sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Resultado da reunião da CTNBio

A CTNBio aprovou na quinta-feira a liberação comercial de duas novas variedades de milho e de um tipo de algodão geneticamente modificado no país. O milho " Roundup Ready " , produzido pela multinacional americana Monsanto, e a variedade " GA21 " , desenvolvida pela européia Syngenta - maior empresa de sementes e defensivos do mundo -, foram aprovados por 16 votos favoráveis e quatro contrários. Ambos os produtos são tolerantes ao herbicida glifosato. O colegiado também aprovou a liberação comercial do algodão transgênico " Roundup Ready " , outro produto da Monsanto." Havia dois processos de 2004 e um de 2006. Então, o que fizemos foi nivelar as liberações aos tempos de entrada dos processos " , afirmou o presidente da CTNBio, o médico bioquímico Walter Colli. " É razoável que agora a CTNBio passe a analisar processos de 2006 para cá " , disse.

Também na reunião de quinta-feira, a comissão aprovou, ainda, a comercialização da vacina transgênica contra a circovirose suína desenvolvida pela companhia Intervet Veterinária.

Além das duas variedades de milho transgênico aprovados pela CTNBio, outros três tipos já haviam sido permitidos no Brasil: o milho tolerante ao herbicida glufosinato de amônia, desenvolvido pela alemã Bayer CropScience, além do milho " Bt Yieldgard " , da Monsanto, e da semente " Bt11 " , da Syngenta, ambos resistente a insetos.

A CTNBio também aprovou nesta movimentada reunião de quinta-feira sete pedidos de liberação planejada no meio ambiente, destinados a pesquisa de campo. Os integrantes da comissão aprovaram, ainda, uma resolução normativa para disciplinar essas liberações planejadas.

Serão exigidas das empresas interessadas, entre outras medidas de precaução, a utilização de curva de nível a cada metro de terreno experimental, além de declividade mínima para garantir o escoamento da água das chuvas. O colegiado da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança também aprovou alterações em Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) e em Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB) de empresas de biotecnologia.

Fonte: Mauro Zanatta - Valor Econômico

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Nova reunião da CTNBio para liberação de mais transgênicos

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) realiza nesta quinta-feira (18) e sexta-feira (19) a sétima reunião do ano para discutir dez solicitações de liberação comercial de organismos geneticamente modificados (transgênicos), 29 pedidos para liberação planejada no meio ambiente (pesquisas) e cinco pedidos de importação para fins de pesquisa.

Os integrantes da comissão retomam ainda as discussões sobre a minuta da Resolução Normativa nº 6, que trata das normas para Liberação Planejada no Meio Ambiente. Entre os pedidos de liberação constam uma solicitação para uma variedade de arroz, quatro pedidos para variedades de milho, três pedidos para liberação comercial de algodão, uma solicitação de uma variedade de soja e um pedido para liberação de uma vacina inativada contra circovirose suína.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Monsanto não pode mais processar agricultores da Califórnia


Ótima notícia para os agricultores que são vítimas dos processos da Monsanto, pelo menos os da Califórnia...

"Na última semana uma lei histórica protegendo os agricultores contra processos judiciais foi aprovada nos dois parlamentos da Califórnia. O Senado aprovou a lei por 23 votos contra 14, e a Assembléia Legislativa foi unânime a seu favor. A lei agora aguarda a sanção do governador Arnold Schwarzenegger.

“Estou muito orgulhoso que o meu gabinete, trabalhando com organizações historicamente opostas nesta polêmica questão, tenha sido capaz de encontrar caminhos de convergência e aprovar a primeira legislação sobre cultivos transgênicos na Califórnia”, declarou Jared Huffman. “Ainda há muito trabalho a ser feito em relação a outros aspectos da engenharia genética, mas a nova lei é um passo importante no estabelecimento de proteções básicas aos agricultores da Califórnia”.

A nova lei cria proteções contra ações judiciais movidas contra agricultores californianos que não foram capazes de evitar o inevitável -- a deriva de pólen ou sementes transgênicas para suas terras e a subseqüente contaminação de suas lavouras não transgênicas. Atualmente, agricultores cujas lavouras são contaminadas por sementes ou pólen patenteados têm continuamente sido alvo de ações judiciais movidas pelos proprietários das patentes biotecnológicas, particularmente a Monsanto. A lei também estabelece um protocolo obrigatório para amostragem, visando evitar que empresas de biotecnologia que estão investigando supostas violações de patentes coletem amostras de plantações sem a explícita autorização dos agricultores.

A lei tem o apoio de organizações tradicionalmente opostas na questão dos transgênicos, que estão confiantes de que o governador irá sancioná-la.

Informações sobre a lei estão disponíveis no endereço:
http://www.leginfo.ca.gov/cgi-bin/postquery?bill_number=ab_541&sess=CUR&house=B&author=huffman
Fonte: Nota à imprensa do The Genetic Engineering Policy Project, 31/08/2008."
Fonte: Boletim 409 - Por Um Brasil Livre de Transgênicos
Um passo para evitar os aburdos processos foi dado... tomara que inspire outros estados e países à protegerem seus agricultores inocentes da multinacional dos processos. Para maiores informações sobre Monsanto e seus processos: O depoimento de Percy Schmeiser, agricultor canadense processado pela Monsanto.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

UE autoriza a importação de soja transgênica


Há falta de matéria-prima como fonte protéica para alimentação animal na Europa, assim sendo, ocorre a importação desses alimentos de países produzem transgênicos, como os EUA, a Argentina e o Brasil. Excesso de soja transgênica nos mercados mundiais, como resolver o problema? Existe duas formas possíveis para solucioná-lo. A primeira seria estimular os mercados à ofertarem soja não-transgênica, favorecendo a produção local para diminuir a importação de soja na Europa, respondendo assim às expectativas dos consumidores (que não querem soja transgênica) e baseando-se num desenvolvimento rural mais sustentável. Outra opção é adotar o que o lobby das multinacionais da biotecnologia querem... mais dinheiro para o bolso (deles) e menos saúde para os consumidores e para o ambiente. E foi a 2ª opção que a União Européia adotou hoje em Bruxelas:
Fonte: Agência AFP

BRUXELAS - A União Européia (UE) autorizou nesta segunda-feira a importação de produtos que incluem uma variedade de soja transgênica (A2704-12) utilizada na alimentação de animais.

A autorização é válida por 10 anos e todo produto que contenha soja modificada deverá estar estritamente etiquetado e seguir as regras européias de rastreamento.

Os países da UE não conseguiram em julho passado fechar um acordo sobre pedidos de autorização de distintas variedades de soja e algodão transgênicos, submetendo assim a decisão à Comissão Européia.

O procedimento de confiar a decisão a Bruxelas é habitual há anos no caso dos pedidos de comercialização de um OGM (Organismo Geneticamente Modificado) e evita que os países europeus se exponham ao discutir o tema dos transgênicos, de grande sensibilidade pública.

O tipo de soja autorizada, conhecida como A2704-12, foi testado em agosto de 2007 pela Autoridade Européia da Segurança Alimentar (EFSA). O órgão considerou improvável que esta soja tenha efeitos indesejados para a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente.

O pedido de autorização havia sido apresentado em 2005 pelo grupo alemão Bayer CropScience para o mercado holandês.

A UE não deu licenças para o cultivo de plantas transgênicas, mas aceita a comercialização de espécies importadas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Soja RR, 1 só não basta... vem aí a próxima em 2013


"A segunda geração da soja transgênica RR da multinacional Monsanto deve chegar, em escala comercial, ao mercado brasileiro em 2013. A previsão é do vice-presidente de negócios da Monsanto Internacional, Kerry Preete, e conta com a agilidade na aprovação da cultivar pela CTNBio...
na nova variedade de soja além da resistência ao herbicida Roundup Ready, ainda inclui um gene BT que torna as plantas imunes à lagarta da soja...
para os produtores americanos a nova soja estará disponível em 2009..."
Fonte: Circuito Mato Grosso

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Abelhas buscam refúgio nas cidades

O Jorge (O Escriba) me enviou esta notícia muito interessante sobre o desaparecimento das abelhas e resolvi fazer um post a respeito.

A desordem de colapso das colônias (Colony Collapse Disorder) das colônias das abelhas é uma epidemia inimaginável, de um amplitude jamais vista,
iniciou-se primeiramente nos EUA e no Canadá, porém, já chegou à Europa. Na Alemanha, um quarto das colônias foram dizimadas. O desaparecimento das abelhas é um sinal de alarme para a sobrevivência da espécie humana, já que cerca de 1/3 dos alimentos do mundo são polinizados pelas abelhas. Aumentando, assim, a quantidade e qualidade das frutas, sementes e verduras, como maçã, pera, melão, nozes, abacates, soja, aspargos, brócolos, aipo, abóbora e pepino, laranjas, limões, pêssegos, kiwi, cerejas, morangos etc.

Mas o que está causando isso? Por que as abelhas estão morrendo? São os agrotóxicos? São os transgênicos? Um novo patógeno? Com certeza, a resposta está na combinação de vários agentes. E há tempos as abelhas vêm sofrendo com o uso, principalmente do agrotóxicos...
Em São Paulo, o uso de agrotóxicos para o vetor do "greening" está dizimando as colméias, a Alemanha proibiu o uso de 8 agrotóxicos devido à morte maciça das abelhas, e nos EUA, a Agência de Proteção Ambiental foi acusada de oculta informações sobre a toxicidade dos defensivos químicos nas abelhas. Contudo, infelizmente, o lobby dos defensivos é muito forte ($$$) e aqui no Brasil, enquanto a Anvisa queria reavaliar os estudos e dados científicos de 99 agrotóxicos, uma liminar do Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola) surgiu com acusações contra essa reavaliação.

Como já dizia Einstein: “Se as abelhas desparecessem da face da Terra, o Homem teria apenas quatro anos de vida”.


"Apicultores alemães estão levando suas abelhas para centros urbanos para evitar que o mel seja contaminado pelo milho transgênico. Em 2007, morreram cerca de 30% de sua população na Alemanha. Atualmente, 330 das 550 variedades de abelhas silvestres são consideradas espécies em perigo. Nos EUa, em 2007, em regiões de 24 Estados, até 70% da população de abelhas morreram em circunstâncias estranhas.
BERLIM – Para as abelhas alemãs, o campo já não é apenas o que costumava ser. Fugindo dos inseticidas e dos cultivos transgênicos, agora buscam abrigo nas cidades. No dia 15 de julho, seis apicultores alemães levaram suas abelhas até Munique para salvá-las do milho geneticamente modificado que foi plantado perto de sua aldeia, Kaisheim, a 80 quilômetros da cidade. “Se nossas abelhas entrarem em contato com o milho geneticamente modificado, e o mel for contaminado por ele, não poderemos vendê-lo”, disse à IPS Karl Heinz Bablock, um dos seis apicultores. Na Alemanha os transgênicos são legais, mas não podem ser destinados ao consumo humano.

Meses atrás, Bablock e vários colegas seus apresentaram uma demanda judicial contra os cultivos geneticamente modificados, mas o tribunal determinou que, com essas plantações são legais, eram os apicultores que deveriam levar suas colméias para outro lado. ‘É sabido que as abelhas passam 90% de seu tempo de vida em um perímetro de três quilômetros. Mas, podem voar até 10 quilômetros sem problema. Estamos realmente felizes pelo fato de a cidade de Munique ter dado abrigo às nossas abelhas”, disse o apicultor.

Thomas Radetzki, diretor da união de apicultores Millifera, disse que as abelhas permanecerão em Munique “até o fim do verão” (boreal”). “Em meados de agosto termina o período de crescimento do milho e poderão voltar para casa”, acrescentou. Estes movimentos de abelhas se tornaram comuns por toda a Alemanha. “mas, em algumas regiões, como Brandenburgo, próximo a Berlim, é quase impossível escapar dos transgênicos. Estão por todos os lados e as abelhas entram em contato com eles”, afirmou Radetzki à IPS. Mas, não é a única ameaça que enfrentam.

As mudanças climáticas na agricultura, com a introdução de monoculturas e o uso intensivo de pesticidas, obrigam as abelhas a buscar refúgio nas cidades. Peter Rozenkranz, entomologista na Universidade de Stuttgart, disse à IPS que as monoculturas estão privando as abelhas de seu habitat natural. “Após algumas boas semanas na primavera, as abelhas se vêem ameaçadas pela fome, porque avançando o ano quase não restam flores”, acrescentou. Imagens obtidas via satélite mostram que “em vastas regiões, especialmente na zona oriental do país, não há nada que sirva de alimento para as abelhas”, ressaltou.

E, se não bastasse isso, os cultivos estão saturados de inseticidas e pesticidas, que quase em sua totalidade resultam ser fatais para as abelhas. Apicultores do Estado de Baden Wurttemberg informaram sobre a morte de centenas de abelhas em maio. Culparam um componente químico do inseticida Poncho Pro, usado para proteger das larvas as sementes do milho. Mnafred Raff, diretor da associação regional de apicultores, disse à IPS que mandou analisar suas abelhas depois das mortes em massa. “Encontramos em seus corpos abundantes traços desse produto químico”, afirmou.

Como conseqüência de uma demanda judicial apresentada por Raff e outros 700 apicultores de BadenWurtemberg, a gigante da indústria química e farmacêutica Bayer admitiu que Poncho Pro causou a morte, mas culpou os produtores de sementes pelo uso indevido desse produto. Viver nas cidades se tornou mais atraente para as abelhas, “porque as áreas verdes recreativas e os jardins têm uma vegetação variada e exuberante, que floresce ao longo de vários meses, desde o começo da primavera até o fim do verão”, afirmou Rosenkranz.

“Nas cidades, as abelhas só precisam voar algumas centenas de metros, de um parque público a uma sacada e dali até um jardim para encontrarem suculentas flores, em sua maioria livres de inseticidas”, acrescentou Rosenkranz disse que as abelhas estiveram sob ameaça de extermínio durante anos. Em 2007, morreram cerca de 30% de sua população na Alemanha. Atualmente, 330 das 550 variedades de abelhas silvestres são consideradas espécies em perigo. O panorama se repete em outros países, especialmente nos Estados Unidos: em 2007, em regiões de 24 Estados, até 70% da população de abelhas morreram em circunstâncias estranhas.

O desaparecimento dessas polinizadoras por excelência teriam profundas conseqüências ambientais, que iriam muito além da falta de mel. A escassez de alimentos se agravará se as colônias de abelhas deixarem de polinizar frutas e vegetais. (IPS/Envolverde)."

Fonte: Carta Maior