Reajuste do programa poderá reduzir volume distribuído para 210 mil produtores
Cento e cinqüenta mil produtores gaúchos de milho na região noroeste do Rio Grande do Sul podem ser prejudicados pelo impasse na negociação de preço da semente. Governo estadual e fornecedoras do programa Troca-Troca reúnem-se novamente nesta quinta-feira, dia 10. O programa subsidia a compra de 210 mil pequenas propriedades em todo o Estado.
Caso não haja consenso, a distribuição dificilmente começará no final deste mês. Nos últimos anos, o plantio em agosto permitiu a colheita antes do verão, quando cresce o risco de perda com a estiagem. Além do atraso, há tendência de redução do volume comprado, de 460 mil sacas, o que afetaria as projeções para o grão. A safra 2007/2008 foi a quinta maior da história do Rio Grande do Sul, com 5,21 milhões de toneladas, segundo a Emater/RS.
As empresas oferecem preço de R$ 89,61 pela saca de 20 quilos - alta de 26,3% em relação a 2007. Ao admitir disposição em oferecer R$ 73, o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, diz que o valor está fora da realidade. A discordância do setor acentuou-se com a constatação de que o valor subiu menos nas agropecuárias.
– Nenhum índice de inflação chegou a isso. Atraso no plantio significa maior risco de quebra – alerta Amauri Miotto, tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado.
Principal fornecedora, a Monsanto afirma que está repassando o aumento do custo de produção e enumera argumentos como o prazo de 12 meses para pagamento e o preço inferior no programa em relação ao mercado.
– Nossos custos de produção subiram demais – diz José Gilmar Gonçalves, gerente da unidade de negócios da Monsanto no Rio Grande do Sul.
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