Jeffrey Smith esteve no Brasil semana passada, fez diversas palestras no Paraná (com a presença do governador Requião), em Piracicaba, em Brasília e em São Paulo para apresentar seu livro,
Roleta Genética. Estava acompanhado de Mohamed Habib, engenheiro agrônomo, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da
Unicamp, o qual também realizou uma palestra.
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As palestras foram excelentes. Mohamed Habib discursou sobre os desafios mais importantes para o novo milênio, no quesito transgênicos. Dentre eles, é preciso haver o reconhecimento do papel da pesquisa científica para avaliação de riscos e, a importância de se respeitar o princípio da precaução.
Afinal, quando se lança um novo produto no mercado, a empresa deve provar que além do benefício pretendido, o produto não causa danos à saúde humana, animal ou ao ambiente. Contudo, com relação aos transgênicos o que está acontecendo é o contrário. Os pesquisadores conscientes é que devem provar que essa nova tecnologia não traz danos.
Outro ponto citado por Mohamed Habib foi que os pesquisadores conscientes (que não se deixaram levar pelas empresas) são vistos de diversas formas, como ecochatos e ambientalistas, mas nunca como o que realmente são: pesquisadores. Isso é visível principalmente em escolas de agronomia, onde há o dedo ($$$) das empresas de biotecnologia nas aulas, nos professores, nos estudantes. Aqueles que passam a questionar mais sobre essa tecnologia já não são mais vistos como pesquisadores de verdade. O que é um absurdo, pois são esses que têm realmente a curiosidade de cientistas para questionar sem crer de maneira dogmática nas "verdades" proferidas pelas empresas.
Quem o governo deve defender? As multinacionais ou os consumidores?
Mas calma.... o futuro pode não ser tão obscuro assim... basta apenas alguns emails e telefonemas... de acordo com Jeffrey Smith em sua palestra, se apenas 5% das pessoas questionarem as indústrias alimentícias e informarem que não querem produtos com ingredientes transgênicos, deixando de comprar o produto, as empresas começarão a exigir produtos não-transgênicos (ogm-free) de seus fornecedores, os produtores então passarão a plantar mais e mais sementes não-transgênicas, e o mercado vai diminuir.... quem sabe até isso não passe de uma "moda".