quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Transgênicos: aumento do uso de herbicidas e riscos à saúde

Abaixo, tradução do artigo de Sara Snow, do Tree Hugger.

Agricultura Geneticamente Modificada: Resultados no aumento do uso de herbicidas, da resistência de plantas daninhas, do custo e dos riscos à saúde.
Por Sara Snow on 11.17.09 - FOOD & HEALTH - Tree Hugger



Se culturas geneticamente modificadas (GM) significam mais produtos químicos, custos, e riscos de saúde ... isso é uma coisa boa? 
Se você ouviu recentemente rádio, você pode ter ouvido o seguinte anúncio promocional no Marketplace, produzido pela American Public Media: "Marketplace é apoiado pela Monsanto, comprometida com a agricultura sustentável, a criação de sementes híbridas e de biotecnologia destinadas a aumentar a produtividade das culturas e conservação dos recursos naturais ". 

O problema com este anúncio, de acordo com pesquisa publicada pelo Centro de orgânicos, e também um artigo recente sobre Bloomberg.com, é que não é verdade. 

Monsanto e outras empresas de biotecnologia empurram a agricultura geneticamente modificada - que agora controla 80 - 90% de toda a produção de milho e soja nos EUA - aumentou o uso de sintéticos, herbicidas de plantas daninhas em 174 milhões de kilogramas entre 1996-2008 Com base em dados do USDA, 46% do aumento total ocorreu em apenas dois anos, 2007 e 2008

O aumento alarmante do uso de agrotóxicos sobre a engenharia genética, culturas "tolerante a herbicida" pode ser atribuída ao surgimento e propagação de "super ervas daninhas" resistente ao herbicida. Isto é principalmente devido à excessiva dependência do glifosato, o ingrediente ativo do herbicida Roundup da Monsanto, de acordo com o centro orgânico, uma organização de pesquisa científica. 



Além disso, de acordo com o serviço de notícias financeiras Bloomberg.com, os agricultores estão aumentando cada vez mais as críticas aos cultivos transgênicos por causa do drástico aumento do preço das sementes biotecnológicas - até uma média de 42% este ano em variedades de sementes precoces. 

Para piorar, um estudo recente indica que a colheita de soja e de milho GM (Geneticamente Modificados) não estão atendendo às expectativas de rendimento. Os agricultores entrevistados também expressaram preocupação sobre o aumento dos custos associados com a necessidade de mais herbicidas para controle de ervas daninhas. A notícia contribuiu para um declínio de 11% no preço das ações da Monsanto na semana de publicação dos resultados. 

"O aumento drástico na utilização de pesticidas com transgênicos se deve principalmente ao rápido aparecimento de ervas daninhas resistentes ao glifosato", disse o Dr. Charles Benbrook, cientista chefe do Centro orgânicos e autor do relatório, Impacts of Genetically Engineered Crops on Pesticide Use nos Estados Unidos: Os primeiros treze anos, publicado esta semana."Com as ervas daninhas resistentes ao glifosato agora infestam milhões de hectares, os agricultores enfrentam aumento dos custos associados às vezes com grandes perdas de produção e o impacto ambiental de sistemas de manejo de plantas daninhas certamente irá subir." 

Segundo estimativas, 80% dos ítens de mercearia convencional agora podem conter ingredientes geneticamente modificados, levantando preocupações de saúde. O consumo de alimentos GM tem sido associado à diminuição da imunidade, aumento de asma e de alergias alimentares em crianças, menor fertilidade e peso corporal e expressão gênica prejudicada. 

Em maio de 2009, a Academia Americana de Medicina Ambiental (AAEM), uma organização de renome internacional médicos, pediu uma moratória sobre os alimentos geneticamente modificados que contenham ingredientes geneticamente modificados (GM). De acordo com o AAEM, "Evite os alimentos GM, quando possível ... Diversos estudos em animais indicam sérios riscos de saúde associados aos alimentos geneticamente modificados ... Há mais de uma associação causal entre alimentos transgênicos e os efeitos adversos à saúde. A força de associação e de coerência entre alimentos geneticamente modificados e a doença é confirmada em vários estudos em animais. " 

Faça a escolha por si mesmo e não se esqueça de que cada vez que você compra um saco de batatas fritas de pacote ou qualquer outra coisa, você está votando com seu dinheiro, apoiando um sistema agrícola ou outro. Se você optar por evitar os alimentos GM, uma das melhores maneiras de fazer isso é selecionando alimentos produzidos organicamente. Ao fazê-lo, você vai minimizar sua exposição aos ingredientes alimentares geneticamente modificados e potencialmente tóxicos, pesticidas sintéticos. E o seu apoio como um consumidor irá incentivar os agricultores cada vez mais a adotar métodos de cultivo orgânico, reduzindo assim a demanda por cultivos GM.

Escrito em colaboração com Steven Hoffman, presidente da Naturally Boulder, um grupo empenhado em promover o crescimento de produtos orgânicos e combater a disseminação de OGM nos alimentos e na agricultura.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Idec assina moção contra mais restrições na rotulagem de transgênicos


Em tramitação na Câmara dos Deputados, o PL, de autoria do deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP/RS), pretende modificar o artigo 40 da Lei de Biossegurança, a fim de derrubar a obrigatoriedade de inserção do símbolo de transgênico (o "T" no triângulo amarelo) no rótulo dos alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais alimentados com rações contendo Organismos Geneticamente Modificados (OGM). 

Atualmente, o Decreto nº 4.680/03 determina que deve constar do rótulo a presença de transgênicos se o alimento contiver pelo menos 1% de ingredientes geneticamente modificados. Para o Idec, tal restrição viola o direito básico do consumidor à informação. 

A proposta de Heinze, para piorar, sugere que a indicação só seja obrigatória quando for detectável a presença de OGM acima de 1% no produto final apenas, o que exclui a maioria dos alimentos, como papinhas de bebês, óleos, bolachas, margarinas. Por serem muito processados, torna-se identificável o conteúdo transgênico nesses produtos. "É evidente que este Projeto de Lei fere o direito à escolha e à informação assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor", destaca Juliana Ferreira, advogada do Idec.

Além do direito à informação, Juliana aponta que o PL prejudica o controle adequado dos transgênicos e descumpre compromissos internacionais assumidos pelo Brasil no âmbito do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, o qual demanda que os países membros adotem medidas para assegurar a identificação de OGMs destinados à alimentação humana e animal.

Testemunhos da Contaminação - Relatório sobre a contaminação na Espanha

Este é um relatório que descreve os impactos humanos e sócio-econômicos da contaminação de organismos geneticamente modificados na Espanha. O relatório, "Testemunhos da Contaminação" é baseado em testemunhos, coletados em 2007, de produtores que tenham sido prejudicados direta ou indiretamente como resultado da contaminação do milho modificado MON810 da Monsanto. Esta coleção de depoimentos retrata uma realidade preocupante: grave contaminação de culturas não-modificadas está acontecendo no único país da União Européia cujo governo permite plantio em escala comercial do MON810.

Testimonies of Contamination - Why Co-existence of GM and Non-GM Crops Remains Impossible.pdf

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cientistas independentes são perseguidos por empresas de transgênicos



Cientistas denunciam perseguição e “poder de veto” da indústria de biotecnologia para pesquisas sobre efeitos dos transgênicos
 
Finalmente os pesquisadores (norteamericanos, ao menos) estão começando a denunciar as pressões e ameaças que sofrem quando ousam desafiar a indústria de biotecnologia ao desenvolver e publicar pesquisas que analisem os efeitos dos transgênicos para a saúde ou o meio ambiente.
 
Já havíamos divulgado no Boletim 452 o editorial publicado pela revista Scientific American em agosto deste ano, relatando como as empresas conseguem se valer das leis de propriedade intelectual para obter controle absoluto sobre o que pode e o que não pode ser publicado em relação às suas sementes.
 
Agora foi a vez da revista científica Nature Biotechnology publicar um artigo (outubro de 2009) denunciando o mesmo problema.
 
Segundo o artigo, “não é segredo que a indústria de sementes tem o poder de moldar as informações disponíveis sobre lavouras transgênicas. Foram empresas privadas que desenvolveram praticamente todas as sementes que estão no mercado norteamericano, e os direitos de propriedade intelectual sobre a tecnologia permite que elas decidam quem vai estudar as lavouras e como.”
 
O controle das empresas começa com um simples contrato para produtores. Qualquer pessoa que queira comprar sementes transgênicas precisa assinar um contrato de tecnologia que diz, entre muitas outras coisas, que o comprador não pode conduzir pesquisas com as sementes, e nem dá-las a outrem para a realização de pesquisas. Para fazer pesquisas, os cientistas precisam pedir permissão às empresas, especificando o que pretendem fazer com as plantas -- ou correm o risco de ser processados.
 
As empresas de sementes podem negar os pedidos com base em qualquer razão -- e, conforme ilustra o artigo, algumas vezes elas são bem criativas. Outras vezes, são simplórias: em um caso relatado, a Pioneer Hi-Bred disse a um pesquisador que “não dispunha de material apropriado para fornecer”.
 
Quando a empresa e os pesquisadores conseguem concordar em um projeto de pesquisa, eles precisam negociar os termos do acordo. Segundo pesquisadores, muitos destes acordos costumam travar quando as empresas querem controlar ou bloquear a publicação da pesquisa.
 
Também são impressionantes os relatos de manipulação de dados praticados pelas empresas. Um caso descrito no artigo foi de um milho da Pioneer tóxico a insetos. Em 2001 a empresa contratou alguns laboratórios de universidades para estudar efeitos indesejados do milho em uma espécie de joaninha. Os laboratórios descobriram que quase 100% das joaninhas que foram alimentadas com o milho morreram no oitavo dia do ciclo de vida. Quando os pesquisadores apresentaram seus resultados à Pioneer, a empresa os proibiu de divulgar os dados. Como a variedade de milho ainda não era comercializada, o acordo de pesquisa dava à Pioneer o direito de vetar a publicação dos resultados.
 
Dois anos depois a Pioneer recebeu autorização para comercializar um milho que continha exatamente a mesma toxina daquele usado nos experimentos com as joaninhas. Mas os dados submetidos ao EPA (Agência de Proteção Ambiental do governo americano, na sigla em inglês) não informavam os efeitos sobre as joaninhas -- apesar de a empresa ter seguido os protocolos normais de pesquisa. Num dos estudos da Pioneer, a empresa forneceu a toxina purificada às joaninhas até o sétimo dia de vida -- um dia antes do que havia sido observado como o estágio mais suscetível.  Em um segundo estudo, a empresa acompanhou as joaninhas até o final do ciclo de vida, mas usou um modo diferente de alimentação, fornecendo um pó homogeneizado contendo metade presas (pequenos animais dos quais elas se alimentam, como insetos e ácaros) e metade pólen, e não verificou nenhum efeito.
 
Segundo um dos pesquisadores envolvidos com a primeira pesquisa, a EPA foi informada da pesquisa independente, mas preferiu não agir. E a Pioneer não daria permissão aos cientistas para refazer o experimento.
 
Também sobre este tema, um outro artigo [1] publicado pela renomada revista científica Nature em setembro deste ano apresentou em detalhes a saga que atravessam os cientistas que se arriscam a publicar pesquisas indicativas de efeitos maléficos dos transgênicos.
 
O caso apresentado em maior detalhe é o das pesquisadoras Emma Rosi-Marshall e Jennifer Tank, que em 2007 publicaram um estudo indicando que as larvas de um inseto herbívoro da ordem trichoptera que vivem em pequenos cursos d’água no norte de Indiana (EUA), onde as lavouras de milho Bt (tóxico a insetos) se espalham até onde alcança a vista, também são afetadas pelo Bt. No artigo, publicado na revista científica PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), as autoras concluem que o plantio disseminado de lavouras Bt provoca consequências inesperadas em escala de ecossistemas.
 
A reação furiosa de cientistas pró-transgênicos foi imediata. Em apenas duas semanas, diversos pesquisadores já haviam escrito para as autoras, para a revista PNAS e para a Fundação Nacional de Ciência (NSF, em inglês) do governo americano, que financiava o trabalho de Rosi-Marshall. O trabalho foi acusado de falho, omisso, mal desenhado, entre outras coisas.
 
Um dado interessante apontado por Arthur Benke, um dos cientistas que prestaram apoio às autoras afirmando o valor dos dados publicados, é que absolutamente nenhuma das críticas sugere o aprofundamento das pesquisas sobre o caso. “O que relatórios como este fazem é nos alertar sobre possíveis razões para analisarmos a questão com mais cuidado”, diz ele. Allison Power, pesquisadora de ecologia e biologia evolutiva da Cornell University, complementa: “Tentar desmentir a pesquisa imediatamente é um ato que ignora como a ciência deve funcionar: você formula uma hipótese, testa-a, refina-a, testa-a e refina-a novamente. Você segue fazendo isso até conseguir uma resposta que seja tão próxima quanto possível da que se pode obter. Não entendo que exista resistência a esta noção”.
 
Embora o artigo da Nature conceda muito espaço para os cientistas pró-transgênicos exporem seus argumentos e pontos de vista, a sua leitura deixa evidente o caráter preconceituoso e grosseiro dos supostos críticos.
 
Um destes “críticos” relata que formou uma “equipe de refutação” chamado “ask-force” (algo como “força tarefa para questionamentos”) para desafiar pesquisas sobre a biossegurança de lavouras transgênicas. Das 20 pesquisas já “criticadas” pelo grupo, nenhuma é positiva em relação aos efeitos dos transgênicos.”
 
O principal argumento dos detratores das pesquisas é que elas podem ser usadas por ativistas anti-transgênicos para fomentar ações e influenciar as políticas sobre o tema. Com base nisso, promovem todo o tipo de perseguição.
 
Ignacio Chapela, um pesquisador da Universidade da Califórnia, em Berkeley, conta que estes ataques estão dissuadindo jovens cientistas a seguir carreiras em pesquisa sobre lavouras transgênicas. “Já tenho uma longa experiência com pessoas jovens que me dizem que não vão para este campo precisamente por serem desencorajados pelo que vêem”, diz ele.
 
Para quem não se lembra, Chapela foi um dos primeiros cientistas a enfrentar este tipo de perseguição. Em 2001 ele publicou um artigo na mesma Nature relatando que variedades crioulas de milho no México estavam contaminadas por genes transgênicos. A reação negativa foi tão forte que, de maneira inédita, a Nature publicou uma nota reconhecendo que “as evidências disponíveis [no estudo de Chapela] não eram suficientes para justificar a publicação da pesquisa”. Posteriormente, análises feitas pelo governo mexicano confirmaram a contaminação apontada por Chapela.
 
É muito importante que estas denúncias comecem a circular em publicações científicas respeitadas. Vamos esperar que estes artigos incentivem outros cientistas intimidados a sair do casulo. Especialmente por aqui: já passou da hora de os nossos pesquisadores começarem também a se indignar e se articularem para desmascarar a defesa pseudocientífica dos transgênicos no Brasil e tentar conter e reverter as atrocidades cometidas pela CTNBio “em nome da ciência”.
 
[1] Battlefield - Papers suggesting that biotech crops might harm the environment attract a hail of abuse from other scientists.Nature|Vol 461|3 September 2009.
Artigo disponível em inglês mediante pagamento:

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mais vitamina A? Não precisa de transgênicos... melhoramento convencional resolve

A Embrapa lançará dia 4 de novembro, a cenoura Planalto. Apresenta comportamento similar a cultivar Brasília, sendo indicada para plantio de verão. Ela apresenta resistência à queima-das-folhas, nematóides e ainda tolerância ao florescimento, o que permite maior período de plantio.
Além disso, apresenta uma coloração alaranjada intensa das raízes. O que significa alta concentração de beta-caroteno, um antioxidante que é convertido pelo organismo em vitamina A. A cultivar ‘Planalto’ apresenta teor de carotenóides pró-vitamina duas vezes maior em relação à cultivar ‘Brasília’.
Com preço mais baixo que os materiais híbridos, será importantíssima junto aos pequenos produtores.
Quanto à resistência às doenças e às qualidades nutracêuticas fazem com que a cenoura Planalto conquiste um espaço destacado na agricultura orgânica. A previsão da Embrapa Hortaliças é que o novo material ocupe 70% do mercado orgânico nos próximos oito anos.
Então, para quê são mesmo necessários os transgênicos?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sebrae investe R$ 37 milhões em agricultura orgânica e agroecologia



De acordo com Luiz Carlos Barboza, diretor-técnico do Sebrae Nacional, a agricultura orgânica é um dos setores “portadores de futuro” no mundo, disse na última quarta, dia 28, durante a abertura da '7ª edição da BioFach América Latina' e da '5ª edição da ExpoSustentat'. Os dois eventos ocorrem simultaneamente no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Foram três dias de exposições, palestras, fóruns e rodadas de negócios.
Segundo Barboza, ao investir na agricultura orgânica e na agroecologia, o Sebrae também aposta no desenvolvimento de um Brasil mais sustentável. A Instituição participa dos dois eventos com estandes e no apoio à presença de pequenos produtores de diferentes regiões do país.
A realização de feiras, como a Biofach e a Expo Sustentável são importantes para reforçar o trabalho que o Sebrae desenvolve com o objetivo de mostrar o potencial do mercado orgânico. O esforço maior tem sido com relação ao Comércio Justo. Temos trabalhado para mostrar que sozinho o pequeno produtor não chega no mercado — diz a coordenadora nacional da carteira de Orgânicos no Sebrae, Newman Costa.
Para saber mais acesse o Canal Rural.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Deputado do PT quer sementes estéreis e fim da rotulagem de transgênicos (!)

Abaixo transcrevo trecho do Boletim Por Um Brasil Livre de Transgênicos 465

As polêmicas em torno da Lei de Biossegurança, editada em 2005, devem recomeçar na Câmara dos Deputados. Um projeto de lei apresentado pelo líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), pretende alterar a lei ao prever autorização para a chamada tecnologia genética de restrição do uso (GURT, na sigla em inglês) e a eliminação da rotulagem de produtos transgênicos por meio de símbolos ou expressões que induzam a “juízo de valor”. (...)
A tecnologia permite a geração de plantas transgênicas estéreis e a manipulação genética de ativação e desativação de genes ligados à fertilidade. Na prática, o GURT impede os produtores de plantar grãos reservados de colheitas anteriores, situação bastante comum no Sul do país -- são as chamadas sementes “salvas”, cuja fatia de mercado tem sido reduzida pelo uso de sementes transgênicas “comuns”. A eliminação do “T”, de transgênico, das embalagens é comemorado como um trunfo das ONGs, mas contraria radicalmente a indústrias nacional de alimentos.
Tradicional aliado de ONGs contrárias ao uso de transgênicos no país, o PT deve enfrentar duros debates internos a partir da proposição de seu líder na Câmara. “Estou surpreso”, disse o deputado Fernando Ferro (PTPE), ex-líder do partido. “Temos que abrir esse debate. Isso vai dar uma boa polêmica porque ele terá que convencer a gente”.
As ONGs ambientalistas também prometem combater a proposta. “O PT está embarcando numa posição horrorosa. Há pouca convicção e muita conveniência”, diz o coordenador da ONG agroecológica AS-PTA, Jean Marc von der Weid. Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) nos anos 60, o economista promete oposição ao projeto. “Vamos ter que fazer revolta interna porque o Vaccarezza joga do lado de lá. Ele vai aproveitar o cargo para passar isso”. (...)
Fonte: Valor Econômico, 26/10/2009 e Pratos Limpos
N.E.: A Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos tem acompanhado a tramitação deste projeto de lei na Câmara dos Deputados. Com preocupação. Será necessária muita mobilização para fazer frente ao poderio da bancada ruralista e impedir que esta aberração seja aprovada.

Comissão Europeia aprova 2 milhos GM




Após uma reunião dos ministros da agricultura europeus em que nada foi decidido, ficou a cargo da Comissão Europeia decidir sobre a aprovação de 2 variedades de milho geneticamente modificadas. Para quem não se lembra, o jornal britânico, The Independent on Sunday, revelou um escândalo na Europa. Os dirigentes de 27 países da União Européia se reuniram secretamente para acelerar os processos de autorização dos cultivos transgênicos, contrariar a oposição, acalmar a população e intervir a favor dos representantes da indústria. Nem é preciso dizer que com a decisão em suas mãos, a Comissão Européia aprovou ontem o milho MON  89034 e MON 88017, ambos da Monsanto