550 variedades de abelhas silvestres são consideradas espécies em perigo. O panorama se repete em outros países, especialmente nos Estados Unidos: em 2007, em regiões de 24 Estados, até 70% da população de abelhas morreram em circunstâncias estranhas.

O desaparecimento dessas polinizadoras por excelência teriam profundas conseqüências ambientais, que iriam muito além da falta de mel. A escassez de alimentos se agravará se as colônias de abelhas deixarem de polinizar frutas e vegetais. (IPS/Envolverde)."

Fonte: Carta Maior