terça-feira, 23 de junho de 2009

Evento no MT para estimular produtos não-transgênicos

Enquanto a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação) não julga importante a segregação do milho transgênico, produtores de 4 cidades de Mato Grosso, discutem o fortalecimento de produtos não-transgênicos. 

Milho transgênico e a falta de informação

Para Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) não haverá falta de milho convencional no mercado. Ele garante que não há uma resistência aos transgênicos, mas sim ao selo (T num triângulo amarelo). Ainda segundo ele, mesmo que não haja milho convencional suficiente pode-se importar (!). Ainda segundo ele, "daqui a 10 ou 20 anos vai ser difícil imaginar o mundo sem essa tecnologia" já que "não foi encontrado nenhum sinal negativo no alimento transgênico, que coloque em risco a saúde das pessoas, até o momento". Uauuu não foi encontrado nenhum sinal negativo no alimento transgênico para a saúde? Será que os pesquisadores dos estudos abaixo estão mentindo? Ou será que tem gente que precisa se informar mais? principalmente os que trabalham nessa área. 
Enfim, são inúmeros os artigos, há também uma biblioteca só sobre transgênicos.

Será que esses comentários, começam a surgir já que o Governo está sendo pressionado a aumentar o rigor da fiscalização do milho transgênico???
Todos temos a obrigação de ler um pouco mais e nos informarmos sobre o assunto. Faça a sua parte!

domingo, 21 de junho de 2009

Agrotóxicos: causa de mielomas múltiplos

Pesquisa envolvendo 678 agricultores que aplicam agrotóxicos, descobriu que a exposição a determinados pesticidas dobra o risco de desenvolver uma condição sanguínea anormal chamada de “gamopatia monoclonal de significância indeterminada” (GMSI). 
"O distúrbio, caracterizado por um nível anormal de uma proteína plasmática, exige acompanhamento e é uma condição que pode levar ao mieloma múltiplo, um doloroso câncer de células plasmáticas na medula óssea. A pesquisa foi publicada na Blood, a revista oficial da Sociedade Americana de Hematologia.
O sangue dos participantes do estudo, todos com autorização e registro para aplicação agrotóxicos de uso restrito pesticidas, foi avaliada para prevalência de GMSI . A média da idade dos participantes foi de 60 anos (intervalo 30-94 anos) e todos viviam mos estados de Iowa e Carolina do Norte. Os participantes
também completaram questionários fornecendo informações completas de exposição profissional para uma vasta gama de agrotóxicos, incluindo informações como o número médio de dias de utilização de pesticidas por ano, os anos de uso, a utilização de equipamentos de proteção e métodos de aplicação. Informações sobre tabagismo e uso de álcool, histórico familiar de câncer e outras bases de dados demográficos e de saúde também foram obtidas. Os indivíduos com história prévia de doenças como o mieloma múltiplo ou linfoma foram excluídos. Incidência e mortalidade por câncer foram monitorados anualmente e, após cinco anos de acompanhamento, entrevistas foram conduzidas para atualizar as informações sobre os participantes, exposições ocupacionais, anamnese, e estilo de vida.
O artigo “Pesticide exposure and risk of monoclonal gammopathy of undetermined significance in the Agricultural Health Study”, publicado na revista Blood, 18 June 2009, Vol. 113, No. 25, pp. 6386-6391, Prepublished online as a Blood First Edition Paper on April 22, 2009; DOI 10.1182/blood-2009-02-203471, apenas está disponível para assinantes da revista."
Fonte e maiores informações acessem o Ecodebate.
Para maiores danos dos agrotóxicos: Agrotóxicos = câncer, danos ao sistema nervoso, poluição ambiental

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Regras para plantio de milho transgênico (ogm) - CTNBio


Os Serviços de Defesa e Fiscalização Agropecuária da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA/MS), alertam os produtores sul-matogrossenses sobre a necessidade de observar as regras de distanciamento entre as lavouras de milho geneticamente modificado (milho GM) e as lavouras de milho convencional, estabelecidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio por meio da Resolução Normativa CTNBio Nº 4, de 16 de agosto de 2007.
De acordo com essa legislação, a lavoura com milho GM deve estar localizada a uma distância mínima de 100 (cem) metros de outras lavouras com milho convencional localizadas em propriedades vizinhas ou, alternativamente, a uma distância de 20 (vinte) metros, desde que o produtor plante junto à lavoura de milho GM uma bordadura com, no mínimo, 10 (dez) fileiras de milho convencional de porte e ciclo vegetativo similar ou igual ao milho GM cultivado. Essa é a regra básica para permitir a coexistência entre os diferentes sistemas de produção.
As cultivares de milho e linhagens geneticamente modificados, BT 11, Guardian e BTCry1F507, que propiciam resistência ao ataque de lagartas (lepidóptera), inscritos no Registro Nacional de Cultivares (RNC/MAPA), estão devidamente autorizadas para plantios comerciais em todo o País.
Fonte : SFA/MS

Comentários ao artigo "Transgênicos: plantio de milho ogm beneficia ambiente da UE", do site Último Segundo

Artigo do Último Segundo, "Transgênicos: plantio de milho ogm beneficia ambiente na UE", se baseia em estudo de Graham Brookes, da PG Economics, para afirmar que houve diminuição da aplicação de agrotóxicos e melhoria da qualidade do milho. Este artigo merece ser comentado.
Para quem não sabe, Graham Brookes é um consultor inglês habitualmente procurado pelas empresas da engenharia genética, por isso não é de estranhar a avaliação parcial necessariamente favorável aos OGM. Convém pois adicionar informações, bastando as mais recentes, que demonstram os prejuízos e perdas com o cultivo dos transgênicos.
O estudo não contempla certamente os prejuízos com a contaminação das culturas convencionais e biológicas (e consequente perda de certificação) e os custos para evitar a contaminação, pois se o fizesse teria de chegar à mesma conclusão de um relatório alemão publicado pela INTERBIO Alemã que contabiliza os custos e benefícios económicos associados ao cultivo de OGM. As conclusões: no curto prazo, e em condições limitadas, alguns agricultores podem receber benefícios económicos reduzidos. De resto, e em termos gerais e macro-econômicos, os únicos vencedores são as empresas (essencialmente a Monsanto) que produzem e inventam estas sementes, enquanto que toda a sociedade é chamada a cobrir os prejuízos que atingem já os milhares de milhões de dólares. Um bom negócio, portanto, mas só para muito poucos (GM agriculture incurs more costs than benefits, German BÖLW, Press Release, Berlin, 20 March 2009 http://www.boelw.de/uploads/media/BOELW_Schadensbericht_Gentechnik090318.pdf)
Para além disto na análise do cultivo dos OGM temos de ter sempre em consideração outros efeitos colaterias, e farão cair por terra eventuais benefícios a curto prazo, tais como:
- O aparecimento de resistências ao Bt que já começaram a verificar-se (Mari N. Jensen, UA entomologists have published a report on their discovery of Bt-resistant bollworms in Mississippi and Arkansas, College of Agriculture and Life Sciences, February 7, 2008, http://uanews.org/node/18133)
- Os danos ambientais com a toxina produzida pelas culturas Bt. (Effect on Soil Biological Activities Due to Cultivation of Bt. Cotton, Navdanya, 2009. www.navdanya.org/report1.pdf;  Rosi-Marshall E.J. et al. (2007), « Toxins in transgenic crop byproducts may affect headwater stream ecosystems », Proceedings of the National Academy of Sciences,104(41):16204-16208. Contact: erosi@luc.edu)
- Quebras de produção (Doug Gurian-Sherman, Failure to Yield - Evaluating the Performance of Genetically Engineered Crops, UCS, March 2009, http://www.ucsusa.org/food_and_agriculture/science_and_impacts/science/failure-to-yield.html ).
Mais de uma década de cultivos de transgênicos no Mundo já nos dão sinais suficientes de que os transgênicos não são o caminho, o futuro para a agricultura, pelo contrário, sugem evidências de que maior biodiversidade agrícola e o modo de produção biológico poderão responder melhor face às alterações climáticas.
Alexandra Azevedo
Este comentário é de Alexandra Azevedo, que tentou fazê-lo no site do Último Segundo, mas não conseguiu. Dessa forma, decidi publicá-lo aqui, com autorização da autora.

Sorvete transgênico

O texto abaixo é um tradução livre do artigo: OGM: VIA LIBERA UE A GELATO DIETETICO CHE NON SI SCIOGLIE
Sorvete dietético que não derrete. Esta é a promessa da multinacional Unilever que já a partir deste ano pode entrar na mercado transgênico com 50% menos de gordura. Tudo graças a uma proteína sintética, a ISP, Ice Structuring Protein - isolada originadamente de um peixe do ártigo e reproduzida em laboratório através da fermentação de uma levedura geneticamente modificada. A proteína acabou de receber aprovação da Comissão Européia e poderá ser utilizada para a preparação de sorvetes nos 27 países da União Européia já em 2009. A aprovação do Executivo se baseia no parecer positivo de julho passado da EFSA (autoridade européia para a segurança alimentar, similar à CTNBio no Brasil) que excluiu o risco de alergias devido à ingestão de produtos que contém a proteína.
Contudo, os pesquisadores INDEPENDENTES do Painel Científico Independente (ISP - Independent Science Panel) já em 2006 demonstraram que a proteína da Unilever não apresenta equivalência substâncial àquela produzida pelo peixe ártico - comenta Nicoletta de Cillis, Fundação Direitos Genéticos -e que constitui sim uma substância que causa alergia, próprio de sua derivação de leveduras transgênicas.
A aprovação da "Novel Foods" (ACNFP), apesar de favorável ao produto, tinha convalidado a tese da possível alergenicidade, propondo rotulagem obrigatória - continua De Cillis - mas a opção foi excluída pela recentedecisão da Comissão Européia.
O novo ingrediente - conclui - será rotulado simplesmente como "proteína ISP", baseado na atual normativa da UE que não coloca o sorvete da Unilever na mesma regulamentação prevista para os organismos geneticamente modificados.

Fonte: ASCA.It

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Não se esqueça de participar da nossa "Pesquisa de transgênicos"

Gostaríamos de saber o que você sabe, suas dúvidas e o que você procura sobre transgênicos, para podermos melhorar o foco do blog. Está disponível uma enquente sobre os organismos geneticamente modificados. São apenas 13 questões super rápidas.
Entre, participe e divulgue!

 Pesquisa sobre transgênicos

Agrotóxicos = câncer, danos ao sistema nervoso, poluição ambiental

Os perigos dos agrotóxicos (e transgênicos) não estão somente na contaminação ambiental, que por si só já é preocupante, mas também há malefícios na saúde humana.
De acordo com Neice Muller Xavier Faria, médica e professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), em entrevista à IHU-Online, informa que “o principal mecanismo de ação dos inseticidas é sobre o sistema nervoso dos insetos e o problema é que este efeito não se restringe à espécie-alvo e pode afetar também os mamíferos”. Os agrotóxicos também podem causar "neuropatias, distúrbios respiratórios (asma e doença respiratória crônica inespecífica), gastrointestinais (incluindo hepatopatias) e endócrinos (hipotireoidismo/bócio), além de câncer".
Já trabalho da Dra. Jandira Maciel da Silva, na região sul de Minas Gerais sobre o aumento do câncer nessa região, mostrou que "os trabalhadores que declararam ter tido exposição a agrotóxicos apresentaram um risco de quase quatro vezes maior para o desenvolvimento de câncer hematológico em relação àqueles que não declararam exposição."
Na entrevista da Engenheira Agrônoma Maria José Guazzelli, há a informação que "o Brasil, em 2008, tornou-se o maior consumidor mundial de venenos agrícolas (733,9 milhões de toneladas), ultrapassando os Estados Unidos (646 milhões de toneladas). Em 2007, as vendas no Brasil significaram 5,372 bilhões de dólares e em 2008, 7,125 bilhões. A cultura que mais consome agrotóxico é a soja. No total, os herbicidas representam cerca de 45% das vendas, os inseticidas 29%, e os fungicidas 21%". Ou seja, o tão famigerado argumento de que culturas transgênicas diminuem o uso de agrotóxicos não passe de marketing.
A engenheira agrônoma também afirma que nos cultivos Bt, “nos quais toda a planta é transformada num agrotóxico pela transgenia, se os genes Bt forem transferidos, eles poderiam fazer nossas bactérias intestinais tornarem-se fábricas vivas de agrotóxicos”. A entrevista também fala dos perigos do Round up, dos danos ao solo, às plantas e à saúde humana.
O Round up hoje é tido como um dos menos danosos (sic) herbicidas ao ambiente, fato que a engenheira agrônoma e centenas de outros pesquisadores e livros discordam (Roleta Genética, O Mundo Segundo Monsanto).
Antigamente, era o DDT o agrotóxico mais seguro... hoje ele é proibido no Brasil. (Antes tarde que nunca!)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Glifosato pode ser proibido na Argentina

Abaixo notícia do site do Greenpeace sobre o glifosato.

O glifosato é a base, por exemplo, do agrotóxico Roundup, da Monsanto, para o qual foram criadas variedades de soja geneticamente modificada (Soja RR). Essa soja transgênica, resistente ao glifosato, é muito plantada na Argentina e também no Brasil, principalmente na região Sul. Segundo investigação feita pelo instituto de pesquisas Conicet, o glifosato pode causar má-formação embrionária em rãs, por exemplo. E pode ter implicações sérias para seres humanos.

herbicida
Pesquisadores do instituto suspeitam que a classificação de toxicidade do glifosato esteja muito abaixo do que deveria ser. Há registro de vários casos de residentes próximos das regiões produtoras de soja na Argentina que relataram problemas de saúde a partir de 2002, dois anos após as primeiras safras de soja transgênica. Pesquisas conduzidas por cientistas argentinos e evidências levantadas por outros ativistas do país indicam elevada incidência de defeitos de nascença e câncer em pessoas que vivem perto das regiões de pulverização de glifosato em lavouras. 
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja e segundo maior na exportação de milho, terceiro em soja, e sétimo em trigo. O glifosato é o agrotóxico mais usado e os produtores gastam com ele cerca de US$ 450 milhões por ano, usando anualmente 150 milhões de litros nas lavouras. As informações partem do Greenpeace.
 Fonte: Greenpeace

Vem aí a Bio Brazil Fair

Grande Feira de Orgânicos acontece de 23 a 26 de julho de 2009.
A Feira é aberta ao público e tem entrada franca. É considerada uma vitrine do mercado que cresce de 20-30% ao ano só no Brasil.
Haverão produtores apresentando e vendendo seus produtos.

O evento ocorrer das 11 às 20 horas, no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera (entrada pelo portão 3).
Para maiores informações acesse o site da Bio Brazil Fair.

A importância do setor aumenta a cada ano. Na Alemanha, apesar da crise, o consumo de orgânicos aumento 10% e a área plantada, 5%. O país é o segundo maior importador de produtos orgânicos. Será que realmente vale a pena o Brasil continuar aberto aos transgênicos? Quais são os interesses que a CTNBio defende? da população ou das multinacionais?
Sugestão de leitura: A sustentabilidade perde para a crise e para a hipocrisia, de Wilson Bueno.