quinta-feira, 8 de março de 2012

Efeito das toxinas Bt produzidas pelas plantas transgênicas sobre as células humanas


      Saiu esta semana no Boletim POR UM BRASIL ECOLÓGICO, LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS que a revista científica Journal of Applied Toxicology (Revista A2) publicou, o primeiro estudo a analisar os efeitos combinados, sobre células humanas, das toxinas inseticidas produzidas pelas plantas transgênicas Bt e dos herbicidas à base de glifosato, usados nas lavouras transgênicas do tipo Roundup Ready (RR).
       
       Foram testados os efeitos das toxinas Bt Cry1Ab e Cry1Ac (de 10 ppb a 100 ppm) em células embrionárias de rim humano, assim como o seu efeito combinado com o Roundup, num período de 24 horas, em três biomarcadores de morte celular. Os experimentos foram repetidos pelo menos três vezes em diferentes semanas, em três meios independentes.
               
        O estudo confirma que a toxina Cry1Ab pode induzir efeitos citotóxicos (que provocam danos às células) através de um mecanismo necrótico a uma concentração de 100 ppm. Essa concentração não é tão alta quando comparada às concentrações produzidas pelas plantas transgênicas (entre 1 e 20 ppm). Contudo, deve-se ponderar a acumulação dessa toxina nos tecidos e seus danos a longo prazo, já que plantas transgênicas podem ser altamente consumidas, como por exemplo, o milho. Assim como os dados verificados confirmados em outro estudo, onde o consumo do milho MON810 produziu danos subcrônicos de alterações hepatorrenais em ratos alimentados com esse milho. 
        A acumulação dessa toxina ocorre, conforme já mostrado por um  estudo realizado no Canadá que detectou resíduos de toxina Bt no sangue de mulheres, gestantes e fetos. os  em outro estudo, em que o consumo de milho MON810 produziu sinais subcrônicos de alterações hepatorrenais quando utilizado na alimentação de ratos de laboratório.
        O milho MON 810 tem a toxina Cry1Ab e já foi banido em vários países europeus, mas continua a ser produzido no Brasil.
       
        Outros milhos liberados e produzidos no Brasil, que contém a toxina Cry1Ab são: MON810 (Monsanto - desde 2008); Bt11 (Syngenta - desde 2008); Bt11 x GA21 (Syngenta - desde 2009); MON810 x NK 603 (Monsanto - desde 2009); Bt11 x MIR162 x GA21 (Syngenta - desde 2010) e TC 1507 x MON 810 (DuPont/Pioneer - desde 2011).
       Além do milho, uma cultivar de algodão da Monsanto também contém a toxina Cry1Ab, é a Bollgard/MON531, autorizado desde 2005. 

       Incrível como após esses estudos ainda existem pessoas que têm dúvidas dos perigosos dessa tecnologia!

       Quanto tempo será que vai demorar para que a legislação entenda o perigo desses produtos? Ou será que os estudos estão errados?

      Quanto tempo será que vai demorar para as empresas pedirem desculpas àqueles que tiverem esses problemas relatados nos estudos? Será que desculpas depois vão adiantar alguma coisa?


       O link do estudo e sua referência é:
         
        R. Mesnage, E. Clair, S. Gress, C. Then, A. Székács, G.-E. Séralini. Cytotoxicity on human cells of Cry1Ab and Cry1Ac Bt insecticidal toxins alone or with a glyphosate-based herbicide. In Journal of Applied Toxicology. Article first published online: 15 FEB 2012. DOI: 10.1002/jat.2712

Nenhum comentário: