segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Monsanto é apontada em Copenhague como a principal vilã do aquecimento global

Saiu na Isto É Dinheiro, Monsanto é apontada em Copenhague como a principal vilã do aquecimento global, apesar de sua maquiagem verde.


foto: AFP PHOTO DDP/NIGEL TREBL IN
A nova vilã do meio ambiente: manifestante protesta contra métodos de trabalho da Monsanto, acusada de poluir e desmatar


Na terça-feira 15, a multinacional americana Monsanto foi alvo de uma galhofa no mínimo incômoda. A empresa, que se tornou sinônimo de alimentos geneticamente modificados, "venceu" uma disputa nada agradável: o "Troféu Sereia Zangada". A iniciativa é encabeçada pela escritora e ativista Naomi Klein, conhecida nos bastidores das discussões climáticas mundiais e pertencente à ONG Amigos da Terra Internacional. O símbolo da campanha é uma sereia para lá de aborrecida com a poluição dos mares. A ideia, segundo os organizadores, é destacar as empresas que mais contribuíram para o aumento das emissões de gases causadores do aquecimento global. O anúncio aconteceu em meio aos debates da Cúpula do Clima, em Copenhague, e mostrou que dos dez mil votos contacontabilizados no site da premiação, a Monsanto ficou em primeiro lugar com 37%. A empresa fez jus ao prêmio porque, de acordo com a ONG, o avanço da soja transgênica tem contribuído para o desflorestamento. 
Para ler mais, acesse o Isto É Dinheiro

domingo, 20 de dezembro de 2009

CTNBio recua

Valor Econômico de 11 de dezembro de 2009
Biossegurança: Proposta do órgão era acabar com avaliação de eventuais riscos à saúde de humanos e animais CTNBio recua no fim do monitoramento

Sem apoio da maioria dos membros da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o presidente do colegiado, Walter Colli, decidiu ontem recuar parcialmente em sua proposta de acabar com a exigência de monitoramento de organismos geneticamente modificados (OGMs) no país.

Sob o apelo de vários cientistas, até dos mais favoráveis à liberação comercial dos transgênicos, Colli capitulou. "Se monitorar for apenas para alertar o sistema de saúde, e desde que não se exija responsabilidade de terceiros, ficamos com a RN 5 [resolução normativa] como está", afirmou o presidente da CTNBio.

Médico bioquímico e professor da USP, Colli insistiu na necessidade de refazer o texto da resolução que prevê o monitoramento pós-liberação comercial dos transgênicos por cinco anos. "Temos que separar monitoramento ambiental do humano e animal. Minha proposta era um 'bode na sala'. Mas o novo texto tem que prever monitoramento como observação, e não transferir obrigação para empresas", disse. E emendou: "Não vai acabar a análise de risco, mas o monitoramento de seres humanos e animais".

Na longa reunião de ontem, Colli voltou a apontar prejuízos às indústrias de alimentos com a atual norma. "Não cabe legislar a ponto de pedir coisas impossíveis. É moralmente errado", afirmou. Em seguida, negou favorecimento à indústria. "Não estou propondo alterações por interesses comerciais ou porque um país reclamou", afirmou, em referência à cobrança do governo do Canadá pela alteração na regra. "Estamos supralegislando, com um ânimo legiferante".

O novo modelo de monitoramento imaginado por Colli, que deixará o comando da CTNBio no início de fevereiro de 2010, retiraria da comissão boa parte da responsabilidade por acompanhar o cumprimento dos planos das empresas. O relato sobre eventuais efeitos adversos dos transgênicos sobre a saúde humana e os animais ficaria sob controle da fiscalização de outros órgãos do Estado. 

Os médicos reportariam problemas de saúde humana ao Ministério da Saúde e os veterinários fariam alertas sobre animais ao Ministério da Agricultura. "Não podemos dar mais serviço e não podemos criar na população um trauma", afirmou Colli. No caso do acompanhamento de problemas ambientais, a CTNBio permanece como referência para receber os relatórios das empresas de biotecnologia. "A regra está mal escrita e leva a interpretações dos mais radicais de querer exigir coisas impossíveis. Seremos mais precisos na nova RN".

Para aumentar a pressão sobre Colli, um grupo de 50 ONGs ambientalistas e de direito de defesa do consumidor repudiou a iniciativa. E o representante do Ministério do Meio Ambiente, o geneticista Paulo Kageyama, leu um longo parecer da consultoria jurídica da pasta contra o "liberou geral" proposto pelo presidente da CTNBio. "É preciso, ao contrário, aumentar o rigor no monitoramento porque temos relatos de contaminação de lavouras convencionais de milho por transgênicos no Paraná", disse Kageyama.

Antes de embargar a voz durante despedida dos colegas da CTNBio, na última reunião do ano, Walter Colli reafirmou que a análise de risco feita pelos especialistas da comissão são suficientes para garantir a biossegurança dos produtos transgênicos sobre a saúde humana e animal. "Quando fazemos a análise, sabemos que é minimíssima a chance de haver problemas. Tenho certeza disso", garantiu. E afirmou estar em busca de zerar sua gestão de pendências. "Não queria deixar lixo para trás".

Presidente da CTNBio sobre OGM: "Essas coisas não fazem mal. E, se fizerem, ninguém vai saber porque não tem como monitorar todo mundo"


"A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) votará na quinta-feira (10/12) o fim do monitoramento dos efeitos adversos de organismos geneticamente modificados sobre a saúde humana e animal, o ambiente e os vegetais. A mudança desobrigará as empresas de biotecnologia de realizar estudos científicos de avaliação de riscos e de apresentar planos de monitoramento pós-liberação comercial de transgênicos no país. A informação é do jornal Valor, de hoje.
A nova regra deve "anistiar" os 25 produtos transgênicos (plantas, vacinas e enzimas) que já obtiveram aprovação para comercialização e beneficiará 11 pedidos que estão sob análise do colegiado, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A alteração na Resolução Normativa nº 5, em vigor desde março de 2008, dependerá do voto de 14 dos 27 membros titulares da CTNBio. O grupo favorável à mudança somaria 16 votos.
Segundo Walter Colli, "Essas coisas não fazem mal. E, se fizerem, ninguém vai saber porque não tem como monitorar todo mundo. O argumento jurídico que se coloca é que monitorar só se justificaria se houvesse dúvida na análise de risco. Se o produto é idêntico ao convencional, não há razão para monitorar", explica."

Para saber mais acesse o Diário Gauche.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pesquisa mostra danos à saúde por 3 milhos OGMs da Monsanto.

Reportagem do jornal Le Monde de 14 de dezembro:
Um estudo publicado na revista International Journal of Biological Sciences mostra a toxicidade de 3 milhos transgênicos da Monsanto, anunciado em 11 de dezembro pelo Comitê de pesquisa e informação independente sobre engenharia genética (Criigen, em Caen, na França). 

"Nós provamos pela 1ª vez ao mundo que estes OGM não são saudáveis, nem suficientemente corretos para serem comercializados. […] Os rins e o fígado são os principais órgãos que reagiram de uma intoxicação alimentar química, que apresentaram problemas causados pelo 3 OGM, declarou Gilles-Eric Séralini, membro especialista da Comissão para a Reavaliação das Biotecnologias, criada em 2008 pela União Européia. 
Universitários de Caen e Rouen e pesquisadores do Criigen se basearam em relatórios fornecidos pela Monsanto às autoridades sanitárias para obter o "sinal verde" para a comercialização, mas eles obtiveram conclusões diferentes depois de novos cálculos estatísticos. De acordo com Séralini, as autoridades sanitárias se basearam na leitura das conclusões apresentadas pela Monsanto e não no conjunto dos números. Os pesquisadores puderam conseguir os documentos na íntegra após uma ação judicial.
"Os testes da Monsanto, realizados em 90 dias, não são longos o bastante para poder afirmar se provocam ou não doenças crônicas. É por isso que nós precisamos de teste com no mínimo 2 anos", disse um pesquisador. Os cientistas pedem, em consequência, a "forte proibição" da importação e do plantio desses OGM. 
Estes 3 OGM, o MON810, MON863 e o NK603, "são aprovados para consumo animal ehumano na União Européia e nos Estados Unidos principalmente. Na União Européia, somente o MON810 é cultivado em alguns países (sobretudo na Espanha), os outros são importadores", esclarece. Uma reunião dos ministros  da União Européia está prevista para avaliar o MON810 e NK603.


Fonte: Le Monde 

CTNBio e sua forma arbitrária de decidir


 Abaixo um trecho do Boletim Número 470 - 11 de dezembro de 2009 da AS-PTA:
Com o aval do Ministério da Ciência e Tecnologia, o presidente da CTNBio Walter Colli fez de tudo e mais um pouco para derrubar as atuais regras de monitoramento pós-comercialização de transgênicos. Empenhou-se até demais, tanto é que ganhou um “puxão de orelha” da Folha de São Paulo, cuja posição sempre foi abertamente favorável aos transgênicos. Para os editores do jornal, ao dizer que a tal regra é um “lixo”, Colli desqualifica norma que ele mesmo assinou e “lança suspeita desnecessária sobre a independência da comissão diante dos interesses da indústria”.
No caso da avaliação dos impactos sobre a saúde humana e animal, a regra nunca chegou a ser colocada em prática, mas mesmo assim, com a reclamação da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos -- ABIA, o presidente da Comissão convenceu-se da “bobagem” que havia feito ao deixar passá-la.
Com o intuito de reforçar as justificativas para derrubar o regramento criado há pouco mais de um ano, usou-se também uma cobrança vinda do governo canadense por meio da Organização Mundial do Comércio demandando satisfações do Brasil a respeito das leis aqui criadas.
Dentro e fora da CTNBio foi grande a pressão pela manutenção das regras de avaliação de impacto dos transgênicos, tanto é que Colli recuou e abriu mão de colocar em votação sua proposta de flexibilização. A Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados aprovou requerimento para que ele seja convocado para prestar esclarecimentos sobre a proposta de abolir o monitoramento. Cerca de 50 organizações sociais ligadas à Articulação Nacional de Agroecologia divulgaram nota de repúdio à iniciativa, que foi lida no plenário da CTNBio. O Ministério do Meio Ambiente apresentou nota técnica afirmando que “a observância do princípio da precaução não lhe é facultativa”. O Ministério do Desenvolvimento Agrário lembrou que de acordo com decisão dos ministros do Conselho Nacional de Biossegurança a discussão sobre monitoramento cabe a um grupo de trabalho que deveria ter sido instalado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. O MDA ainda solicitou à CTNBio a publicação de estudo contendo as bases científicas que justificariam mudanças nas regras.
Outra manifestação, que questionou “a forma arbitrária com que a CTNBio tem tomado as decisões relativas à liberação comercial de transgênicos em nosso país”, foi encaminha no início da semana pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná -- Consea. Mas ao contrário da carta da Abia, que foi entregue a todos integrantes da Comissão, a do Consea não chegou ao conhecimento dos mesmos.
Finalmente, prevaleceu o entendimento de que o monitoramento à saúde seria na verdade um “alerta” ao sistema de vigilância sanitária e que a separação dos critérios para avaliação ambiental e de saúde deve ser explicitada. Após a reunião, Colli disse aos jornais que sabia que não haveria votação e que o queria na verdade era provocar a discussão. Seja como for, em sua reunião de despedida da CTNBio, Colli teve que agir de forma ambientalmente correta e reciclar o lixo que gerou.
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Para quem quiser conferir, a reunião foi transmitida ao vivo pela internet e está disponível em http://www.ustream.tv/recorded/2838750

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Transgênicos: aumento do uso de herbicidas e riscos à saúde

Abaixo, tradução do artigo de Sara Snow, do Tree Hugger.

Agricultura Geneticamente Modificada: Resultados no aumento do uso de herbicidas, da resistência de plantas daninhas, do custo e dos riscos à saúde.
Por Sara Snow on 11.17.09 - FOOD & HEALTH - Tree Hugger



Se culturas geneticamente modificadas (GM) significam mais produtos químicos, custos, e riscos de saúde ... isso é uma coisa boa? 
Se você ouviu recentemente rádio, você pode ter ouvido o seguinte anúncio promocional no Marketplace, produzido pela American Public Media: "Marketplace é apoiado pela Monsanto, comprometida com a agricultura sustentável, a criação de sementes híbridas e de biotecnologia destinadas a aumentar a produtividade das culturas e conservação dos recursos naturais ". 

O problema com este anúncio, de acordo com pesquisa publicada pelo Centro de orgânicos, e também um artigo recente sobre Bloomberg.com, é que não é verdade. 

Monsanto e outras empresas de biotecnologia empurram a agricultura geneticamente modificada - que agora controla 80 - 90% de toda a produção de milho e soja nos EUA - aumentou o uso de sintéticos, herbicidas de plantas daninhas em 174 milhões de kilogramas entre 1996-2008 Com base em dados do USDA, 46% do aumento total ocorreu em apenas dois anos, 2007 e 2008

O aumento alarmante do uso de agrotóxicos sobre a engenharia genética, culturas "tolerante a herbicida" pode ser atribuída ao surgimento e propagação de "super ervas daninhas" resistente ao herbicida. Isto é principalmente devido à excessiva dependência do glifosato, o ingrediente ativo do herbicida Roundup da Monsanto, de acordo com o centro orgânico, uma organização de pesquisa científica. 



Além disso, de acordo com o serviço de notícias financeiras Bloomberg.com, os agricultores estão aumentando cada vez mais as críticas aos cultivos transgênicos por causa do drástico aumento do preço das sementes biotecnológicas - até uma média de 42% este ano em variedades de sementes precoces. 

Para piorar, um estudo recente indica que a colheita de soja e de milho GM (Geneticamente Modificados) não estão atendendo às expectativas de rendimento. Os agricultores entrevistados também expressaram preocupação sobre o aumento dos custos associados com a necessidade de mais herbicidas para controle de ervas daninhas. A notícia contribuiu para um declínio de 11% no preço das ações da Monsanto na semana de publicação dos resultados. 

"O aumento drástico na utilização de pesticidas com transgênicos se deve principalmente ao rápido aparecimento de ervas daninhas resistentes ao glifosato", disse o Dr. Charles Benbrook, cientista chefe do Centro orgânicos e autor do relatório, Impacts of Genetically Engineered Crops on Pesticide Use nos Estados Unidos: Os primeiros treze anos, publicado esta semana."Com as ervas daninhas resistentes ao glifosato agora infestam milhões de hectares, os agricultores enfrentam aumento dos custos associados às vezes com grandes perdas de produção e o impacto ambiental de sistemas de manejo de plantas daninhas certamente irá subir." 

Segundo estimativas, 80% dos ítens de mercearia convencional agora podem conter ingredientes geneticamente modificados, levantando preocupações de saúde. O consumo de alimentos GM tem sido associado à diminuição da imunidade, aumento de asma e de alergias alimentares em crianças, menor fertilidade e peso corporal e expressão gênica prejudicada. 

Em maio de 2009, a Academia Americana de Medicina Ambiental (AAEM), uma organização de renome internacional médicos, pediu uma moratória sobre os alimentos geneticamente modificados que contenham ingredientes geneticamente modificados (GM). De acordo com o AAEM, "Evite os alimentos GM, quando possível ... Diversos estudos em animais indicam sérios riscos de saúde associados aos alimentos geneticamente modificados ... Há mais de uma associação causal entre alimentos transgênicos e os efeitos adversos à saúde. A força de associação e de coerência entre alimentos geneticamente modificados e a doença é confirmada em vários estudos em animais. " 

Faça a escolha por si mesmo e não se esqueça de que cada vez que você compra um saco de batatas fritas de pacote ou qualquer outra coisa, você está votando com seu dinheiro, apoiando um sistema agrícola ou outro. Se você optar por evitar os alimentos GM, uma das melhores maneiras de fazer isso é selecionando alimentos produzidos organicamente. Ao fazê-lo, você vai minimizar sua exposição aos ingredientes alimentares geneticamente modificados e potencialmente tóxicos, pesticidas sintéticos. E o seu apoio como um consumidor irá incentivar os agricultores cada vez mais a adotar métodos de cultivo orgânico, reduzindo assim a demanda por cultivos GM.

Escrito em colaboração com Steven Hoffman, presidente da Naturally Boulder, um grupo empenhado em promover o crescimento de produtos orgânicos e combater a disseminação de OGM nos alimentos e na agricultura.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Idec assina moção contra mais restrições na rotulagem de transgênicos


Em tramitação na Câmara dos Deputados, o PL, de autoria do deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP/RS), pretende modificar o artigo 40 da Lei de Biossegurança, a fim de derrubar a obrigatoriedade de inserção do símbolo de transgênico (o "T" no triângulo amarelo) no rótulo dos alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais alimentados com rações contendo Organismos Geneticamente Modificados (OGM). 

Atualmente, o Decreto nº 4.680/03 determina que deve constar do rótulo a presença de transgênicos se o alimento contiver pelo menos 1% de ingredientes geneticamente modificados. Para o Idec, tal restrição viola o direito básico do consumidor à informação. 

A proposta de Heinze, para piorar, sugere que a indicação só seja obrigatória quando for detectável a presença de OGM acima de 1% no produto final apenas, o que exclui a maioria dos alimentos, como papinhas de bebês, óleos, bolachas, margarinas. Por serem muito processados, torna-se identificável o conteúdo transgênico nesses produtos. "É evidente que este Projeto de Lei fere o direito à escolha e à informação assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor", destaca Juliana Ferreira, advogada do Idec.

Além do direito à informação, Juliana aponta que o PL prejudica o controle adequado dos transgênicos e descumpre compromissos internacionais assumidos pelo Brasil no âmbito do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, o qual demanda que os países membros adotem medidas para assegurar a identificação de OGMs destinados à alimentação humana e animal.

Testemunhos da Contaminação - Relatório sobre a contaminação na Espanha

Este é um relatório que descreve os impactos humanos e sócio-econômicos da contaminação de organismos geneticamente modificados na Espanha. O relatório, "Testemunhos da Contaminação" é baseado em testemunhos, coletados em 2007, de produtores que tenham sido prejudicados direta ou indiretamente como resultado da contaminação do milho modificado MON810 da Monsanto. Esta coleção de depoimentos retrata uma realidade preocupante: grave contaminação de culturas não-modificadas está acontecendo no único país da União Européia cujo governo permite plantio em escala comercial do MON810.

Testimonies of Contamination - Why Co-existence of GM and Non-GM Crops Remains Impossible.pdf

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cientistas independentes são perseguidos por empresas de transgênicos



Cientistas denunciam perseguição e “poder de veto” da indústria de biotecnologia para pesquisas sobre efeitos dos transgênicos
 
Finalmente os pesquisadores (norteamericanos, ao menos) estão começando a denunciar as pressões e ameaças que sofrem quando ousam desafiar a indústria de biotecnologia ao desenvolver e publicar pesquisas que analisem os efeitos dos transgênicos para a saúde ou o meio ambiente.
 
Já havíamos divulgado no Boletim 452 o editorial publicado pela revista Scientific American em agosto deste ano, relatando como as empresas conseguem se valer das leis de propriedade intelectual para obter controle absoluto sobre o que pode e o que não pode ser publicado em relação às suas sementes.
 
Agora foi a vez da revista científica Nature Biotechnology publicar um artigo (outubro de 2009) denunciando o mesmo problema.
 
Segundo o artigo, “não é segredo que a indústria de sementes tem o poder de moldar as informações disponíveis sobre lavouras transgênicas. Foram empresas privadas que desenvolveram praticamente todas as sementes que estão no mercado norteamericano, e os direitos de propriedade intelectual sobre a tecnologia permite que elas decidam quem vai estudar as lavouras e como.”
 
O controle das empresas começa com um simples contrato para produtores. Qualquer pessoa que queira comprar sementes transgênicas precisa assinar um contrato de tecnologia que diz, entre muitas outras coisas, que o comprador não pode conduzir pesquisas com as sementes, e nem dá-las a outrem para a realização de pesquisas. Para fazer pesquisas, os cientistas precisam pedir permissão às empresas, especificando o que pretendem fazer com as plantas -- ou correm o risco de ser processados.
 
As empresas de sementes podem negar os pedidos com base em qualquer razão -- e, conforme ilustra o artigo, algumas vezes elas são bem criativas. Outras vezes, são simplórias: em um caso relatado, a Pioneer Hi-Bred disse a um pesquisador que “não dispunha de material apropriado para fornecer”.
 
Quando a empresa e os pesquisadores conseguem concordar em um projeto de pesquisa, eles precisam negociar os termos do acordo. Segundo pesquisadores, muitos destes acordos costumam travar quando as empresas querem controlar ou bloquear a publicação da pesquisa.
 
Também são impressionantes os relatos de manipulação de dados praticados pelas empresas. Um caso descrito no artigo foi de um milho da Pioneer tóxico a insetos. Em 2001 a empresa contratou alguns laboratórios de universidades para estudar efeitos indesejados do milho em uma espécie de joaninha. Os laboratórios descobriram que quase 100% das joaninhas que foram alimentadas com o milho morreram no oitavo dia do ciclo de vida. Quando os pesquisadores apresentaram seus resultados à Pioneer, a empresa os proibiu de divulgar os dados. Como a variedade de milho ainda não era comercializada, o acordo de pesquisa dava à Pioneer o direito de vetar a publicação dos resultados.
 
Dois anos depois a Pioneer recebeu autorização para comercializar um milho que continha exatamente a mesma toxina daquele usado nos experimentos com as joaninhas. Mas os dados submetidos ao EPA (Agência de Proteção Ambiental do governo americano, na sigla em inglês) não informavam os efeitos sobre as joaninhas -- apesar de a empresa ter seguido os protocolos normais de pesquisa. Num dos estudos da Pioneer, a empresa forneceu a toxina purificada às joaninhas até o sétimo dia de vida -- um dia antes do que havia sido observado como o estágio mais suscetível.  Em um segundo estudo, a empresa acompanhou as joaninhas até o final do ciclo de vida, mas usou um modo diferente de alimentação, fornecendo um pó homogeneizado contendo metade presas (pequenos animais dos quais elas se alimentam, como insetos e ácaros) e metade pólen, e não verificou nenhum efeito.
 
Segundo um dos pesquisadores envolvidos com a primeira pesquisa, a EPA foi informada da pesquisa independente, mas preferiu não agir. E a Pioneer não daria permissão aos cientistas para refazer o experimento.
 
Também sobre este tema, um outro artigo [1] publicado pela renomada revista científica Nature em setembro deste ano apresentou em detalhes a saga que atravessam os cientistas que se arriscam a publicar pesquisas indicativas de efeitos maléficos dos transgênicos.
 
O caso apresentado em maior detalhe é o das pesquisadoras Emma Rosi-Marshall e Jennifer Tank, que em 2007 publicaram um estudo indicando que as larvas de um inseto herbívoro da ordem trichoptera que vivem em pequenos cursos d’água no norte de Indiana (EUA), onde as lavouras de milho Bt (tóxico a insetos) se espalham até onde alcança a vista, também são afetadas pelo Bt. No artigo, publicado na revista científica PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), as autoras concluem que o plantio disseminado de lavouras Bt provoca consequências inesperadas em escala de ecossistemas.
 
A reação furiosa de cientistas pró-transgênicos foi imediata. Em apenas duas semanas, diversos pesquisadores já haviam escrito para as autoras, para a revista PNAS e para a Fundação Nacional de Ciência (NSF, em inglês) do governo americano, que financiava o trabalho de Rosi-Marshall. O trabalho foi acusado de falho, omisso, mal desenhado, entre outras coisas.
 
Um dado interessante apontado por Arthur Benke, um dos cientistas que prestaram apoio às autoras afirmando o valor dos dados publicados, é que absolutamente nenhuma das críticas sugere o aprofundamento das pesquisas sobre o caso. “O que relatórios como este fazem é nos alertar sobre possíveis razões para analisarmos a questão com mais cuidado”, diz ele. Allison Power, pesquisadora de ecologia e biologia evolutiva da Cornell University, complementa: “Tentar desmentir a pesquisa imediatamente é um ato que ignora como a ciência deve funcionar: você formula uma hipótese, testa-a, refina-a, testa-a e refina-a novamente. Você segue fazendo isso até conseguir uma resposta que seja tão próxima quanto possível da que se pode obter. Não entendo que exista resistência a esta noção”.
 
Embora o artigo da Nature conceda muito espaço para os cientistas pró-transgênicos exporem seus argumentos e pontos de vista, a sua leitura deixa evidente o caráter preconceituoso e grosseiro dos supostos críticos.
 
Um destes “críticos” relata que formou uma “equipe de refutação” chamado “ask-force” (algo como “força tarefa para questionamentos”) para desafiar pesquisas sobre a biossegurança de lavouras transgênicas. Das 20 pesquisas já “criticadas” pelo grupo, nenhuma é positiva em relação aos efeitos dos transgênicos.”
 
O principal argumento dos detratores das pesquisas é que elas podem ser usadas por ativistas anti-transgênicos para fomentar ações e influenciar as políticas sobre o tema. Com base nisso, promovem todo o tipo de perseguição.
 
Ignacio Chapela, um pesquisador da Universidade da Califórnia, em Berkeley, conta que estes ataques estão dissuadindo jovens cientistas a seguir carreiras em pesquisa sobre lavouras transgênicas. “Já tenho uma longa experiência com pessoas jovens que me dizem que não vão para este campo precisamente por serem desencorajados pelo que vêem”, diz ele.
 
Para quem não se lembra, Chapela foi um dos primeiros cientistas a enfrentar este tipo de perseguição. Em 2001 ele publicou um artigo na mesma Nature relatando que variedades crioulas de milho no México estavam contaminadas por genes transgênicos. A reação negativa foi tão forte que, de maneira inédita, a Nature publicou uma nota reconhecendo que “as evidências disponíveis [no estudo de Chapela] não eram suficientes para justificar a publicação da pesquisa”. Posteriormente, análises feitas pelo governo mexicano confirmaram a contaminação apontada por Chapela.
 
É muito importante que estas denúncias comecem a circular em publicações científicas respeitadas. Vamos esperar que estes artigos incentivem outros cientistas intimidados a sair do casulo. Especialmente por aqui: já passou da hora de os nossos pesquisadores começarem também a se indignar e se articularem para desmascarar a defesa pseudocientífica dos transgênicos no Brasil e tentar conter e reverter as atrocidades cometidas pela CTNBio “em nome da ciência”.
 
[1] Battlefield - Papers suggesting that biotech crops might harm the environment attract a hail of abuse from other scientists.Nature|Vol 461|3 September 2009.
Artigo disponível em inglês mediante pagamento:

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mais vitamina A? Não precisa de transgênicos... melhoramento convencional resolve

A Embrapa lançará dia 4 de novembro, a cenoura Planalto. Apresenta comportamento similar a cultivar Brasília, sendo indicada para plantio de verão. Ela apresenta resistência à queima-das-folhas, nematóides e ainda tolerância ao florescimento, o que permite maior período de plantio.
Além disso, apresenta uma coloração alaranjada intensa das raízes. O que significa alta concentração de beta-caroteno, um antioxidante que é convertido pelo organismo em vitamina A. A cultivar ‘Planalto’ apresenta teor de carotenóides pró-vitamina duas vezes maior em relação à cultivar ‘Brasília’.
Com preço mais baixo que os materiais híbridos, será importantíssima junto aos pequenos produtores.
Quanto à resistência às doenças e às qualidades nutracêuticas fazem com que a cenoura Planalto conquiste um espaço destacado na agricultura orgânica. A previsão da Embrapa Hortaliças é que o novo material ocupe 70% do mercado orgânico nos próximos oito anos.
Então, para quê são mesmo necessários os transgênicos?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sebrae investe R$ 37 milhões em agricultura orgânica e agroecologia



De acordo com Luiz Carlos Barboza, diretor-técnico do Sebrae Nacional, a agricultura orgânica é um dos setores “portadores de futuro” no mundo, disse na última quarta, dia 28, durante a abertura da '7ª edição da BioFach América Latina' e da '5ª edição da ExpoSustentat'. Os dois eventos ocorrem simultaneamente no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Foram três dias de exposições, palestras, fóruns e rodadas de negócios.
Segundo Barboza, ao investir na agricultura orgânica e na agroecologia, o Sebrae também aposta no desenvolvimento de um Brasil mais sustentável. A Instituição participa dos dois eventos com estandes e no apoio à presença de pequenos produtores de diferentes regiões do país.
A realização de feiras, como a Biofach e a Expo Sustentável são importantes para reforçar o trabalho que o Sebrae desenvolve com o objetivo de mostrar o potencial do mercado orgânico. O esforço maior tem sido com relação ao Comércio Justo. Temos trabalhado para mostrar que sozinho o pequeno produtor não chega no mercado — diz a coordenadora nacional da carteira de Orgânicos no Sebrae, Newman Costa.
Para saber mais acesse o Canal Rural.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Deputado do PT quer sementes estéreis e fim da rotulagem de transgênicos (!)

Abaixo transcrevo trecho do Boletim Por Um Brasil Livre de Transgênicos 465

As polêmicas em torno da Lei de Biossegurança, editada em 2005, devem recomeçar na Câmara dos Deputados. Um projeto de lei apresentado pelo líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), pretende alterar a lei ao prever autorização para a chamada tecnologia genética de restrição do uso (GURT, na sigla em inglês) e a eliminação da rotulagem de produtos transgênicos por meio de símbolos ou expressões que induzam a “juízo de valor”. (...)
A tecnologia permite a geração de plantas transgênicas estéreis e a manipulação genética de ativação e desativação de genes ligados à fertilidade. Na prática, o GURT impede os produtores de plantar grãos reservados de colheitas anteriores, situação bastante comum no Sul do país -- são as chamadas sementes “salvas”, cuja fatia de mercado tem sido reduzida pelo uso de sementes transgênicas “comuns”. A eliminação do “T”, de transgênico, das embalagens é comemorado como um trunfo das ONGs, mas contraria radicalmente a indústrias nacional de alimentos.
Tradicional aliado de ONGs contrárias ao uso de transgênicos no país, o PT deve enfrentar duros debates internos a partir da proposição de seu líder na Câmara. “Estou surpreso”, disse o deputado Fernando Ferro (PTPE), ex-líder do partido. “Temos que abrir esse debate. Isso vai dar uma boa polêmica porque ele terá que convencer a gente”.
As ONGs ambientalistas também prometem combater a proposta. “O PT está embarcando numa posição horrorosa. Há pouca convicção e muita conveniência”, diz o coordenador da ONG agroecológica AS-PTA, Jean Marc von der Weid. Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) nos anos 60, o economista promete oposição ao projeto. “Vamos ter que fazer revolta interna porque o Vaccarezza joga do lado de lá. Ele vai aproveitar o cargo para passar isso”. (...)
Fonte: Valor Econômico, 26/10/2009 e Pratos Limpos
N.E.: A Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos tem acompanhado a tramitação deste projeto de lei na Câmara dos Deputados. Com preocupação. Será necessária muita mobilização para fazer frente ao poderio da bancada ruralista e impedir que esta aberração seja aprovada.

Comissão Europeia aprova 2 milhos GM




Após uma reunião dos ministros da agricultura europeus em que nada foi decidido, ficou a cargo da Comissão Europeia decidir sobre a aprovação de 2 variedades de milho geneticamente modificadas. Para quem não se lembra, o jornal britânico, The Independent on Sunday, revelou um escândalo na Europa. Os dirigentes de 27 países da União Européia se reuniram secretamente para acelerar os processos de autorização dos cultivos transgênicos, contrariar a oposição, acalmar a população e intervir a favor dos representantes da indústria. Nem é preciso dizer que com a decisão em suas mãos, a Comissão Européia aprovou ontem o milho MON  89034 e MON 88017, ambos da Monsanto

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Batata transgênica é vetada na África do Sul


Boletim Por um Brasil Livre de Transgênicos 464:


O Conselho Executivo (EC), órgão do governo sulafricano encarregado de decidir sobre transgênicos, rejeitou o pedido do Conselho de Pesquisa Agrícola para autorização de uma variedade de batata transgênica. O órgão citou nada menos que 11 preocupações de biossegurança, agronômicas e socioeconômicas para justificar a decisão. Estas preocupações já haviam sido apontadas pela ONG African Centre for Biosafety (ABC), que alega que as batatas transgênicas colocam riscos inaceitáveis para a saúde humana, o meio ambiente e a comunidade agrícola.
A batata transgênica é tóxica à praga conhecida como traça-da-batata. Entretanto, além dos riscos que ela representa, ela certamente traria poucos benefícios aos agricultores sulafricanos, que enfrentam problemas muito mais fundamentais como dificuldade de acesso à água e sementes -- a traça-da-batata não é um problema prioritário para a maioria dos agricultores.
Para saber mais:
Nota à imprensa do African Centre for Biosafety, 15/10/2009.
O documento elaborado pela ABC contra o pedido de autorização para a batata transgênica está disponível, em inglês.
A cartilha científica do ABC sobre a batata transgênica, também em inglês, intitulada “Hot Potato” (Batata Quente)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CTNBio aprova milho transgênico, sob protesto do Greenpeace

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de duas variedades de milho geneticamente modificado e uma de algodão, além de uma vacina contra infecção intestinal de aves.
O primeiro item da pauta, uma variedade de arroz geneticamente modificado, acabou não sendo examinado porque os conselheiros concluíram que o assunto precisaria ser melhor analisado.
A reunião transcorreu em meio a um manifesto pacífico de integrantes do Greenpeace. Um grupo de quinze pessoas trajados de macacão amarelo e máscaras de gás, liderados por um manifestante com máscara da ministra da casa civil, Dilma Rousseff, entrou no auditório e se colocou entre a mesa principal e as cadeiras do auditório.
Eles seguraram uma faixa com os dizeres: "Dilma, veneno no meu prato não". O presidente da CTNBio, Walter Colli, pediu para que se retirassem da sala. Eles, porém, assistiram integralmente à reunião, em pé.

Fonte: Estadão

Fábrica da Syngenta em Paulínia tem agrotóxicos apreendidos




Foi interdita a linha de produção e apreensão de 150 mil litros do agrotóxico Priori Xtra (azoxistrobina + ciproconazole) adulterado. Esse foi o resultado da fiscalização realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quarta-feira (21), na fábrica da empresa Syngenta, de origem suíça, em Paulínia (SP). 

Os lotes interditados eram produzidos com uma pré-mistura à base de ciproconazole sem registro. O decreto 4.074/02 determina a obrigatoriedade de registro para as pré-misturas utilizadas para a fabricação de agrotóxicos. A produção, com o uso da pré-mistura não autorizada, corresponde de 15 a 20% do agrotóxico Priori Xtra formulado pela empresa. O restante do produto é importado já formulado e apenas embalado no Brasil. 

A empresa Syngenta possui cinco dias úteis para apresentar defesa prévia. Só este ano, a Anvisa já apreendeu mais de 5,5 milhões de litros de agrotóxicos adulterados. As fiscalizações ocorrem, principalmente, quando são identificados indícios de irregularidades nos produtos acabados. 

No começo de outubro, a Anvisa já havia fiscalizado a empresa Syngenta. Na ocasião, foram interditados cerca de 1 milhão de quilos de agrotóxicos com irregularidades e adulterações. Durante a primeira fiscalização, a Agência também apreendeu documentos para análise do agrotóxico Priori Xtra, interditado ontem. Após a análise documental, foi constatada a irregularidade, a pré- mistura chegava a ficar armazenada por mais de 2 meses para depois ser utilizada para a formulação do agrotóxico. 

Não há avaliação pela Anvisa sobre o que pode ocorrer neste prazo de armazenamento com a pré-mistura. Existem misturas que podem sofrer alterações nas propriedades físico-químicas que resultam em modificações do seu perfil toxicológico. 

Fonte: Anvisa

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Milho OGM proibido na Espanha

A Espanha encontrou milho geneticamente modificado da Monsanto em carregamento de soja vindos dos Estados Unidos, segundo notificações feitas ao sistema de alerta de alimentos da União Europeia. A descoberta foi feita durante inspeções alfandegárias no dia 25 de agosto, segundo a agência de notícias Bloomberg.

Foram encontradas a variedade MON 88017, comercializada como YieldGard Roundup Ready. Ela é resistente lagarta e tolerante a herbicidas. A Monsanto entrou com pedido de aprovação da variedade na UE em 2005 e ainda aguarda uma resposta. 

Fonte : Valor Econômico e Pork World

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Guerra contra o pagamento de royalties


Outra guerra sobre as royalties cobradas pela Monsanto aconteceu semana passada na Comissão de Agricultura da Câmara. Produtores acusam a empresa de cobrar taxas exorbitantes e inviáveis pelo produto e a Monsanto informa que há no País a comercialização de sementes piratas. Consenso? Só na justiça mesmo.

Enquanto isso, o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) já se manifestou contra a cobrança de royalties. Segundo o deputado, "os produtores do Rio Grande do Sul reivindicam o direito de reservar e replantar o grão sem pagar indenizações a empresa, tanto que entraram com ação no Ministério da Justiça de Porto Alegre para garantir esse direito".

Será que nem assim os produtores desistirão dos transgênicos? Afinal, ninguém é obrigado a comprar se não quiser pagar. O mesmo deveria ser válido para a rotulagem dos transgênicos, ninguém deveria ser obrigado a comprar se não quisesse.

Fonte: Expresso MT e Tribuna do Norte


CTNBio brinca mais uma vez com a saúde do consumidor

Abaixo, artigo da Agência Chasque:
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de três variedades de milho transgênico. Duas espécies são os chamados ‘eventos piramidados’ das empresas Monsanto e Syngenta. Sem a presença de representantes importantes da Comissão como o do Ministério do Meio Ambiente, dois dos quatro eventos piramidados que estavam na pauta foram liberados para comercialização através de um procedimento simplificado, ou seja, sem avaliação de riscos da ocorrência de efeitos adversos. O argumento das empresas para a aprovação dos milhos transgenicos sem análise de risco é que as combinações já foram autorizadas anteriormente. Para a assessora jurídica da ONG Terra de Direitos, Juliana Avanci, de acordo com a Lei de Biossegurança, mesmo nesse caso é necessário fazer avaliação de riscos com os possíveis impactos na saúde humana, no meio ambiente e na economia. 
“A análise feita anteriormente pode ser questionável. E agora, com essa combinação de dois ou mais eventos não se sabe o que isso acarreta ou o que essa contaminação poderá nos trazer. Então é uma ameaça a biodiversidade. Pelo principio da precaução, por não se saber das conseqüências, cremos que deva ser feita um estudo mais detalhado sobre esses possíveis impactos”, diz. 
Jualiana ainda enfatiza que a forma de aprovação dos transgênicos no Brasil tem sido motivo de polêmica, já que as normas editadas pelo governo para impedir a contaminação não foram suficientes. Com a falta de controle sobre as plantações de transgênicos, os agricultores e consumidores estarão sujeitos à contaminação pelos novos eventos liberados sem saber quais serão as consequências dessas combinações.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Verdade por trás da Cartilha de Orgânicos do MAPA


Abaixo trecho retirado do Boletim Por Um Brasil Sem Transgênicos n.458.

Em 31 de julho publicamos, no Boletim 452 (2. O vai-e-vem da cartilha sobre orgânicos do MAPA), um esclarecimento sobre a história que circulava na internet contando que a Justiça teria concedido liminar em mandado de segurança a favor da Monsanto, ordenando o recolhimento da cartilha “Produtos Orgânicos - O Olho do Consumidor”, produzida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e ilustrada pelo cartunista Ziraldo.
Checamos a história e informamos que a notícia da liminar da Monsanto era falsa.Junto com o boato correu também a informação de que a cartilha vinha sendo alvo de bombardeios pela Câmara Temática de Insumos Agropecuários do MAPA por ela criticar o uso de agrotóxicos e sugerir, em sua página 7, que os transgênicos colocam em risco a agrobiodiversidade (ver Boletim 448 ).
Enfim, a confirmação: os ataques à cartilha aconteceram mesmo dentro do Ministério -- e a Monsanto foi poupada de se expor publicamente pedindo o veto ao material.
A AS-PTA teve agora acesso a dois documentos assinados pelo Presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários do MAPA, Sr. Cristiano Walter Simon.
O primeiro deles chama-se “Proposição CTIA nº 003/2009” e data de 17 de julho de 2009. Ele é dirigido ao Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e começa fazendo duras críticas à cartilha dos orgânicos. Segundo Simon, a campanha em prol dos produtos orgânicos “desqualifica os produtos convencionais, associando-os a alimentos prejudiciais à saúde, ao ambiente e à vida saudável”, e “apresenta posições facciosas e inverídicas”.
Em seguida, apresenta as seguintes sugestões:
“I. Imediata suspensão desta campanha dos Orgânicos.
II. Recolhimento das Cartilhas “Produtos Orgânicos: o olho do consumidor”.
III. Uso dos recursos limitados do MAPA para estimular a produção sob Boas Práticas Agrícolas, envolvendo rastreamento, monitoramento, certificação e produção integrada, estimulando a produção e disponibilização, no mercado interno e exportação, de alimentos saudáveis/ seguros.”
O segundo documento é uma Nota Técnica, de número 01/2009, que visa fundamentar as sugestões acima.
Em meio a outros petardos, destaca-se passagem na qual o presidente da Câmara Temática diz que “É arriscado simplificar o conceito de que os produtos orgânicos são necessariamente saudáveis e seguros, já que podem apresentar contaminações biológicas e físicas, além de químicas, se não houver rigoroso monitoramento. (...) É um risco difundir o conceito de que todo alimento orgânico é saudável.”
Mais adiante, Simon argumenta que “É preocupante a campanha em desenvolvimento pelo Governo Brasileiro/MAPA que, para enaltecer os produtos orgânicos, apresenta críticas facciosas e inverídicas aos produtos convencionais, que são os que chegam a maioria da população brasileira e são exportados”, e depois conclui que “seria conveniente ao agronegócio e à economia brasileira a imediata suspensão da Campanha em prol dos Produtos Orgânicos, da maneira como foi concebida, e o recolhimento de todo o material, incluindo a cartilha: ‘Produtos Orgânicos: o olho do consumidor’, com a ‘grife’ do Ziraldo e tiragem de 620.000 exemplares.”
Como se vê, a importante iniciativa do Ministério da Agricultura de lançar esta campanha, cuja qualidade deve ser reconhecida, sofre ferrenhos ataques lá mesmo, dentro do Ministério. Não é necessário explicar que esta Câmara Temática é composta majoritariamente por representantes da indústria de “insumos” -- leia-se agrotóxicos, fertilizantes e sementes melhoradas.
Uma passada de olhos no currículo do presidente desta Câmara Temática ajuda a compreender melhor o episódio (http://abrahams.com.br/cristiano-walter-simon1).
Resumindo, o agrônomo, formado em 1965, foi presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) por mais de 20 anos (a Andef é a poderosa associação que reúne as empresas de agrotóxicos). Foi também diretor geral da SmithKline Saúde Animal para o Brasil, diretor da Diamont Shamrock do Brasil, supervisor comercial e gerente de P&D na Dow Química, e também gerente de produtos e de P&D para a América Latina na Dow Chemical.
Estando as cartas sobre a mesa, resta agora saber quem vencerá esta queda de braço. Pelo menos até o momento a cartilha “O Olho do Consumidor” segue disponível no site do Ministério . Não sabemos dizer se as outras formas de divulgação da Campanha (TV, rádios e distribuição de exemplares impressos) estão mantidas.
:: 
- As atas citadas das duas últimas reuniões da Câmara Temática (22/06/09 e 17/08/09) registram as discussões sobre este assunto e a proposta de sugerir ao Ministro a suspensão da campanha publicitária. Elas estão disponíveis no site do MAPA, seguindo-se o caminho: www.agricultura.gov.br ==> Câmaras e Conselhos ==> Câmara Temática de Insumos Agropecuários ==> Reuniões ==> Reuniões ordinárias 2009.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Royalties terão 26% de aumento

As royalties cobradas pela Monsanto, terão um aumento de 26% por saca de semente
Marcelo Monteiro, diretor executivo da Aprosoja, disse nesta sexta, dia 21, em Cuiabá (MT), que os produtores concordam em pagar royalties pelo uso da semente "Roundup Ready", da Monsanto, mas questionam o pedido de aumento.

De acordo com Monteiro, "o produtor usa a semente, produz bem, paga royalties e depois tem que pagar porque produziu acima do que a Monsanto acha que vai produzir, aí é um problema." - É engraçado esse espanto dos produtores, afinal, é isso que ocorre em um monopólio - a empresa decide o que você planta e o quanto você ganha. Quem sabe assim os produtores não param de plantar transgênicos?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Danos às crianças na Argentina - glifosato é o responsável

Em Colonia Alicia, na Argentina, a cada ano, 60 bebês nascem com malformação.
Quase 87% das crianças até 2 anos de idade apresentam atraso mental, denunciou Hugo Gómez Demaio, na apresentação de um projeto de lei para proibir os agrotóxicos. O dano às crianças é consequência da aspersão de agrotóxicos na região.
Pesquisadores afirmam que os casos de malformações nos bebês ocorrem devido ao contato com o herbicida (glifosato) que provoca modificações no genoma humano, as quais se transmitem aos descendentes.
Essas informações foram divulgadas no encontro "Observatório do Glifosato" realizado em Buenos Aires, onde foi apresentado um projeto de lei para proibir o uso e a venda de agrotóxicos. 
Há anos, a Argentina é um dos maiores utilizadores dos transgênicos, principalmente da soja roundup ready. Sem dúvida, infelizmente, daqui a alguns anos esta notícia estará nos jornais do Brasil também.

Para saber mais acesse: Partido Pirata Argentino

Fonte: Informador

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Opinião do consumidor vence na Itália, nada de sorvete transgênico

Enquanto aqui no Brasil a CTNBio deita e rola na opinião dos consumidores, na Itália, a pressão popular fez com que o sorvete transgênico que não derrete, não seja comercializado na Europa, pelo menos por enquanto.
O sorvete que contém uma proteína sintética (ISP- Ice Structuring Protein) derivada de uma levedura transgênica da Unilever, com a marca Algida na Itália (é igual à Kibon, no Brasil) não entra este ano no mercado europeu. Ao contrário dos Estados Unidos e da Nova Zelândia, onde o produto já é comercializado.
Devemos começar a observar os sorvetes dietéticos da Kibon, se por acaso há esta proteína ISP no rótulo...

sábado, 22 de agosto de 2009

Contaminação de milho transgênico: CTNBio $e recu$a a ver

Com a estimativa de aumento na produção de milho transgênico na safra de 2009/2010 para 50%, a indústria começa a se sentir pressionada. A indústria que é preocupada com a opinião dos consumidores promete pagar 15% a mais para o produtor que segregar sua produção. Contudo, esse custo também vai para o consumidor.
Outras indústrias, ao contrário, continuarão a usar os grãos transgênicos. Nos resta esperar para que esses produtos sejam REALMENTE identificados nas prateleiras.
O que a CTNBio acha di$$o?
A Nota Técnica feita pela Secretaria de Agricultura do Paraná em que é comunicada a contaminação de plantações de milho com variedades transgênicas no Estado, a qual teve pedido de análise feito também por OGNs e por representantes do Ministério do Meio Ambiente, não foi analisada pela CTNBio pois "a nota não trazia elementos necessários para uma discussão científica". (??)
Será que a CTNBio preferiu não ver o óbvio? Que a sua resolução que fixa uma faixa de segurança entre a lavoura transgênica e a não-transgênica é só papelada. Se para ter lavoura transgênica o produtor têm que respeitar esta faixa, e o mesmo não respeita, é óbvio que há contaminação. Além disso, é óbvio que o milho transgênico deve ser proibido e os produtores que insistirem no plantio, multados. 
A pressão é através de nossas escolhas. Se informe no Guia do Consumidor do Greenpeace.
Fonte: ECODEBATE e AGÊNCIA ESTADO

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quer plantar mas os insumos estão caros? Não se preocupe, a Monsanto financia

Tempos difíceis para conseguir crédito?
A Monsanto fornecerá opções para que os produtores continuem plantando. Uma das opções é o fornecimento de produtos pela empresa para pagamento a prazo e parcelado no momento da colheita, e o financiamento por meio do crédito rural. “Nesse segundo caso, a Monsanto é intermediária, apresentando o agricultor à instituição financeira e avalizando o crédito do cliente...”, explica o diretor financeiro da companhia, Alfredo Benito.

As multinacionais já têm a semente, os insumos e o crédito. Daqui a pouco os produtores apenas farão parte de uma grande integração... eles produzirão o que as empresas querem para que as próprias empresas possam vender. Ou seja, as empresas apenas repassarão os riscos do plantio para o produtor.
Cada vez mais a corda se fecha...

Para maiores informações acesse o Portal Fator Brasil.

sábado, 15 de agosto de 2009

Controle de transgênicos não funciona - conclui o Estado do Paraná


O secretário da Agricultura do Estado do Paraná, Valter Bianchini, entregou levantamento ao governo federal que concluiu que as regras de segregação das lavouras de milho transgênico Bt determinadas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para todo o país não funcionam na prática.

Aexigência é de uma faixa de 20 metros entre uma lavoura de milho transgênico e outra convencional nas regiões onde predomina a pequena propriedade. Porém, após a avaliação do resultado da primeira safra comercial de milho transgênico (a safrinha, na qual o Paraná colheu 4,7 milhões de toneladas -1,1 milhão de toneladas de milho geneticamente modificado), o Estado do Paraná concluiu que o governo federal foi incapaz de fiscalizar o cumprimento das regras de plantio definidas pela CTNBio.

A contaminação dos transgênicos ocorre acima da faixa de 20 metros entre as culturas. As regras não garantem a convivência entre lavouras convencionais e transgênicas, uma das exigências da Lei de Biossegurança. 

"As suspeitas foram confirmadas. Precisamos agora discutir com o governo federal formas mais eficientes de controlar e confinar o milho Bt. Uma das medidas é uma redefinição do espaçamento exigido hoje, é isso que queremos discutir agora com o governo federal", disse Bianchini. 
Para o Paraná os efeitos que isso pode provocar na produção de frango e na exportação do produto, caso as autoridades não busquem minimizar os problemas no plantio da safra de verão,serão desastrosos.

A nota técnica do Paraná foi enviada a diversos ministérios e é a primeira vinda de uma instituição pública condenando o modelo de plantio e controle do milho geneticamente modificado. Em junho, 86 organizações civis enviaram uma carta aberta à ministra Dilma solicitando a imediata suspensão da autorização para o plantio de milho transgênico no país. As alegações foram as mesmas apontadas agora pelo Paraná.