terça-feira, 5 de julho de 2011


Ao assumir FAO, Graziano critica monopólio sobre sementes no mundo

Novo diretor da agência da ONU contra a fome critica aumento de preços de alimentos

Publicado em 27/06/2011, 14:41



São Paulo - Ao assumir o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva fez críticas aos mercados financeiros e ao monopólio sobre as sementes no mundo. Apesar disso, ele evitou críticas aos transgênicos e à aplicação de biotecnologia para o suprimento de alimentos.

Em discurso nesta segunda-feira (27), ele lamentou que poucas empresas multinacionais tenham adquirido o controle sobre a venda de sementes. Apesar de considerar que se trata de "um bem da humanidade", Graziano disse que "a biotecnologia é uma ciência importante e não pode ser descartada a priori".

Graziano pediu ainda urgência no trato da inflação internacional que acomete os alimentos, que ele qualificou como o "pior aumento" provocado pela atividade de especuladores. Segundo Graziano, a instabilidade de preços nas commodities agrículas tem impactos graves no combate à fome.Embora o diretor não tenha mencionado nenhuma companhia especificamente, Monsanto, DuPont, Syngenta e Dow Chemical Company concentram metade do mercado de semente no mundo. Considerando-se as geneticamente modificadas, as líderes detêm 95% das patentes.

"É preciso chegar a uma estabilização dos mercados financeiros internacionais, caso contrário haverá reflexos sobre as cotações das matérias-primas", afirmou. Ele disse apostar no G20, grupo de 20 países mais industrializados do mundo, incluindo emergentes, para enfrentar a questão.  "Por parte da FAO, posso garantir menores instabilidades", indicou.
Graziano citou o ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de cujo governo ele foi ministro e coordenador do Programa Fome Zero, ao se referir sobre biocombustíveis. O novo diretor da FAO lembrou que, a exemplo do colesterol na saúde humana, "há os que são bons e os ruins".
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção de combustíveis como biodiesel e etanol a partir da cana-de-açúcar. A alternativa a derivados do petróleo sofre críticas por representar riscos de insegurança alimentar, na medida em que grandes áreas precisam ser destinadas ao plantio de determinadas culturas.
"A cana de açúcar produzida, por exemplo, no Brasil para o etanol não entra em competição com a produção de grãos e não tem impactos ambientais", defendeu. A posição é adotada pelo governo brasileiro, interessado na expansão do setor agrícola. Em relação ao risco de a cana contribuir para o desmatamento da Amazônia, Graziano frisou que a maioria das áreas de plantio estão tão distantes da região de florestal como "o Vaticano do Kremlin".
Eleito no domingo, na 37ª sessão da FAO, em Roma, sede da agência, o brasileiro teve a seu lado 92 dos 180 países-membro no segundo turno. Ele venceu Minguel Angel Moratinos, ex-chanceler espanhol, por quatro votos. Apesar da divisão entre países emergentes e pobres, apoiando Graziano, contra os europeus, que preferiam o espanhol, o novo diretor prometeu transparência e uma condução democrática do organismo. "Os países do norte não são contra mim", esquivou-se Graziano.
Entre os desafios colocados para a gestão de Graziano estão a continuidade das mudanças na FAO. Lideranças ligadas a produtores agropecuários defendem que a agência da ONU seja mais ativa no fomento à produção. Ativistas e movimentos sociais defendem que a preocupação mantenha-se na busca por segurança alimentar. Há ainda divergências até sobre o caráter do órgão, se deve definir normas para a produção e comercialização de alimentos ou se concentrar em assistência técnica.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Regiões da Europa livres de transgênicos

Quer saber quais são as regiões livres de transgênicos? Pelo menos nos países europeus é possível saber.
É possível fazer o download de uma lista de regiões e municípios por país.
Acesse o link: http://www.gmo-free-regions.org/gmo-free-regions/italy.html

Câncer - contaminação vem dos alimentos


Abaixo coloco trecho do Boletim Por um Brasil Livre de Transgênicos.

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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
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Painel sobre Câncer do Presidente dos EUA: evidências sobre contaminantes provenientes da agricultura
 
 
Car@s Amig@s,
 
No Boletim 543 relatamos parte das conclusões do Painel sobre Câncer do Presidente dos EUA (espécie de Conselho para assessorar o Presidente da República), que entre setembro de 2008 e janeiro de 2009 convocou quatro encontros para avaliar o estado atual da pesquisa, política e programas sobre o câncer provocado por fatores ambientais. O relatório sintetizando as conclusões do Painel foi publicado em abril de 2010.
 
Para concluir o relato, reproduzimos neste Boletim as principais conclusões do documento com relação aos contaminantes químicos provenientes da agricultura e uma síntese das recomendações apresentadas ao presidente da república dos EUA:
 
Contaminantes provenientes da agricultura
 
O relatório menciona que “a população dos EUA inteira é diariamente exposta a numerosos químicos agrícolas, muitos dos quais são suspeitos ou conhecidos por provocar câncer ou desregulação endócrina. Muitos dos solventes, aditivos e outros químicos classificados como ingredientes inertes nos rótulos de agrotóxicos são também tóxicos, mas não se exige que sejam testados por seu potencial de provocar doenças crônicas como o câncer”.
 
O documento menciona ainda que fertilizantes (adubos) químicos e medicamentos veterinários (como os antibióticos e promotores de crescimento) são grandes responsáveis pela poluição da água -- os processos químicos da sua transformação resultam na formação de derivados tóxicos, muitos dos quais cancerígenos, que contaminam as águas de abastecimento.
 
Segundo o relatório, os agricultores e suas famílias, incluindo os trabalhadores temporários na agricultura, são os que estão expostos aos maiores riscos causados por substâncias cancerígenas. O texto observa ainda que o fato dos agrotóxicos serem comumente aplicados em misturas torna difícil a observação clara dos riscos de câncer associados a substâncias específicas.
 
Dados de estudos citados no relatório mostram que as taxas de leucemia são consideravelmente mais elevadas entre crianças que crescem em propriedades rurais, entre crianças cujos pais usam agrotóxicos em suas casas ou jardins, e entre filhos de aplicadores de agrotóxicos.
 
Entre outras descobertas apresentadas, o relatório observa que, embora a incidência de câncer entre agricultores e aplicadores de agrotóxicos não seja maior do que em outros grupos de pessoas estudadas, há um aumento de risco para cânceres específicos. Agricultores e aplicadores de agrotóxicos têm significativamente mais risco de desenvolver câncer de próstata, enquanto suas esposas têm uma incidência significativamente maior de melanoma (um câncer de pele altamente letal). As mulheres aplicadoras de agrotóxicos têm incidência significativamente mais alta de câncer de ovário. Ainda segundo os estudos apresentados, agricultores expostos a agrotóxicos, aplicadores de venenos e pilotos de aviões de pulverização, bem como trabalhadores em fábricas de agrotóxicos, apresentam taxas mais elevadas de câncer de próstata, melanoma, outros cânceres de pele e câncer de lábio.
 
O documento cita ainda que a exposição aos 1.400 agrotóxicos aprovados nos EUA está relacionada a cânceres no cérebro/sistema nervoso central, mama, colo, pulmão, ovário (em esposas de trabalhadores rurais), pâncreas, rim, testículos e estômago, assim como linfoma hodgkin e não hodgkin, mieloma múltiplo e sarcoma de partes moles (câncer que pode afetar ossos, cartilagem, gordura, músculos, vasos sanguíneos e tecido conjuntivo ou de suporte).
 
Mais especificamente, aproximadamente 40 químicos classificados pela Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês) como conhecidos, prováveis ou possíveis carcinogênicos humanos são usados em agrotóxicos registrados nos EUA. Alguns destes químicos são utilizados em vários agrotóxicos diferentes.
 
Um dos exemplos citados neste caso foi o do inseticida Atrazina. Este ingrediente ativo já mostrou afetar o desenvolvimento de glândulas mamárias de animais de laboratório, sendo que algumas descobertas sugerem a existência de efeitos multigeracionais. E os poucos estudos já realizados sobre a carcinogenicidade humana da atrazina foram inconclusivos.
 
No Brasil esta substância é amplamente usada na agricultura: há, atualmente, 40 agrotóxicos a base de atrazina registrados pelo Ministério da Agricultura.
 
Recomendações
 
O relatório afirma que as exposições ambientais que aumentam a incidência de câncer nos EUA não representam um novo front na guerra contra o câncer, entretanto, os graves danos provenientes deste grupo de carcinogênicos não foram até agora avaliados adequadamente pelo Programa Nacional de Câncer. Neste sentido, o Painel clama para que o Presidente use o poder de seu gabinete para remover da comida, da água e do ar os carcinogênicos e outras toxinas que, desnecessariamente, aumentam os custos com tratamentos de saúde, mutilam a capacidade produtiva do país e devastam vidas.
 
Leia na íntegra, em inglês, o relatório:
 
Reducing Environmental Cancer Risk - What We Can do Now 2008-2009 Annual Report / The President’s Cancer Panel, April 2010 - U.S. National Cancer Institute / National Institutes of Health / Department of Heath and Human Services

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Um documentário interessante


A vida fora de controle

Diretor: Verhaag Bertram | Produtor: Verhaag Bertram
Gênero: Documentário | Produzido em: 2004 | País: Alemanha

Sinopse: Na ciência em meados dos anos oitenta, com a ajuda da tecnologia genética,encontra a chave para dominar a terra e, especialmente, suas criaturas. De repente,tudo parece possível! Vinte anos depois, embarcam em uma jornada mundial para explorar a manipulação genética progressiva e contínua de plantas, animais e seres humanos: Devido a uma colheita desastrosa com algodão geneticamente modificado muitos agricultores indianos enfrentam a ruína, tem que vender um dos seus rins ou recorrer a cometer suicídio. No Canadá, sementes de canola geneticamente modificada atinge os campos vizinhos de fazendas orgânicas, tornando impossível a agricultura ecológica. A empresa canadense AQUA BOUNTY está prestes a obter a aprovação do mercado em 2004 por seu estéril e geneticamente manipulado salmão gigante, que cresce seis vezes mais, em apenas metade do tempo que os outros membros de sua espécie que vivem em estado selvagem. Independentemente de qualquer temor por parte dos consumidores, os peixes geneticamente modificados estão prestes a entrar em nossas panelas e frigideiras. Em todo o mundo apenas um punhado de cientistas idealistas estão desafiando a indústria, fazendo independentes - sem o apoio financeiro da indústria - a pesquisa sobre os efeitos dos animais e das plantas transgênicas no meio ambiente e nossa saúde quando consumimos alimentos geneticamente modificados.

O documentário, com legendas em português, pode ser visto no link abaixo:http://blip.tv/gmomovies/a-vida-fora-de-controlo-492455