Fonte: PÚBLICO.PT
07.05.2008
A Comissão Europeia adiou hoje qualquer decisão sobre a autorização do cultivo de duas variedades de milho e uma de batata transgénicas e pediu à Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (EFSA) para reexaminar os seus pareceres, até ao momento favoráveis.
“A Comissão vai pedir à EFSA para analisar melhor os elementos científicos sobre o efeito destes OGM (organismos geneticamente modificados) no ambiente e na saúde humana”, explicou Johannes Laitenberger, porta-voz da Comissão.
“A Comissão tomará estas decisões se, e quando, a EFSA confirmar a segurança destes produtos”, acrescentou, salientando que Bruxelas “confirma a sua confiança na alta qualidade dos pareceres científicos fornecidos” pela agência.
Até ao momento, a EFSA sempre emitiu pareceres favoráveis à autorização de substâncias geneticamente modificadas na União Europeia. Os ambientalistas acusam que a EFSA se apoia, sobretudo, em estudos realizados pelos próprios responsáveis da indústria agroquímica.
Os defensores do Ambiente e alguns países, como a França e a Alemanha, contestam o actual processo de autorização dos OGM na União Europeia segundo o qual, à falta de consenso entre os 27, se baseia nos pareceres da EFSA.
As variedades de milho OGM em suspenso - concebidas pela americana Monsanto, ainda que uma delas seja hoje propriedade do grupo suíço Syngenta – são variedades de milho geneticamente modificado dito “híbrido”, derivadas de produtos já existentes, com destino à alimentação humana e animal. Estas variedades foram concebidas para resistir a determinadas doenças ou parasitas.
A batata, chamada Amflora, é fruto de investigações do grupo alemão BASF. Este quer utilizar esta batata na alimentação do gado e, em pequenas quantidades, na alimentação humana.
“Pedir à EFSA (...) para verificar a segurança destas sementes, pela terceira vez, equivale a pedir a uma raposa que vigie um galinheiro”, comentou Marco Contiero, especialista em OGM na Greenpeace, em comunicado.
“A agência precisaria de reformas completas antes de importantes decisões sobre a segurança das sementes transgénicas lhes serem confiadas”, acrescentou Helen Holder, da organização Amigos da Terra.
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