ÉPOCA – Existem outras companhias que também desenvolvem a biotecnologia e possuem patentes sobre sementes. Por que fazer um livro exclusivamente sobre a Monsanto?
Marie-Monique Robin - Há cinco anos, quando trabalhava em três documentários sobre biodiversidade e os organismos geneticamente modificados – e ainda acreditava que eles não teriam problemas – eu acabei viajando muito. Fui para Canadá, México, Argentina, Brasil e Índia, e em todas essas regiões eu sempre encontrava denúncias contra a Monsanto. Foi quando eu decidi buscar quem é essa companhia que agora é a maior produtora de biotecnologia e de alimentos geneticamente modificados do planeta.ÉPOCA – E como seria esse mundo segundo a Monsanto que você descobriu?
Marie - Cheio de pesticidas. Cerca de 70% dos alimentos geneticamente modificados são feitos para serem plantados com uso do agrotóxico Roundup. Ao comer uma transgênico, a pessoa está praticamente ingerindo Roundup. E, ao contrário do que propagou a Monsanto, esse pesticida não é bom ao meio ambiente e muito menos biodigradável. Ele é muito tóxico. Tenho certeza de que nos próximos cinco anos ele vai ser proibido no mundo, tal como aconteceu com outro produto da companhia, o DDT. O mundo segundo a Monsanto também é dominado por monoculturas. O que é um problema para a segurança alimentar, pois concentra a produção de alimentos na mão de poucos. Também considero arriscado deixar a alimentação mundial na mão de companhias que no passado produziam venenos e armas químicas como o agente laranja, despejado por tropas americanas no Vietnã.
ÉPOCA – Os transgênicos são festejados por reduzirem o uso de pesticidas. Eles não teriam ao menos esse lado bom?
Na entrevista a autora informa qual será o tema do seu próximo livro: "a relação entre a comida que consumimos depois da Revolução Verde e o aumento de doenças como o câncer e o Parkison". Com certeza será outro livro bombástico!
A Revista Época também procurou a Monsanto, que em sua defesa até fez uma página no seu site. Lógico, que eles informam que o Roundup não faz mal à saúde humana e nem ao ambiente; que não existem conexões corporativas com governos americanos; que o hormônio de crecimento bovino não é danoso e já foi testado pelo FDA e que não há evidências entre a exposição aos PCBs e o câncer. Enfim, prefiro acreditar nas palavras de Marie-Monique, "A Monsanto não é confiável".
A Revista Época também procurou a Monsanto, que em sua defesa até fez uma página no seu site. Lógico, que eles informam que o Roundup não faz mal à saúde humana e nem ao ambiente; que não existem conexões corporativas com governos americanos; que o hormônio de crecimento bovino não é danoso e já foi testado pelo FDA e que não há evidências entre a exposição aos PCBs e o câncer. Enfim, prefiro acreditar nas palavras de Marie-Monique, "A Monsanto não é confiável".
Para quem não pode assistir ao debate e ao documentário, fiz aqui um repasse sobre o evento que contou com a presença da autora.
Um comentário:
Tá rolando no YouTube 11 capítulos do filme
1/11 a 11/11 O Mundo Segundo a Monsanto [Legendas pt-Br]
Vale a pena conferir.
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